Carnaval adia saques de FGTS, aposentadoria do INSS e seguro-desemprego
Foto: Daniel Teixeira/Estadão/Arquiv |
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as agências bancárias de todo o país ficarão fechadas nesta segunda-feira (28 de fevereiro) e terça-feira (1º de março), sem expediente. O funcionamento volta ao normal na Quarta-feira de Cinzas (2 de março), a partir do meio-dia.
Os valores do FGTS e do seguro-desemprego serão liberados na Quarta-Feira de Cinzas (2). No caso do INSS, parte dos benefícios de até um salário mínimo (R$ 1.212) foi liberada entre os dias 21 e 25 de fevereiro. Com a interrupção, os depósitos serão retomados na quinta-feira (3), quando também começam os pagamentos para os segurados que recebem acima do salário mínimo. A folha de pagamentos do INSS tem 36 milhões de beneficiários em todo o país.
O saque-aniversário do FGTS será liberado a partir desta quarta-feira (2) para os trabalhadores nascidos em março. O prazo para retirada dos valores para esses beneficiários acaba em 31 de maio. O saque pode ser feito do primeiro dia útil do mês de nascimento do trabalhador ao último dia útil do mês seguinte.
A adesão ao saque-aniversário, destinado a trabalhadores que optaram por retirar uma parte do valor total de seu FGTS anualmente, pode ser feita até o último dia útil do mês de nascimento e garante recebimento a partir do mesmo ano, mas exclui a possibilidade de saque integral do FGTS em caso de demissão sem justa causa (o pagamento da multa de 40% é mantido).
A adesão ao saque anual pode ser feita no site e aplicativo do FGTS e em todos pontos de atendimento da Caixas, como agências e caixas eletrônicos.
VALOR DE RETIRADA ANUAL DO FGTS
O valor a receber varia conforme o saldo total nas contas do Fundo do trabalhador.
SEGURO-DESEMPREGO
O seguro-desemprego voltará a ser pago na Quarta-Feira de Cinzas e varia de R$ 1.212 a R$ 2.106,08, de acordo com o salário médio anterior.
São pagas de três a cinco parcelas dos valores para profissionais demitidos sem justa causa, que receberam salários em 12 dos 18 meses anteriores à data da demissão, em caso de solicitação do benefício pela primeira vez. O auxílio é pago para pessoas físicas e jurídicas, como prestadores de serviços que recebiam vencimentos mensais.
O seguro-desemprego deve ser solicitado no portal Emprega Brasil, do Ministério do Trabalho, de 7 a 120 dias após a dispensa, para trabalhadores que atuavam com carteira assinada, e de 7 a 90 dias, no caso de trabalhadores domésticos.
PAGAMENTOS DO INSS
Nesta quinta (3) o INSS retoma os pagamentos para segurados que ganham o salário mínimo e também inicia as liberações para quem recebe acima do piso. Os depósitos se encerram no dia 9 de março.
Suzana Petropouleas/Folhapress
UGT-BA declara apoio à pré-candidatura de Otto Alencar ao governo do Estado
Foto: Estadão/Arquivo/O senador Otto Alencar (PSD |
A União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA) declarou apoio à pré-candidatura de Otto Alencar (PSD) ao governo do Estado. Em nota, a entidade diz que o senador “é um parlamentar que sempre esteve em defesa da classe trabalhadora” e que ele “é, em Brasília, uma voz presente e coerente na articulação em prol do movimento sindical e dos trabalhadores baianos”.
Ainda segundo a nota, foi acertada a decisão do grupo político que dirige a Bahia em escolher o senador Otto Alencar como pré-candidato ao governo do Estado. “Otto é um senador que possui bandeiras claras, que na CPI da Covid foi a voz da ciência, defendendo a vacina e o respeito aos protocolos sanitários”.
De acordo com o texto da entidade, Otto, ao lado do senador Jaques Wagner, “faz parte da base mais sólida e confiável para os trabalhadores baianos”, além de ter “a experiência de quem já passou por todos os cargos que um homem público poderia almejar, sem nenhuma mácula em sua atuação”, diz outro trecho da nota.
Leia abaixo a íntegra da nota da UGT-BA:
A União Geral dos Trabalhadores da Bahia declara, em nome de todos os trabalhadores que representa (presentes nos mais diversos setores econômicos) apoio à candidatura do senador Otto Alencar (PSD) ao governo do estado. Otto é um parlamentar que sempre esteve em defesa da classe trabalhadora, disposto ao diálogo e lutando contra medidas que buscam precarizar ainda mais os postos de trabalho, cercear os direitos trabalhistas e destruir o direito a representação sindical, como foi o caso das medidas provisórias 936 e 905 e da reforma trabalhista. Otto é, em Brasília, uma voz presente e coerente na articulação em prol do movimento sindical e dos trabalhadores baianos.
A decisão acertada do grupo político que dirige a Bahia, em escolher o senador Otto Alencar como seu candidato ao governo do estado, coroa de forma objetiva um momento de maturidade política, visto que para além de sua importante atuação em defesa dos trabalhadores baianos, Otto é um senador que possui bandeiras claras, que na CPI da COVID foi a voz da ciência, defendendo a vacina e o respeito aos protocolos sanitários, sendo veementemente contra o Bolsonaro e todas as suas decisões cruéis que caminharam ao lado da morte.
Ele, ao lado de Jaques Wagner no Senado Federal fazem parte da base mais sólida e confiável para os trabalhadores baianos, e nos orgulha muita saber que Jaques Wagner, oriundo do movimento sindical irá compor a coordenação nacional da campanha à presidência de Luís Inácio Lula da Silva, e de que Rui Costa, um dos maiores governadores de nossa história da Bahia, comporá a chapa e com a força do povo baiano será conduzido ao Senado Federal, para lá levar adiante o belíssimo trabalho que tem feito pelos trabalhadores de nosso estado.
Otto Alencar tem a experiência de quem já passou por todos os cargos que um homem público poderia almejar, sem nenhuma mácula em sua atuação, sendo um representante de palavra e sobretudo caráter e é por isso que a coerência é o que o levará ao governo do estado, sendo, sem dúvidas o nome a escolhido como candidato do grupo que representa aqueles que defendem a democracia na Bahia.
Nós, sindicalistas filiados à UGT Bahia, trazemos o nosso apoio. Em Otto eu vOTTO!
