Ipiaú: Comerciante é assassinado dentro de distribuidora de bebidas

Foto: Giro Ipiaú

A violência volta a assustar moradores de Ipiaú. Na noite desse sábado (12), por volta das 19h30, no bairro Aparecida, o proprietário de uma distribuidora de bebidas foi executado a tiros dentro do próprio estabelecimento comercial. De acordo com as informações apuradas pelo GIRO, dois indivíduos a pé chegaram no local e um deles sacou a arma e iniciou o atentado.

Foto: Giro Ipiaú

A vítima conhecida popularmente como Jan Carlos, de 44 anos, foi atingida por tiros no ombro, perna, braço e cabeça. Ele morreu ainda no local. Um homem que estava na distribuidora foi baleado no pé e levado para o Hospital Geral de Ipiaú.  A dupla autora do crime fugiu e até o momento não foi localizada pela polícia. A motivação ainda é desconhecida. A suspeita de tentativa de assalto seguido de morte também será investigada.

Vítima também era instrutor de autoescola

Além de comerciante, Jan Carlos também era instrutor de uma autoescola é bastante conhecido na cidade. A morte dele é o segundo homicídio registrado no município em cerca de 24 horas. Na noite anterior, uma mulher foi morta a tiros e o seu companheiro baleado dentro de um bar próximo da Praça do Cruzeiro no centro de Ipiaú. Os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil. (Giro Ipiaú)

PT quer ‘festa popular’ na posse de Lula e fará hospedagem solidária

O PT prepara uma “festa popular” para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro, e espera caravanas de todo o país. Assim como em 2002, deve ser reeditado o esquema de “hospedagem solidária” por militantes que vivem no Distrito Federal.

Na semana que vem, haverá uma reunião da equipe de transição de Lula e da direção nacional do PT para organizar os detalhes do evento. A coordenação geral ficará a cargo da futura primeira-dama, Janja.

“Mesmo antes de fazermos qualquer planejamento, a militância já está se organizando espontaneamente”, disse Sônia Braga, secretária de Organização do PT e uma das responsáveis pelo tema na direção partidária.

Fábio Zanini / Folhapress

Comentarista da Globo é acusada de machismo contra Janja: 'deveria se limitar ao quarto do casal'

A jornalista Eliane Cantanhêde, comentarista de política da GloboNews, se envolveu em uma polêmica após condenar a participação ativa de Janja da Silva, mulher do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na transição de governo.

A declaração ocorreu durante o programa Em Pauta, na noite da última sexta-feira (11). "Ela não é política", disse. Na ocasião, a jornalista disse que o fato "sempre dava confusão", e comentou que a mulher do presidente deveria se limitar a ter voz apenas no quarto do casal.

Na avaliação da jornalista, Ruth Cardoso (1930-2008), mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi um bom exemplo. Ela ainda citou as mulheres de generais da Ditadura Militar (1964-1985) e Rosane Collor, mulher de Fernando Collor durante o seu mandato (1990-1992) e que se divorciou dele pouco depois.

"Um bom exemplo de primeira-dama era dona Ruth Cardoso, que era bastante discreta, mas era professora universitária. E tinha brilho próprio assim como Janja. Mas ela não dava palpite nas decisões do governo. Tinha era poder, a quatro chaves, dentro do quarto do casal. Daqui a pouco ela começa a dar palpite e diz quem é que precisa ser ministro e tudo mais. Ela não tem que dar palpite. Isso dá confusão. Isso não é bom", afirmou a comentarista.

Ao falar de Rosane, Eliane Cantanhêde afirmou que ela era acusada de fazer "coisas religiosas meio estranhas". Na época, Rosane era praticante do candomblé, religião de matriz africana. O comentário da jornalista, considerado machista, causou reações.

Com a polêmica, a comunicadora se manifestou: "Eu não disse isso!!! Elogiei a @JanjaLula e distingui relação pessoal de função pública"

Classificação Indicativa: Livre

Flordelis diz que apanhava de marido e suportava por ser evangélica

Ao ser ouvida em juízo neste sábado (12), em Niterói (RJ), a ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza relatou que pouco tempo após casar-se com o pastor Anderson do Carmo, a quem acolheu como filho aos 15 anos, passou a viver uma rotina de violência.
“Até na hora do sexo, meu marido só chegava às vias de fato se me machucasse. Ele me enforcou uma vez, desmaiei”, disse.