25 de fevereiro de 2022
Salvador – Bahia
Marcelo Carvalho -Presidente UGT Ba
Magno Lavigne – ex Presidente da UGT BA
Luís Nogueira – Sintracap Ba
Valci Santana – Sindicato dos Portuários de Candeias – BA
Cíntia Samara – Siepae Bahia
Rivaldo Souza – Sindicato dos Gráficos do Estado da Bahia
Mauricio Roxo – Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública de Salvador (Sintral Bahia)
Carlos Nildo – Sindicato dos Empregados do Comércio de Camaçari e Dias D’Ávila
Gil Dias – Sindicato dos Empregados do Comércio de Teixeira de Freitas
Jose Candido – Sindicato dos Empregados do Comércio de Vera Cruz
Adeson – Sindicato dos Empregados do Comércio de Valença
Adrião Barbosa – Sindicato dos Comerciários de Alagoinhas e Região
Ivone – Sindicato dos Comerciários de Senhor do Bonfim
Neumarcir Silva – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pindobaçu
Tatiana Ribeiro – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caém
Marisvalda e Antônia – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campo Formoso
Jailson e Renato – Sindicato dos Jailson Silva – Servidores Públicos Municipais de Macarani
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maiquinique
Silvio Cesar – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itororó
Zelia Dattoli – Sindicato dos Comérciarios de Jacobina
Professor Eliezer – Servidores Públicos Municipais de Andorinhas
Pedro Jackson – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jacobina
Alex – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Várzea da Roça
Rubia – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Antônio Gonçalves
Dinda e Cláudio – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brumado
Raimundo e Sônia – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Senhor do Bonfim
Higino Filho – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barro Preto
Daniel Neto – Sindicato dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais de Tapiramutá
Neumacir Silva – Febasmu – Federação Baiana dos Servidores Públicos Municipais do estado da Bahia
Daniel Neto – Fesagro – Federação dos Trabalhadores e Empreendedores na Agricultura Familiar do Estado da Bahia
Itamaraty diz que enviará missão à Polônia para atender brasileiros vindos da Ucrânia
Foto: Estadão/Arquivo |
O Itamaraty informou que vai enviar uma missão a Varsóvia para ajudar os brasileiros que se dirigem à Polônia vindos da Ucrânia. A pasta afirmou que serão oito servidores e que eles chegarão “em breve”, sem especificar uma data. O ministério orientou aos brasileiros que estão próximos da fronteira com a Polônia que entrem contato com o plantão da embaixada do Brasil em Varsóvia, no número +48 608 094 328.
Brasileiros e outras pessoas que tentam deixar a Ucrânia por terra têm enfrentado condições dificílimas na fronteira, como frio intenso, filas quilométricas de carros e milhares de pessoas aglomeradas em frente a portões. No sábado, a embaixada do Brasil em Kiev divulgou um comunicado dizendo ter recebido “inúmeros relatos de enormes aglomerações, atrasos que chegam a durar dias, comportamento agressivo, falta de hospedagem e necessidades básicas” na fronteira.
Flávia Mantovani/Folhapress
Polícia impede que meia tonelada de maconha chegue a Campo Grande
O veículo, os dois envolvidos e o entorpecente foram encaminhados até a sede da Defron, em Dourados - (Foto: Divulgação) |
A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), apreendeu neste sábado (26) mais de meia tonelada de maconha de maconha na MS-166, no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul.
Por volta das 14 horas deste sábado, uma equipe da Delegacia estava em deslocamento pela rodovia, entre o local conhecido como Cabeceira do Apa e a cidade de Antônio João, quando visualizou um Fiat Pálio em atitude suspeita. Ao notar a presença policial, o condutor do veículo realizou manobra brusca e entrou em uma estrada vicinal, chamando ainda mais a atenção dos policiais.
A equipe então foi atrás do veículo e o localizou em meio a uma plantação de soja. O condutor ainda tentou fugir, mas foi abordado pelos policiais, sendo constatado que ele trazia no banco do carona um adolescente de 17 anos de idade. Os dois foram rendidos e averiguou-se que o automóvel estava carregado com maconha.
Os indivíduos confessaram o crime e informaram à polícia que levariam o entorpecente de Ponta Porã para a capital Campo Grande e receberam o valor de R$ 2.500,00 cada um pela realização do transporte. O veículo, os dois indivíduos e o entorpecente foram encaminhados até a sede da Defron, em Dourados, para os procedimentos legais.
Lá, foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. A droga após pesada totalizou 522 quilos, mais de meia tonelada de maconha.
Mãe atira contra o próprio filho após descobrir que ele tentou estuprar irmã de 12 anos
(Foto: Tiago Apolinário/Arquivo/Da Hora Bataguassu) |
Uma mulher de 38 anos foi presa em flagrante na tarde desse sábado (26) após tentar matar a tiros o próprio filho a tiros no centro de Bataguassu, a 311 quilômetros de Campo Grande. Os disparos não atingiram o jovem. O crime teria ocorrido por volta das 13 horas, na Rua Sidrolândia, quando a mulher abordou o filho de 19 anos. Ela teria sacado o revólver e efetuado dois disparos, que não o atingiram rapaz.
Um policial que estava de folga ouviu os disparos e, em seguida, avistou a mulher correndo. O agente então acionou a PM (Polícia Militar) que, durante diligências, conseguiu encontrar a mulher. Para os policiais, a suspeita relatou que tentou matar o filho após ele tentar estuprar a própria irmã, de 12 anos. A mulher disse que o fato ocorreu há cerca de dois meses atrás, mas, no sábado, o rapaz teria pedido para conversar com a irmã próximo ao local, e ela teria esperado ele passar pela região. Questionada sobre o revólver, a mulher contou que entregou para outra pessoa, que fugiu do local.
O filho relatou em depoimento que a mãe estava com uma arma de cor dourada, e que ela teria efetuado dois disparos que não o acertaram e outros dois falharam. Diante dos fatos, a mulher foi encaminhada a Delegacia de Polícia Civil de Bataguassu, onde foi autuada em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio. O caso será investigado pela Polícia Civil. A arma utilizada pela mulher ainda foi localizada.
Guerra entre Rússia e Ucrânia pode impactar inflação e PIB no Brasil
Reutrs: Bernadett Szabo/Direitos reservados |
A invasão da Ucrânia por tropas russas pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. O Brasil pode sentir os efeitos do conflito por meio de pelo menos três canais: combustíveis, alimentos e câmbio. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como pode resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.
Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada nesta semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses. No Brasil, os impactos deverão ser ainda mais intensos. Uma das razões é a exposição maior aos fluxos financeiros globais que o restante da América Latina, com o dólar subindo e a bolsa caindo mais que na média do continente.
A própria pesquisa, que ouviu 160 especialistas em 15 países, constatou a deterioração do clima econômico. Na média da América Latina, o Índice de Clima Econômico caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano, de 80,6 para 79 pontos. No Brasil, o indicador recuou 2,8 pontos, de 63,4 para 60,6 pontos, e apresentou a menor pontuação entre os países pesquisados.
Grande parte da queda atual deve-se ao Índice de Situação Atual, um dos componentes do indicador, que reflete o acirramento das tensões internacionais e o encarecimento do petróleo no início de 2022. O outro componente, o Índice de Expectativas, continuou crescendo, tanto no continente como no Brasil, mas a própria FGV adverte que o indicador que projeta o futuro também pode deteriorar-se caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se prolongue.
Canais
Segundo a FGV, existem diversos canais pelos quais a crise entre Rússia e Ucrânia pode chegar à economia brasileira. O principal é o preço internacional do petróleo, cujo barril do tipo Brent encerrou a semana em US$ 105, no maior nível desde 2014. O mesmo ocorre com o gás natural, produto do qual a Rússia é a maior produtora global, cujo BTU, tipo de medida de energia, pode chegar a US$ 30, segundo disse nesta semana em entrevista coletiva o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.