Desde a última semana, Flordelis está sendo julgada no Tribunal do Júri, acusada de ser a mandante do assassinato de Anderson, morto a tiros na casa em que viviam, em 2019. Ela nega as acusações.

O autor dos disparos, Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, foi condenado em novembro de 2021 a quase 30 anos de prisão.
Ainda segundo fala de Flordelis neste sábado, ela não denunciou o marido pela violência por ser evangélica. “Orava muito, fazia jejum, acreditava em Deus. (…) Aprendi com minha mãe e com a igreja que a mulher deveria ser submissa. Uma vez um pastor conversou com ele, e ele parou de me bater. Mas depois voltou. Voltei a orar e pedir para que outra pessoa aparecesse”, disse.

Ao final do seu relato, Flordelis se dirigiu aos jurados e negou participação no crime.

“Só queria dizer para a senhora [juíza] e jurados que estão aqui que eu, em momento algum, mandei ou pensei em matar meu marido. Em momento algum. Estou na cadeia pagando por algo que não fiz. Amava meu marido. Está sendo muito difícil a vida para mim”, disse, chorando.

A pastora responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Flordelis afirmou que só passou a saber de abusos sexuais a outros filhos após a morte de Anderson. “Tomei conhecimento somente da Kelly. Mas não quis acreditar. Não acreditava que ele cometeria tal coisa comigo e por tudo que eu parecia representar na vida dele.”
O primeiro réu a falar neste sábado foi o filho adotivo André Luiz de Oliveira. Ele afirmou ser inocente das acusações de envolvimento no planejamento da morte de Anderson.

Sobre o relacionamento do pastor e Flordelis, a quem diz considerar como pai e mãe, contou que “ele a tratava como uma princesa”. Um dos tesoureiros da igreja Flordelis, ele disse que a renda mensal da congregação era de R$ 120 mil a R$ 180 mil.

Também depôs Rayane dos Santos Oliveira, neta de Flordelis e que foi adotada por Simone Rodrigues, outra ré. Ela relatou uma série de abusos por parte de Anderson. “Nunca quis denunciar pois era grata à vida que ele me proporcionou”, disse.

Bruna Fantti / Folhapress

STF mantém suspensão de perfis do PCO, e Rosa defende que ministros discutam bloqueios em redes

O STF (Supremo Tribunal Federal) negou, em sessão do plenário virtual, pedidos de redes sociais para o desbloqueio de perfis e canais da sigla de esquerda PCO (Partido da Causa Operária), suspensos pelo ministro Alexandre de Moraes em junho.

Em uma série de recursos à decisão de Moraes, os advogados do Twitter, do Telegram, do Tik Tok, do Google (dono do YouTube) e da Meta (dona do Facebook e do Instagram) afirmaram que a determinação fez censura genérica a conteúdos que muitas vezes são lícitos.
As empresas queriam que as decisões do STF apontassem de forma clara o conteúdo que é ilegal para que as publicações fossem derrubadas pontualmente, e não que seja ordenado o bloqueio de páginas inteiras.

Entendem, no geral, que não se pode determinar a remoção de postagens que não ferem as instituições ou reproduzem fake news, e que impedir usuários de publicarem novos conteúdos é “censura prévia”.

A sessão do plenário virtual começou após o segundo turno das eleições, no último dia 4, e se encerrou ao fim desta sexta-feira (11). Nesse modelo de julgamento, os ministros depositam seus votos no sistema do STF durante um determinado período.

Moraes negou os recursos, sob a alegação jurídica de que as empresas não apresentaram “argumento minimamente apto a desconstituir os óbices apontados” em sua decisão.

O entendimento foi acompanhado pelos demais ministros, exceto Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados ao Supremo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos têm se manifestado nos processos contra o bloqueio de perfis de redes sociais, uma bandeira que também é do presidente Jair Bolsonaro.

Apesar de ter seguido o voto de Moraes e criticado os ataques do PCO às instituições, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, defendeu que o tema dos bloqueios integrais de perfis em redes sociais seja tratado, em outro momento, no plenário físico.

“A relevante questão constitucional suscitada pela parte recorrente reclama maiores reflexões e um debate mais aprofundado no âmbito desta Suprema Corte”, afirmou Rosa.