O Brasil usa o gás natural para abastecimento das termelétricas. Para o diretor da estatal, a perspectiva é que a elevação dos reservatórios das usinas hidrelétricas no início do ano possa compensar, pelo menos nesta fase de início de conflito.
Em relação à gasolina, a recuperação da safra de cana-de-açúcar está reduzindo o preço do álcool anidro, o que também ajuda a segurar a pressão do barril de petróleo num primeiro momento. Desde novembro do ano passado, o litro do etanol anidro acumula queda de 24,6% em São Paulo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.
As maiores pressões sobre combustíveis estão ocorrendo sobre o diesel, que não tem a adição de etanol e subiu 3,78% em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial.
Alimentos
Outro canal pelo qual a guerra no Leste europeu pode afetar a economia brasileira são os alimentos. A Rússia é a maior produtora mundial de trigo. A Ucrânia ocupa a quarta posição. Nesse caso, o Brasil não pode contar com outros mercados porque a seca na Argentina, tradicionalmente maior exportador do grão para o Brasil, está comprometendo a safra local.
A crise no mercado de petróleo também pressiona os alimentos. Isso porque a Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes, que também são afetados pelo petróleo mais caro. Atualmente, o Brasil compra 20% dos fertilizantes do mercado russo. O aumento do diesel também interfere indiretamente no preço da comida, ao ser repassado por meio de fretes mais caros.
Dólar e juros
O terceiro fator pelo qual a crise entre Rússia e Ucrânia pode impactar a economia brasileira será por meio do câmbio. O dólar, que chegou a atingir R$ 5 na quarta-feira (23), fechou a sexta-feira (25) a R$ 5,15 após a ocupação de cidades ucranianas por tropas russas. Por enquanto, os efeitos no câmbio são relativamente pequenos porque o Brasil se beneficiou de uma queda de quase 10% da moeda norte-americana no acumulado de 2022. O prolongamento do conflito, no entanto, pode anular a baixa do dólar no início do ano.
Nesta semana, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o Brasil está preparado para os impactos econômicos da guerra. Segundo ele, o país tem grandes reservas internacionais e baixa participação de estrangeiros na dívida pública, o que ajudaria a enfrentar os riscos de uma turbulência externa prolongada.
No entanto, caso o dólar continue a subir e a inflação não ceder, o Banco Central pode ver-se obrigado a aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) mais que o previsto. Nesse caso, o crescimento econômico para este ano ficaria ainda mais prejudicado. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado elevaram a projeção anual de inflação oficial para 5,56% em 2022. Essa foi a sexta semana seguida de alta na estimativa. A previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em apenas 0,3% neste ano.
Edição: Fernando Fraga
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Número de mortos em Petrópolis chega a 223; ainda há 20 desaparecidos
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress |
Subiu para 223 o número de pessoas mortas na chuva que arrasou Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Desse total, 132 são mulheres e 91, homens. Entre as vítimas, há 42 menores.
O temporal que caiu sobre a cidade imperial no último dia 15 alagou ruas, destruiu bairros e matou famílias inteiras.
Enquanto o número de óbitos aumenta, o de pessoas desaparecidas diminui. Até este sábado (26), 20 pessoas ainda não haviam sido localizadas.
Segundo a prefeitura, 201 vítimas foram enterradas no cemitério da cidade. A primeira a ser sepultada foi a pequena Evelyn Luiza Netto da Silva, 11, enterrada no dia seguinte à tragédia.
A liberação de alguns corpos leva mais tempo em razão do estado em que eles chegaram ao IML (Instituto Médico Legal). Nesses casos, é preciso fazer exames de DNA e papiloscópicos para ter a identificação.
Segundo a Polícia Civil, há um mutirão formado por peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia para dar celeridade ao trabalho.
Ao menos 400 bombeiros seguem trabalhando nas buscas por vítimas na cidade. Eles se concentram sobretudo no Morro da Oficina, na Vila Felipe e no bairro Sargento Boening, as áreas mais afetadas pelos temporais.
As Forças Armadas também atuam na cidade. Ao todo, foram empregados 1.100 militares nos trabalhos de recuperação da cidade e na assistência médica. Segundo a prefeitura, eles já realizaram 950 atendimentos médicos, distribuíram 188 toneladas de donativos e desobstruíram 30 vias.
Além das perdas humanas, o temporal destruiu bairros inteiros, obrigando 930 pessoas a procurarem abrigo nos 13 pontos de acolhimento disponibilizados. Segundo a administração municipal, essas pessoas estão recebendo itens essenciais e orientações sobre os serviços sociais que podem solicitar.
Apesar do medo da chuva, alguns moradores seguem vivendo à beira dos barrancos que deslizaram.
A destruição causada pelas chuvas também afetou fortemente o comércio local. De acordo com uma pesquisa feita pelo IFec RJ (Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises), as chuvas na cidade causaram um prejuízo de mais de R$ 78 milhões ao comércio local.
Segundo o estudo, 65,8% dos comerciantes tiveram perda ou queda de faturamento e 32,4% tiveram seus estabelecimentos ou depósitos alagados. O levantamento ouviu 245 comerciantes entre os dias 16 e 17 de fevereiro.
Já a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) de Petrópolis deve sofrer perdas de R$ 665 milhões por causa dos estragos provocados pelo temporal.
Matheus Rocha//Folhapress
Virtual futuro governador da Bahia, Leão comemora 76 anos hoje cercado de expectativa de pode
Foto: Leandro Dvorak/Divulgação |
O vice-governador João Leão, secretário do Planejamento e também presidente do PP da Bahia, comemora 76 anos neste domingo (27) e afirma estar esbanjando boa saúde e vitalidade para “continuar trabalhando pela Bahia”. Leão está no segundo mandato de vice-governador e deve assumir o lugar do governador Rui Costa (PT) em abril, quando é esperado que o governador Rui Costa (PT) renuncie ao mandato para concorrer ao Senado.
“Mais um ano de vida, o 76°. E só tenho o que agradecer. Eu carrego um lema: ‘Sonhos, acredite neles! Porém, realize-os’. E isto me move. Chego aos 76 anos com a certeza que já realizei muitos dos meus sonhos e também os sonhos de muita gente. Mas ainda há uma estrada a percorrer e outros sonhos a realizar”, afirma.
Conhecido pelo bom humor, João Leão brinca que viverá dois séculos de vida: “Peço saúde e forças a Deus, para que eu possa continuar trabalhando por minha Bahia. Afinal, vou viver até os 200 anos e, até lá, terei muitos novos sonhos a realizar”.
Nascido em Recife (Pernambuco) João Felipe de Souza Leão em 27 de fevereiro de 1946, ele veio para a Bahia ainda pequeno, para o Muquém do São Francisco, e viveu sua infância no Riacho da Serra Branca. Hoje é um dos principais tripés do grupo político que governa a Bahia há 15 anos.
Na trajetória política, o vice-governador foi deputado federal por cinco mandatos – de 1995 a 2015, vice-governador (por duas vezes) e secretário do Planejamento e de Desenvolvimento Econômico nas gestões do governo Rui Costa, secretário de Infraestrutura no governo Jaques Wagner (2009-2010), secretário da Casa Civil do município de Salvador (2011-2012), e prefeito de Lauro de Freitas, 1991 a 1994.
Putin invade segunda maior cidade da Ucrânia; Zelenski rejeita negociar rendição
Foto: Maksin Levin/Reuters/Folhapress |
Forças russas entraram neste domingo (27) na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, e iniciaram uma batalha nas suas ruas após uma noite de intensos combates. Em Kiev, a pressão continua com bombardeios, mas não há sinais de uma ofensiva total contra o centro da capital.
O quarto dia da campanha de Vladimir Putin contra a Ucrânia também registra uma movimentação diplomática, após o Ocidente ter elevado o grau de punição a Moscou ao anunciar o início da desconexão de alguns bancos russos do sistema internacional de transferências financeiras.
No fim da manhã (madrugada no Brasil), o Kremlin anunciou que uma delegação havia sido enviada para Gomel, cidade na Belarus a 40 km da fronteira ucraniana. “Estaremos prontos para começar negociações”, disse o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov.
Por enquanto, o governo de Volodimir Zelenski rejeita a iniciativa, presumivelmente porque o que Moscou quer é uma rendição. Em um pronunciamento, o presidente disse que seria possível conversar em Belarus se os russos não tivessem usado a ditadura aliada como uma das bases para seu ataque —justamente contra Kiev, a menos de 200 km da fronteira sul belarussa.
O ucraniano teve um sábado de sucesso midiático no Ocidente, deixando seu passado de comediante e político inábil no poder para trás ao fazer discursos desafiadores em Kiev.
Peskov não elaborou acerca do que a delegação vai exigir. Quando falou sobre o assunto, na sexta (25), havia citado que a ideia era negociar “a neutralidade da Ucrânia”. Este é o ponto principal das demandas feitas ao Ocidente por seu chefe, enquanto juntava quase 200 mil soldados em torno do vizinho: evitar que Kiev adira à Otan (aliança militar ocidental) e, por tabela, à União Europeia.
Putin, por sua vez, apareceu rapidamente pela primeira vez em dois dias, em um pronunciamento televisivo sobre o Dia das Forças Especiais. “Eu presto especial tributo àqueles que estão desempenhando heroicamente seus deveres militares durante a operação especial para assistir as repúblicas populares do Donbass”, afirmou.
O eufemismo para a guerra virou obrigatório para a mídia russa, agora proibida em falar invasão ou agressão. Ele se refere ao “casus belli” arrumado por Putin para, nas suas palavras, desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia: o reconhecimento como países de duas áreas controladas por rebeldes pró-Rússia desde 2014 no Donbass (leste do país), que ato contínuo pediram ajuda militar a Moscou.
Ela veio, como os meses de preparação acabaram provando, na forma de uma invasão por diversos pontos da Ucrânia. Kiev está cercada por dois pontos, a noroeste e a nordeste, mas os russos não fizeram uma ação.
“Eles podem estar sofrendo sim com a resistência ucraniana, mas essa abertura do canal de rendição parece contar outra história. Podem querer evitar um massacre de civis na capital, que acabaria com o que sobrou de imagem externa da Rússia, mas também para facilitar a instalação de um governo pró-Kremlin”, diz o cientista político Konstantin Frolov.
Aí entra a eventual queda de Kharkiv. Já na noite de sábado houve movimento grande de blindados, tanques e obuseiros autotransportados pela fronteira na região de Belgorod, prenunciando um cerco e invasão. Um gasoduto na região foi explodido, mas não há ainda uma avaliação do impacto do ataque.
“Estamos resistindo ao inimigo”, disse a conta de Facebook da prefeitura local.
Se Kharkiv e seus 1,4 milhão de habitantes estiverem em mãos russas, isso pode facilitar o reforço das operações em Kiev, a oeste, e cortará uma linha importante entre as forças ucranianas que operam nas antigas fronteiras da chamada linha de contato, que a separava dos rebeldes do Donbass.
Ao mesmo tempo, os russos tomaram cidades nos arredores de Kherson, cidade cerca de 500 km ao sul de Kharkiv. Se a conquistarem, poderão “fechar” uma linha cruzando o país, espremendo forças ucranianas entre ela e o Donbass.
Nas áreas separatistas, os ucranianos mantém sua campanha de bombardeios. Nesta noite, atingiram outro depósito de combustível, na cidade de Rovenki. A TV russa também mostrou imagem de vários danos em áreas residenciais da localidade, embora não haja notícia de vítimas.
Faz parte da guerra de propaganda, claro, mas sofrimento civil, ainda que manipulável, é sofrimento. Do lado ucraniano, além do trauma dos dias sob fogo e um número ainda incerto, na casa das centenas, de mortos, há a questão dos refugiados. Segundo a ONU, já são 150 mil pessoas que saíram do país, a maioria para a Polônia.
Na capital, a madrugada foi de ataques em torno da cidade. Um grande depósito de petróleo de uma base aérea de Vasilkiv, a sudeste de Kiev, foi atingindo, pintando o céu noturno de laranja à distância. “A noite foi brutal. Hoje, não há uma única coisa no país que os ocupantes não consideram um alvo aceitável. Eles lutam contra jardins de infância, prédios residenciais, até ambulâncias”, disse Zelenski, em um vídeo no Instagram.
Um toque de recolher está em vigor na cidade, cuja defesa de áreas centrais parece entregue a milícias e civis, que receberam ao menos 18 mil fuzis, liberando militares para a linha de frente. O problema é que há descoordenação aparente, e há relatos de civis sendo baleados por outros, achando se tratar de russos. Na cidade de Dnipro, repórteres dinamarqueses foram baleados porque não falavam ucraniano ao serem abordados.
Igor Gielow/Folhapress
Governo suspende visita ao Brasil de primeiro-ministro russo por crise na Ucrânia
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil |
Mishustin deveria viajar ao Rio para participar da reunião da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, presidida pelo premiê russo e, do lado brasileiro, pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
A avaliação interna no governo é que receber Mishustin no Brasil seria interpretado como um sinal de alinhamento à decisão do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. Seria uma sinalização na contramão da que o país passou a adotar, a partir de sexta-feira (25), no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas): a de condenar nos termos mais duros a agressão da Rússia contra a Ucrânia, em violação à carta das Nações Unidas.
A intenção dos dois países de organizar a viagem de Mishustin constou no comunicado conjunto de Bolsonaro com Putin, por ocasião da passagem do brasileiro por Moscou.
"[Os dois líderes] sublinharam a importância de que a VIII sessão da Comissão de Alto Nível de Cooperação se realize no primeiro quadrimestre de 2022, no Rio de Janeiro", diz o texto.
Foi no encontro de 16 de fevereiro, quando Putin já era acusado de planejar uma incursão militar na Ucrânia, que Bolsonaro expressou solidariedade à Rússia -numa fala criticada pelo governo Joe Biden (EUA) e interpretada como uma manifestação de simpatia às ameaças militares do Kremlim.