“Cuida-se de tema sensível envolvendo pontos de atrito entre valores constitucionais, ora situados em rota de colisão, que ainda não se acha maduro o suficiente para receber, neste específico procedimento cautelar, ora sob julgamento eletrônico, uma solução definitiva desta casa”, afirmou a ministra.

Já Kassio, em seus votos contrários à decisão de Moraes, afirmou que “as redes sociais servem como ferramenta ou instrumento de preservação da democracia e diálogo aberto e direto da sociedade, e, dela (o povo), com o parlamentar”.

“Sem isso, corremos o indesejável risco de nos distanciarmos da liberdade de expressão e liberdade de pensamento; valores que devem ser protegidos por esta Suprema Corte”, afirmou.

Mendonça, que também votou pelo desbloqueio, afirmou que, para remover conteúdo da internet, “cabe o apontamento específico de cada conteúdo ilegal para a exclusão, caso a caso, da respectiva postagem ou vídeo”.

Nesta sexta-feira, o Supremo também concluiu julgamento de recurso relacionado à derrubada do perfil de Ivan Rejane Boa Pinto, militante bolsonarista de Belo Horizonte preso em julho. Apenas Kassio e Mendonça, novamente, discordaram do posicionamento de Moraes.
Ele afirmou em vídeo que iria “caçar” e “pendurar de cabeça para baixo” ministros do Supremo e políticos de esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No pedido feito ao STF contra a decisão de suspensão do perfil de Ivan Rejane no Twitter, a rede social afirma que, “a despeito do integral cumprimento à determinação”, entende que o bloqueio integral da conta viola leis e a Constituição.

Ao decidir pelo bloqueio dos conteúdos do PCO, Moraes também incluiu o partido no inquérito das fake news, que investiga ainda o presidente Jair Bolsonaro e alguns dos seus apoiadores.

À época, Moraes deu cinco dias para que o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, fosse ouvido pela Polícia Federal.

A decisão do ministro foi tomada após o perfil do partido no Twitter se referir ao ministro como “skinhead de toga” que, em “sanha por ditadura”, “retalha o direito de expressão e prepara um novo golpe nas eleições”. O partido, que se define como “verdadeiramente revolucionário e comunista”, ainda pediu a “dissolução do STF” na postagem.

Segundo Alexandre de Moraes, “o Partido da Causa Operária, além das publicações no Twitter, utiliza sua estrutura para divulgar as mesmas ofensas nos mais diversos canais (Instagram, Facebook, Telegram, Youtube, TikTok)”.

Ele disse que isso amplia “o alcance dos ataques ao Estado Democrático de Direito”, atingindo “o maior número possível de usuários nas redes sociais, que somadas, possuem quase 290 mil seguidores”.

José Marques / Folhapress

Sinalização do Cidadania pró-Lula gera racha no partido

A sinalização de apoio do Cidadania ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive com a presença da senadora Eliziane Gama (MA) na equipe de transição, dividiu o partido.

Os cinco deputados federais eleitos não concordam com a posição expressa pelo presidente da legenda, Roberto Freire, que admite até ocupar um ministério no começo do governo.

“Em nenhum momento, como deputada eleita, fui consultada sobre meu posicionamento em relação ao próximo governo. Ao que tudo indica, esse é um pensamento de uma parte do Cidadania, que, até onde sei, não reflete a opinião dos demais colegas eleitos para a próxima legislatura no Congresso Nacional”, diz a deputada eleita Any Ortiz (RS).

Ela diz que tem diversas divergências com os petistas. “Tenho muito mais pautas que me afastam do PT do que aproximam, como o combate à corrupção e o controle fiscal. Serei oposição responsável, decisão que já está definida e já tornei pública. Espero que ela seja ouvida e respeitada”, afirma.

Fábio Zanini / Folhapress

Ubatã: Homem é vítima de tentativa de homicídio no Bairro Dois de Julho

 

Delegacia de Ubatã — Foto: Ubatã Notícias

Um homem identificado como Jobson Ramos da Silva, de 33 anos, foi vítima de uma tentativa de homicídio na rua Railton Miranda, bairro Dois de Julho, na madrugada deste sábado, 12, em Ubatã, no sul da Bahia. Conforme informações da Polícia Militar, uma guarnição foi acionada e encontrou a vítima no interior de sua residência com perfurações causadas por arma de fogo. Jobson foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o Hospital César Monteiro Pirajá e na sequência foi transferido para o Hospital de Base, em Itabuna. À Polícia, a vítima alegou desconhecer a motivação da tentativa de homicídio. Ainda não ha informações sobre as circunstâncias, autoria e se o crime possui relação com o homicídio ocorrido na noite desta sexta-feira, 11, no bairro do Lajedo (lembrar). (Ubatã Notícias)

Ex-prefeito de Ibirataia se envolve em acidente na BR-330, entre Ubatã e Barra do Rocha

— Foto: Ubatã Notícias

O efeito de Ibirataia Jorge Fair se envolveu num acidente na manhã deste sábado, 12, na BR-330, entre os municípios de Ubatã e Barra do Rocha. Conforme apurou o Ubatã Notícias, o ex-gestor, acompanhado da esposa, seguia numa SW4 Toyota sentido Ubatã quando foi surpreendido por um veículo Celta que saia de uma propriedade rural e invadiu a rodovia. O ex-prefeito chegou a frear, o veículo acionou os airbags, mas acabou acertando a lateral do Celta.

Celta envolvido no acidente — Foto: Ubatã Notícias

Com a colisão, os veículos ficaram ficaram bastante danificados, mas felizmente ninguém ficou ferido. Jorge Fair, que governou Ibirataia por 02 mandatos, 2005 a 2008 e 2009 a 2012, permaneceu no local aguardando a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para registro da ocorrência e também do seguro. O fluxo de veículos, com auxílio da PM, seguiu na rodovia. (Ubatã Notícias)

PM apreende 350 kg de explosivos na BR-242; dois homens foram presos

                                Artefato foi encontrado em Seabra nesta sexta-feira (11).
Ainda nesta sexta-feira, um dos suspeitos dos ataques às agências bancárias dos municípios de Irará, no começo do mês de outubro, e de Muritiba, na segunda-feira (7), foi morto em confronto com a polícia. De acordo com a SSP-BA, ele era o responsável pela confecção dos artefatos explosivos da quadrilha.
Além dos explosivos achados nesta sexta-feira, 250 espoletas, 400 metros de cordel detonante, 23 metros de estopim e dois veículos foram apreendidos.

Todo o material e os dois suspeitos foram levados para a delegacia de Seabra.

Fonte: G1

3 pessoas são assassinadas em Santo Estêvão; entre as vítimas um adolescente de 17 anos

Todos os corpos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana.
Um triplo homicídio foi registrado na tarde de ontem (11) no município de Santo Estêvão. Cláudio Santana de Carvalho, 30 anos, João Henrique Sacramento da Cruz, 31 anos, e Fabrício de Oliveira da Silva, 17 anos, foram assassinados por disparos de arma de fogo dentro de um bar.

João Henrique chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal de Santo Estêvão, mas não resistiu aos ferimentos durante o trajeto.

Já o adolescente Fabrício de Oliveira da Silva, deu entrada no Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana, passou por um procedimento cirúrgico, mas também não resistiu aos ferimentos.

Todos os corpos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

4 pessoas são assassinadas na noite de sexta-feira (11) em Feira de Santana

               Entre os crimes, um duplo homicídio foi registrado no bairro Panorama II.
A Polícia Civil registrou mais quatro homicídios na noite de ontem (11) em Feira de Santana. O primeiro crime aconteceu por volta das 18h30, quando dois homens foram assassinados na transversal da Rua Conselheiro Pena, bairro Panorama II.


Diogo Araújo Correia, 28 anos, e Társio Santos Ferreira, 23 anos foram assassinados por disparos de arma de fogo.

De acordo com a Polícia Civil, homens desconhecidos chegaram a bordo de uma motocicleta, anunciaram o assalto e efetuaram os disparos.

No mesmo local, mais duas pessoas também foram atingidas e encaminhadas para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), mas não há informações sobre o estado de saúde destas vítimas.

Bairro Calumbi

Já por volta das 19h30 na Rua Alto do Paraíso, bairro Calumbi, Cleydson da Silva Conceição, 44 anos, foi morto com vários disparos de arma de fogo.

De acordo com a Polícia Civil, os autores do crime estavam a bordo de um veículo Fiat Línea de cor prata.

Segundo os familiares, a vítima trabalhava em uma fábrica de vassouras. No local, foram encontrados diversos estojos de calibre 380 e 9mm.