A Comissão de Alto Nível é a mais importante instância de coordenação intergovernamental de temas das relações entre Brasil e Rússia. Tem por função organizar as ações nos diferentes ministérios de assuntos bilaterais.
As reuniões de alto nível da comissão estavam paralisadas. A última ocorreu em setembro de 2015, à época liderada pelo então vice-presidente Michel Temer e pelo ex-premiê russo Dimitry Medvedev.
De acordo com interlocutores, até antes da eclosão do conflito o Itamaraty e o ministério de Relações Exteriores da Rússia estavam discutindo as datas do encontro entre Mourão e Mishustin.
Ambas as partes acordaram que o Brasil, como anfitrião, deveria propor uma data para a reunião em abril.
No entanto, nesta semana o governo Bolsonaro decidiu não apresentar uma sugestão de data -o que, na prática, significa cancelar a visita.
Procurado neste sábado (26), o Itamaraty não respondeu questionamento enviado pela Folha de S.Paulo.
Além de o Brasil ter se juntado ao coro de grande parte da comunidade internacional condenando a invasão da Ucrânia, o diagnóstico no Itamaraty é que as recentes declarações de Mourão também são um obstáculo para a confirmação da agenda.
Na quinta-feira (24), Mourão criticou a ofensiva russa, afirmou que o Brasil não está neutro diante do conflito e defendeu que o Ocidente a Ucrânia. Ele comparou ainda a ação de Putin ao expansionismo militar da Alemanha comandada por Adolf Hitler, na década de 30.
"Tem que haver uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Esta é a minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois os Estados bálticos e assim sucessivamente. Igual a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 30", declarou o vice na ocasião.
Mourão foi publicamente desautorizado por Bolsonaro. Mas, no dia seguinte, a delegação brasileira na ONU se juntou aos Estados Unidos e aliados numa dura condenação aos ataques ordenados por Moscou.
A resolução apoiada pelo Brasil recebeu no total 11 votos a favor, um contra (da Rússia) e três abstenções. (China, Índia e Emirados Árabes Unidos). Como os russos têm poder de veto, ela não foi adotada.
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse no conselho que as preocupações de segurança da Rússia não lhe dão o direito de ameaçar o território de outro estado.
"As preocupações de segurança manifestadas nos últimos anos pela Federação da Rússia, particularmente no que diz respeito ao equilíbrio estratégico na Europa, não conferem ao país o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado", disse.
A fala de Costa Filho marcou uma guinada nas manifestações que o governo brasileiro vinha adotando até então. Havia a preocupação no Itamaraty de não se indispor com Putin, que lidera um país considerado parceiro estratégico do Brasil e sócio nos Brics (bloco também formado por Índia, Rússia e África do Sul).
Desde o início da crise desencadeada pela mobilização militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia, o governo dos Estados Unidos e outros aliados têm tentado assegurar o apoio do Brasil em organismos internacionais.
Nas palavras de um diplomata estrangeiro que realiza tratativas com o Itamaraty, é preciso criar um quadro de isolamento diplomático total contra Putin.
Brasil defende integridade territorial das nações, diz presidente
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil |
“Volto a afirmar que eu e meu governo estamos focados em garantir a segurança do nosso país, proteger os interesse do nosso povo, auxiliar os cidadãos brasileiros que se encontram nas regiões conflagradas e contribuir para uma resolução pacífica do conflito”, disse Bolsonaro, em uma sequência de três publicações em sua conta no Twitter.
Sem citar os nomes dos países, Bolsonaro destacou que o Brasil tem expressado bem sua posição em pronunciamentos no Conselho de Segurança da ONU e em pronunciamentos oficiais.
Um dos membros temporários do Conselho de Segurança, o Brasil votou ontem (25) a favor de uma resolução do colegiado para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia. A iniciativa acabou barrada pelo poder de veto dos próprios russos, um dos cinco membros vitalícios do conselho.
Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília
FAB coloca aviões de prontidão para retirada de brasileiros da Ucrânia
Aeronaves são do mesmo modelo usado em outras missões humanitáriasFoto: Força Aérea Brasileira-FAB
Dois aviões multimissão KC-390 Millenium foram colocados de prontidão para um possível transporte de brasileiros evacuados da Ucrânia. A informação foi confirmada na manhã de hoje (26) pela Força Aérea Brasileira (FAB).
"As aeronaves são do mesmo modelo utilizado em outras missões humanitárias internacionais: o transporte de donativos para as vítimas da explosão em Beirute, capital do Líbano, em 2020; e o apoio emergencial à tragédia causada pelo terremoto ocorrido em agosto de 2021 no Haiti", diz publicação na conta da FAB no Twitter.
Ainda não foram divulgados pela FAB ou o Itamaraty detalhes sobre onde, quando ou como será feita a retirada dos brasileiros. Ontem (25), foi informado pela Embaixada do Brasil na Ucrânia o desembaraço de um trem para o transporte de cidadãos brasileiros e latino-americanos. O comboio deveria partir da capital Kiev com destino à cidade de Chernivtsi, a oeste do país, ainda na noite de sexta-feira.
Entre os brasileiros em Kiev estão dezenas de jogadores que atuam no futebol ucraniano. Em uma transmissão e em publicações pelo Instagram, a esposa do zagueiro Marlon Santos, Maria Paula Marinho, disse que eles foram avisados a ir do hotel até a estação de trem em pouco mais de meia hora.
Em nota, a embaixada alertou que a "situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes. Prioridade deverá ser dada a mulheres, crianças e idosos”.
Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília
Janela partidária começa na próxima quinta-feira (3)
Até 1º de abril, deputadas e deputados poderão mudar de partido sem perder o mandato
Deputadas e deputados federais ou estaduais que pretendem trocar de partido político antes das Eleições 2022 terão 30 dias para fazê-lo sem perder o mandato por infidelidade partidária. Esse período é a chamada janela partidária, que começa a ser contada a partir da próxima quinta-feira, 3 de março e termina no dia 1º de abril.
A janela partidária faz parte do Calendário Eleitoral e está prevista na Lei das Eleições (Artigo 93-A da Lei 9.504/1997). A regra foi regulamentada pela Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015), após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que firmou o entendimento segundo o qual o mandato obtido nas eleições proporcionais (deputados e vereadores) pertence à agremiação, e não aos candidatos eleitos. A regra também está prevista na Emenda Constitucional nº 91/2016.
O parlamentar que trocar de partido fora da janela partidária sem apresentar justa causa pode perder o mandato. São consideradas “justa causa” as seguintes situações: criação de uma nova sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.
Em 2018, o TSE decidiu que só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente. Ou seja, vereadores só podem migrar de partido na janela destinada às eleições municipais, e deputados federais e estaduais naquela janela que ocorre seis meses antes das eleições gerais.
Mudanças durante a legislatura
Para o cientista político João Beato, a oportunidade em que é permitida a troca de partido político serve para acomodar mudanças políticas ocorridas no transcorrer de uma legislatura. “A política é sujeita a uma série de variáveis, não é uma coisa constante”, explica.