Distrito de Humildes

Ainda na noite de ontem (11) na Vila Brasfrut, distrito de Humildes, Wellington de Jesus Nóbrega, 42 anos de idade também foi assassinado por disparos de arma de fogo dentro de um bar por volta das 23h30.

De acordo com a Polícia Civil, três homens chegaram a pé, cumprimentaram os presentes, pediram uma bebida e em seguida efetuaram os disparos contra a vítima.

Todos os levantamentos cadavéricos foram realizados pela delegada Ludmila Vilas Boas e Santos, policiais civis e peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Flamengo recebe Avaí no seu último jogo da temporada

Flamengo e Avaí se enfrentam, a partir das 16h (horário de Brasília) deste sábado (12) no estádio do Maracanã, pela 38ª rodada, e última, rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto, além de marcar o último contato do time com a torcida na temporada, marca também a despedida de dois ídolos recentes do clube.

Eles são o goleiro Diego Alves e o meio-campista Diego Ribas, ambos pilares das recentes conquistas do Rubro-Negro.

Diego Ribas chegou ao time da Gávea em 2016, e Diego Alves em 2017. Dentre os títulos colecionados pela dupla estão quatro Campeonatos Cariocas (2017, 2019, 2020 e 2021), dois Campeonatos Brasileiros (2019 e 2020), duas Libertadores (2019 e 2022) e uma Copa do Brasil (2022), além de uma Recopa Sul-Americana e duas Supercopas do Brasil. O meia irá se aposentar, enquanto o goleiro seguirá a carreira em outra equipe.

O Flamengo irá atrás da vitória para comemorar junto à sua torcida pela última vez na temporada e, de brinde, encerrar o ano em grande estilo. Para isso, alguns jogadores do chamado time de Copas iniciarão a partida deste sábado.

Porém, alguns desfalques são certos: Pedro e Everton Ribeiro, convocados por Tite para a Copa do Mundo, e Arrascaeta, chamado para representar a seleção uruguaia. Outros desfalques são Matheus França, Victor Hugo e Mateusão, que foram puxados para o sub-20 do Flamengo para a disputa da final da Copa do Brasil da categoria. Eles enfrentarão o Palmeiras no sábado, a partir das 11h, em Barueri.

Além deles, Werton e Matheus Gonçalves, que vêm sendo utilizados pelo técnico Dorival Júnior também seguem para São Paulo.

Desta forma, o provável Flamengo é: Diego Alves; Rodinei, Léo Pereira, David Luiz e Ayrton Lucas; Thiago Maia, João Gomes (Vidal) e Diego Ribas; Marinho, Everton e Gabriel Barbosa.

Já o rebaixado Avaí busca encerrar o campeonato de forma digna, surpreendendo o Flamengo e saindo do Maracanã com pelo menos um ponto. Nos últimos dois jogos, o desempenho da equipe catarinense melhorou. Contra o Santos, na Vila Belmiro, conseguiu um empate (mesmo caindo após o resultado), e contra o Ceará venceu pelo placar de 2 a 0 e rebaixou o Vozão.

A provável formação do Avaí é: Vladimir; Thales, Wellington Nascimento, Felipe Silva e Natanael; Lucas Ventura, Eduardo e Bruno Silva; Marcinho, Pablo Dyego e Vitinho.
Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Flamengo e Avaí com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz e reportagem de Rafael Monteiro. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

 Colaboração de Pedro Dabés (estagiário) sob supervisão de Verônica Dalcanal.
Por * Agência Brasil - Rio de Janeiro

Aliados pressionam Lula a antecipar nome para Defesa

Um grupo de aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) pressionam para que o petista defina o quanto antes quem será o ministro da Defesa em seu governo.

A avaliação é que uma indicação antecipada de quem comandará a pasta seria capaz de adiantar o processo de transição na área e conter o que pessoas próximas a Lula veem como politização dos fardados.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem usado as Forças Armadas para alimentar dúvidas a respeito do processo eleitoral. Nesta sexta-feira (11), os comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica divulgaram nota conjunta sobre os protestos antidemocráticos que ocorrem pelo país com recados indiretos ao Judiciário.

Os militares dizem ser condenáveis “restrições a direitos” por parte de agentes públicos e ações que promovam desarmonia na sociedade. Embora não deixem claro a quem se referem, bolsonaristas e setores militares têm tratado como censura recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

É também em razão disso que uma ala do Judiciário defende que Lula defina logo seu ministro na Defesa e inicie as discussões na área, empoderando grupos específicos de militares.