Segundo ele, a normatização da janela partidária serviu para conter a volatilidade das filiações partidárias, em que deputados e vereadores por vezes acumulavam múltiplas mudanças de partido numa mesma legislatura, sem engessar o jogo político. “Viver com toda aquela efemeridade do ‘troca-troca’ do político de um partido para outro, de uma forma sem limites, era muito ruim para a democracia”, avalia.
A troca de partido no ano eleitoral permite, segundo Beato, uma reconfiguração das forças políticas no cenário das próximas eleições, sem que partidos ou mandatários sejam prejudicados. “Isso ajuda muito o eleitorado a não ficar perdido no processo de trocas de legendas”, acrescenta.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação
Propaganda partidária nacional começa neste sábado (26)
PSOL será o primeiro partido a exibir o conteúdo; PDT exibe a partir de terça-feira (1º)
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) será o primeiro a exibir a propaganda partidária gratuita em rede nacional de rádio e televisão, após o restabelecimento desse direito às legendas. O programa do PSOL vai ao ar neste sábado, 26 de fevereiro.
A propaganda partidária estava extinta desde 2017, mas voltou a ser permitida pelo Congresso Nacional com a Lei nº 14.291/2022, e segue a as regras da Resolução 23.679/2022 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que disciplina a forma de veiculação dos conteúdos.
O PSOL terá direito a 10 inserções nos intervalos da programação normal das emissoras no período das 19h30 às 22h30.
Já na próxima terça-feira (1º/3), será a vez do Partido Democrático Trabalhista (PDT) exibir o conteúdo. O PDT terá direito a 40 inserções distribuídas entre os dias 1º, 3, 5 e 8 de março. Serão 10 inserções por dia, cada uma com tempo total de 30 segundos, sempre das 19h30 às 22h30.
Critérios para divisão do tempo
A divisão do tempo entre os partidos é feita de acordo com o desempenho de cada legenda nas últimas Eleições Gerais, realizadas em 2018. Os partidos que elegeram mais de 20 deputados federais terão direito a 20 minutos semestrais para inserções de 30 segundos nas redes nacionais e de igual tempo nas estaduais.
Aqueles que têm entre 10 e 20 deputados eleitos poderão utilizar dez minutos por semestre para inserções de 30 segundos, tanto nas emissoras nacionais quanto nas estaduais. Já as bancadas compostas por até nove parlamentares terão cinco minutos semestrais para a exibição federal e estadual do conteúdo partidário.
O espaço destinado aos partidos na mídia tem como objetivo difundir e transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa da legenda, bem como divulgar as atividades congressuais do partido e a posição em relação a temas políticos e ações da sociedade civil. Pelo menos 30% do tempo destinado a cada legenda deve ser utilizado para a promoção e a difusão da participação feminina na política.
A veiculação da propaganda será sempre às terças-feiras, às quintas-feiras e aos sábados, e as mídias devem ser entregues por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.
A propaganda partidária é exibida no primeiro e no segundo semestre dos anos não eleitorais e apenas no primeiro semestre dos anos em que houver eleição.
Para saber os demais dias e horários das outras siglas, acesse o calendário da propaganda partidária de 2022.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação
Covid-19: Bahia registra 2.365 casos e 47 óbitos nas últimas 24h
Foto: Paula Fróes/GOVBA/Arquivo |
O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), deste sábado (26), registra 9.394 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, a Sesab notificou 2.365 casos da doença (taxa de crescimento de +0,16%) e mais 47 mortes.
De acordo com a Sesab, de 1.500.067 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.462.563 são considerados recuperados e 29.143 pessoas tiveram óbito confirmado devido à doença.
O boletim epidemiológico da secretaria contabiliza ainda 1.762.667 casos descartados e 324.287 em investigação. Na Bahia, 62.026 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
A Sesab ainda informa que 11.390.793 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.348.249 com a segunda dose ou dose única e 3.672.292 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 565.236 crianças já foram imunizadas.
Indignado com saída de Wagner, PT arma rebelião para indicar vice, vaga prometida ao PP
Foto: Divulgação/Arquivo/ Petistas querem colocar João Leão numa jaula e indicar o vice no lugar do vice que vai virar governador em abril |
Ainda indignados com a repentina retirada da candidatura do senador Jaques Wagner (PT) ao governo, setores e deputados do PT prometem trabalhar para, segundo suas próprias palavras, diminuir o impacto do ‘estrago’ e indicar a vice na chapa encabeçada pelo senador Otto Alencar (PSD) à sucessão estadual, cargo reservado para escolha do atual vice-governador João Leão (PP) dentro do acordo para assegurar a manutenção da aliança entre os três partidos.
Apesar de ainda não terem fechado um nome em torno do qual poderiam fazer pressão para impedir que Leão exerça o direito de escolher o vice, os petistas já agendaram uma reunião para esta segunda-feira (28), na qual pretendem, além de deflagrar o processo para apontá-lo, estabelecer uma estratégia para impedir que a chapa permaneça com a conformação “azul com azul”, como chamam a participação de dois partidos de centro-direita na cabeça e na vice.
Desconsiderando o fato de a vaga ao Senado estar assegurada ao governador Rui Costa (PT), responsável pela reviravolta que resultou no recuo de Wagner em favor de Otto, os petistas alegam ser inconcebível que os dois outros cargos da chapa possam ser preenchidos por dois partidos de centro-direita, quando a tradição, desde a primeira eleição de Wagner, sempre foi a de a composição ser de um “vermelho (de esquerda) com um azul”.
Eles lembram que, em 2006, o vice de Wagner foi do MDB (Edmundo Pereira) e, na reeleição, o próprio Otto (PSD). Nas duas eleições de Rui, seu companheiro de chapa, por sua vez, foi Leão. Agora, já que estão tendo que aceitar a contragosto o fato de os líderes petistas terem aberto mão de o PT disputar o governo, deputados e setores do partido alegam que o mínimo que poderia ser considerado era o fato de a agremiação que governou o Estado estes 15 anos indicar o vice.
Também argumentam que Leão vai ser brindado com o comando do Estado por oito meses a partir de abril, quando Rui renunciar para assumir a candidatura, ‘presente’ que, na avaliação dos petistas, tanto o vice quanto o seu partido jamais imaginaram que se tornaria uma realidade e, também segundo eles, poderá representar um fortalecimento para o PP que Leão não teve condições de promover em todo este período em que vem atuando como aliado do PT.
A pressão interna no PT pela tomada da vice das mãos de Leão cresce na mesma proporção que aumenta a preocupação com um verdadeiro desastre nos planos de reeleição dos deputados petistas, estaduais e federais, afetados tanto pela troca de um candidato majoritário do partido por um nome de outra sigla, o que diminui o chamado voto de legenda para os parlamentares, quanto pelo fato de terem sido praticamente os últimos a serem avisados sobre a mudança.
Política Livre
As consequências da vitória da esquerda no Chile
© Rodrigo Garrido/Reuters |
Orgulhoso de suas tatuagens, Gabriel Boric liderou uma coalizão que inclui comunistas abertamente. Ele promete acabar com o sistema de previdência privada do país, aumentar impostos, abrir uma empresa estatal de mineração de lítio, cancelar dívidas estudantis, tornar grátis o ensino superior e lutar vigorosamente contra a mudança climática. Os direitos de propriedade serão pisoteados. Existem duas lições importantes aqui.
Em primeiro lugar, a eleição dele levará mais turbulência para as Américas do Sul e Central. Infelizmente, as panaceias defendidas por Gabriel Boric vão sufocar a economia, inflamando ainda mais a insatisfação popular. A vitória dele, porém, incentivará forças semelhantes em outros países latinos.
As consequências políticas e econômicas disso abrirão uma grande oportunidade para a China e a Rússia. O México tem um presidente socialista, Andrés Manuel López Obrador, popularmente conhecido por suas iniciais: AMLO. Ele terá mais incentivo para estender o controle do governo sobre uma economia já problemática, sobretudo o setor de petróleo.
Além disso, está trabalhando para controlar o sistema judiciário do país, a fim de reduzir as restrições a seu poder. Os problemas econômicos decorrentes fortalecerão os cartéis de drogas, sem mencionar o aumento do número de pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos.
A segunda lição é que os líderes não podem se acomodar por causa do sucesso do passado. O Chile foi um milagre econômico, mas, durante anos, os políticos, em especial os que se consideram de direita, não deram continuidade às reformas pró-crescimento. Os impostos, por exemplo, são elevados demais. A alíquota mais alta do imposto de renda dos chilenos supera a dos EUA. O mesmo vale para o imposto de pessoa jurídica. Os impostos da previdência social são 60% mais altos do que os norte-americanos, e há um tributo nacional de 19% sobre as vendas.
O Chile deveria ter seguido o exemplo de lugares como Singapura, baixando os impostos para estimular um crescimento econômico robusto. Também deveria ter adotado um sistema de saúde semelhante ao de Singapura, totalmente acessível e com cobertura universal. Infelizmente, com a eleição no Chile, os países ao sul dos Estados Unidos continuarão a seguir políticas que são bem melhores em promover a pobreza do que a prosperidade.
https://www.msn.com
Regulador russo proíbe imprensa de usar palavra ‘invasão’ da Ucrânia
Foto: Folhapress |
O órgão de controle das comunicações da Rússia ordenou aos veículos da imprensa, neste sábado (26), que suprima de seu conteúdo qualquer referência a civis mortos no conflito na Ucrânia e proibiu os termos “invasão”, “ofensiva”, ou “declaração de guerra”.
“Destacamos que apenas fontes oficiais russas dispõem de informação atualizada e confiável”, afirmou a agência reguladora do setor, a Roskomnadzor, em um comunicado, no momento em que Moscou descreve a intervenção na Ucrânia como uma “operação especial” destinada a “manter a paz”.
Essa diretriz foi dirigida a uma série de meios de comunicação, a maioria crítica ao governo russo, como o jornal Novaya Gazeta, a rede online Dojd, ou o portal Mediazona, que foram classificados em seu país como “agentes estrangeiros”.
De acordo com o regulador, esses veículos são culpados de divulgar informações falsas de que “as Forças Armadas russas estão atirando contra as cidades ucranianas”. A agência também criticou os conteúdos que classificam a operação das tropas russas como “ofensiva, invasão, ou declaração de guerra”.
O regulador advertiu que, caso se neguem a remover o conteúdo, “o acesso a estes meios de comunicação ficará restrito”. Há um ano, a Rússia reforça o controle sobre o jornalismo independente e os movimentos de oposição.
Estadão Conteúdo
PT é centrado em SP e nunca priorizou Bahia, dizem líderes da sigla no Estado
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados |
Incomodados com a possível desistência de Jaques Wagner (PT) de concorrer ao governo da Bahia para abrir caminho à candidatura de Otto Alencar (PSD), lideranças estaduais do PT têm criticado o tratamento que a direção da sigla dá à Bahia na comparação com São Paulo.
A manobra de Wagner, com aval de Lula, faz parte de tentativa de atrair o partido de Gilberto Kassab para a base do ex-presidente no primeiro turno da eleição presidencial.
“O PT é um partido centrado em São Paulo”, diz o deputado federal Jorge Solla. “O PT nunca priorizou a Bahia. É o quarto maior colégio eleitoral e o primeiro na diferença de votos a favor do partido”, completa.
A crítica de Solla tem sido repetida por outros parlamentares do PT baiano.
Em São Paulo, o PT tem dito que não abre mão da candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo do estado, o que tem travado as articulações nacionais com o PSB, já que o ex-governador Márcio França também afirma que não desistirá.
Na última quinta-feira (25), Wagner anunciou em reunião com deputados federais e estaduais do PT que não quer ser candidato –seu mandato no Senado vai até fevereiro de 2027. Dias antes, ele já havia anunciado sua decisão ao ex-presidente Lula.
O senador petista se viu obrigado a desistir da candidatura ao governo depois que o governador Rui Costa manifestou o desejo de concorrer ao Senado no lugar que estava destinado a Otto. Ao perceber que Rui Costa se opunha a sua candidatura, Wagner disse a Lula que não teria condições de disputar sem apoio do governador de seu próprio partido.
Os petistas convocaram uma plenária para a próxima segunda-feira (28) na qual devem reunir deputados, prefeitos, vereadores e líderes do partido para reafirmar o apoio ao nome de Jaques Wagner.
Guilherme Seto/Folhapress
Cresce mobilização pró-Putin entre republicanos em redes sociais americanas
Foto: Divulgação/Arquivo |
Comentaristas de direita, incluindo Candace Owens, Stew Peters e Joe Oltmann, também entraram na briga online com postagens favoráveis a Putin e que racionalizaram suas ações contra a Ucrânia. “Vou ficar do lado da Rússia agora”, disse Oltmann, um podcaster conservador, em seu programa esta semana.
E em grupos do Telegram como The Patriot Voice e grupos do Facebook, incluindo Texas for Donald Trump 2020, os membros criticaram a maneira como o presidente Biden lidou com o conflito e expressaram apoio à Rússia, com alguns dizendo que confiavam mais em Putin do que em Biden.
As conversas online refletem como o sentimento pró-Rússia tem penetrado cada vez mais no Twitter, Facebook, YouTube, podcasts de direita, aplicativos de mensagens como o Telegram e alguns meios de comunicação conservadores. Quando a Rússia atacou a Ucrânia esta semana, essas opiniões se espalharam, infundindo o discurso online sobre a guerra com simpatia – e até aprovação – pelo agressor.
Os comentários positivos da Rússia são uma extensão das guerras culturais e políticas que animaram a direita nos Estados Unidos nos últimos anos. Em alguns desses círculos, Putin exerce um apelo de homem forte, visto como alguém que consegue o que quer e não deixa que o politicamente correto o detenha.
“Putin encarna a força que Trump fingia ter”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior residente do Atlantic Council que estuda plataformas digitais. “Para esses indivíduos, as ações de Putin não são uma tragédia – são uma fantasia realizada”.
O apoio a Putin e à Rússia agora está sendo expresso online em uma mistura de fatos, observações e opiniões, às vezes entrelaçadas com mentiras. Nos últimos dias, comentaristas elogiaram Putin e acusaram falsamente a Otan de violar acordos territoriais inexistentes com a Rússia, que, segundo eles, justificam a declaração de guerra do presidente russo à Ucrânia, de acordo com uma revisão de postagens do The New York Times.
Outros espalharam teorias de conspiração complicadas sobre a guerra que são tingidas de um brilho pró-Rússia. Em uma mentira popular que circula online, Putin e Trump estão trabalhando juntos na guerra. Outra falsidade envolve a ideia de que a guerra é para derrubar uma cabala de elites globais por tráfico sexual.
Ao todo, as narrativas pró-Rússia nas mídias sociais em inglês, TV a cabo e meios impressos e online aumentaram 2.580% na semana passada em comparação com a primeira semana de fevereiro, de acordo com uma análise da empresa de insights de mídia Zignal Labs. Essas menções surgiram 5.740 vezes na semana passada, ante 214 na primeira semana de fevereiro, disse Zignal.
As narrativas floresceram em dezenas de canais do Telegram, grupos e páginas do Facebook e milhares de tweets, de acordo com a análise do The Times. Alguns dos canais do Telegram têm mais de 160 mil assinantes, enquanto os grupos e páginas do Facebook têm até 1,9 milhão de seguidores.
(É difícil ser preciso sobre o escopo das narrativas pró-Rússia nas mídias sociais e fóruns online porque os bots e as campanhas organizadas dificultam o rastreamento.)
O sentimento pró-Rússia é algo inimaginável na Guerra Fria, quando a União Soviética era vista por muitos americanos como um inimigo. Nos últimos anos, essa atitude mudou, em parte ajudada pela interferência da Rússia. Antes da eleição presidencial dos EUA em 2016, grupos apoiados pelo Kremlin usavam redes sociais como o Facebook para inflamar os eleitores americanos, criando mais divisões e resistência ao politicamente correto.
Depois que Trump foi eleito, ele muitas vezes parecia favorável – e até admirador – de Putin. Isso semeou uma visão mais positiva de Putin entre os apoiadores de Trump, disseram pesquisadores de desinformação.
“Putin investiu pesadamente em semear a discórdia” e encontrou um aliado em Trump, disse Melissa Ryan, executiva-chefe da Card Strategies, uma consultoria que pesquisa desinformação. “Qualquer um que estude a desinformação ou a extrema direita viu a influência do investimento de Putin se firmar”.
Ao mesmo tempo, teorias da conspiração se espalharam online e polarizaram profundamente os americanos. Um deles foi o movimento QAnon, que postula falsamente que os democratas são traficantes de crianças adoradores de Satanás que fazem parte de uma cabala de elite tentando controlar o mundo.
A guerra Rússia-Ucrânia agora está sendo vista por alguns americanos através das lentes das teorias da conspiração, disseram pesquisadores de desinformação. Cerca de 41 milhões de americanos acreditam na teoria da conspiração QAnon, de acordo com uma pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Public Religion Research Institute. Esta semana, alguns seguidores do QAnon disseram online que a invasão da Ucrânia por Putin era simplesmente a próxima fase de uma guerra global contra os traficantes sexuais.
Lisa Kaplan, fundadora do Alethea Group, uma empresa que ajuda a combater a desinformação online, disse que as declarações pró-Rússia são potencialmente prejudiciais porque podem “legitimar ainda mais alegações falsas ou enganosas” sobre o conflito na Ucrânia “aos olhos do povo americano”.
Nem todo discurso online é pró-Rússia, e as ações de Putin foram condenadas por usuários conservadores de mídia social, comentaristas tradicionais e políticos republicanos, mesmo quando alguns criticaram como Biden lidou com o conflito.
“A invasão da Ucrânia por Vladimir Putin é imprudente e maligna”, disse o deputado Kevin McCarthy, líder republicano na Câmara, em um comunicado no Twitter na quinta-feira.
Na terça-feira, o deputado Adam Kinzinger, um republicano de Illinois que foi recentemente censurado pelo Partido Republicano por participar do comitê que investiga a insurreição de 6 de janeiro, criticou os republicanos da Câmara por atacar Biden, twittando que isso “alimenta a narrativa de Putin”.
Mas aqueles com uma postura pró-Rússia ficaram mais barulhentos online. Antes da invasão, o Gateway Pundit, um site de extrema direita, publicou uma história listando “fatos engraçados” sobre a Rússia e a Ucrânia, incluindo os pontos de discussão russos que estão sendo usados como justificativa para uma invasão. O artigo se espalhou em grupos do Facebook que apoiam Trump, atingindo até 565.100 seguidores, de acordo com dados da CrowdTangle, uma ferramenta de análise de propriedade do Facebook.
Em um podcast na quarta-feira, Steve K. Bannon, ex-assessor de Trump, também elogiou Putin como “anti-woke”. Ele sugeriu que o conflito ucraniano “não era nossa luta”.
Depois que o ataque da Rússia começou, alguns usuários online explicaram os motivos de Putin misturando-os com teorias da conspiração sobre a covid-19. Uma conta no Twitter chamada War Clandestine declarou que Putin estava mirando em laboratórios biológicos na Ucrânia que eram operados pelos Estados Unidos. A ideia se tornou mais crível, disse o autor, por causa da teoria da conspiração de que os Estados Unidos projetaram a covid-19 em um laboratório em Wuhan, na China.
Influenciadores pró-americanos como Mikel Crump e John Basham, que somam 99.200 seguidores, ampliaram a discussão. Mais tarde, o Twitter suspendeu a conta War Clandestine, além de uma segunda conta do mesmo usuário por tentar escapar da proibição, mas as pessoas continuaram postando gravações de tela do tópico online.
O Twitter disse que as contas do usuário foram suspensas permanentemente por violar sua política de comportamento abusivo e que estava monitorando narrativas emergentes que violam suas regras. Crump e Basham não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Alguns comentaristas pró-Rússia insistiram que estavam certos. Muitos culparam Biden, desenterrando velhas teorias da conspiração sobre o emprego de seu filho Hunter em uma empresa de gás ucraniana quando Biden era vice-presidente e estava envolvido em esforços diplomáticos com o país. Não houve evidências de irregularidades por parte dos Bidens, mas os conservadores aproveitaram a narrativa durante a eleição de 2020.
A crescente apreciação por Putin foi captada em pesquisas recentes da Economist e do YouGov, que mostraram que ele era visto mais favoravelmente pelos republicanos do que Biden. Outra pesquisa recente do Yahoo News e do YouGov descobriu que 62% dos republicanos acreditavam que Putin era um “líder mais forte” do que Biden.
Esse sentimento foi ecoado em uma pesquisa informal online na quarta-feira, quando um influenciador da QAnon perguntou aos seguidores do grupo Patriot Voice no Telegram se eles confiavam em Putin. Quase todos que responderam à pergunta disseram a mesma coisa: sim.
Estadão ConteúdoFoto: Divulgação/Arquivo
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