A antecipação de nomes, porém, não é consenso no PT. Aliados de primeira hora de Lula e que integram a transição alegam que o petista não pode ficar a reboque de notas e sendo pautado pela própria Defesa.

A pasta é sensível, e uma definição na área não poderia ser tomada de forma apressada, dizem pessoas contrárias à antecipação da escolha.
Mesmo que resolva antecipar a decisão sobre a Defesa, Lula enfrenta outro entrave: a falta de nomes.

A ausência de opções claras para a Defesa é umas das razões pelas quais ainda não foram indicados nomes para a área na transição. Aliados de Lula e pessoas próximas do vice Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a transição, dizem que nem sequer há previsão para que o grupo responsável pelo diálogo com os militares seja anunciado.

Auxiliares do petista reconhecem que declarações recentes do presidente eleito prejudicam a relação com os militares.
Na quinta-feira (10), Lula disse que o papel das Forças Armadas na fiscalização das urnas eletrônicas foi deplorável e o resultado, humilhante.

Lula cobrou pedidos de desculpas de Bolsonaro. Primeiro, às Forças Armadas por usar os militares nesse processo, com uma série de mentiras e insinuações sem provas. Depois, aos brasileiros, segundo o petista por ele por ter mentido.

O discurso, em um evento com parlamentares do campo da esquerda, incomodou a cúpula militar, de acordo com pessoas próximas a altos oficiais.

Além da tarefa de se reaproximar do comando das Forças Armadas, Lula tem tido dificuldade de encontrar um aliado que assuma o Ministério da Defesa. Os nomes citados como preferenciais por petistas já indicaram não estarem dispostos a assumir a pasta.

São elencados como preferenciais Alckmin, Nelson Jobim -que já ocupou o ministério- e até o ministro do STF Ricardo Lewandowski.
Alckmin já indicou não querer ocupar a pasta, assim como Jobim. Lewandowski tem dito a aliados não querer antecipar sua aposentadoria, prevista para maio, tampouco integrar o governo.

Outra opção, apontada hoje como possível, é nomear Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa. A escolha de Rebelo tem respaldo entre militares.
No entanto, ele se distanciou de Lula na campanha eleitoral. Rebelo atualmente é do PDT, que lançou Ciro Gomes à corrida presidencial.

Generais consultados pela Folha de S.Paulo afirmam que, independentemente do momento em que Lula escolher seu ministro da Defesa, não haverá mudanças relevantes na condução dos trabalhos do Exército.

Eles dizem que, mesmo com a antecipação do anúncio, o atual ministro, Paulo Sérgio Nogueira, permanecerá no cargo e seguirá sendo ouvido até a posse do novo governo.

No entanto, a avaliação é que anunciar um nome com antecipação dá mais previsibilidade de como será o futuro das Forças Armadas; e que o início das conversas com a transição é importante para garantir que o orçamento da Defesa não fique prejudicado no próximo ano.

Nesta semana, além da nota dos comandantes das três Forças, o Ministério da Defesa enviou ao TSE um relatório sobre uma fiscalização realizada nas eleições. Embora não tenham encontrado nenhum indício de fraude, a pasta afirmou posteriormente, sob pressão de bolsonaristas, que não descarta a possibilidade de irregularidades no pleito.

A fiscalização da Defesa foi usada por Bolsonaro para semear questionamentos contra o sistema eleitoral brasileiro. As dúvidas -sem embasamento- levantadas pelos militares também têm servido de argumento para manifestantes que participam de atos antidemocráticos pelo país contra a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Diversos bloqueios de estrada chegaram a ser realizados, gerando temor de desabastecimento. Ainda há trechos fechados pelo país em razão dos protestos. Para coibir os atos, o TSE chegou a determinar que o governo usasse “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias.

Os atos antidemocráticos continuam a ser realizados, sobretudo em frente quartéis-generais. Bolsonaro já se pronunciou para desestimular os atos que atrapalhem a vida das pessoas nas rodovias, mas nada falou sobre os protestos que pedem golpe militar.

Bolsonaro tentou a todo momento um alinhamento das Forças Armadas ao seu governo. Durante a pandemia da Covid, o presidente teve problemas e chegou a trocar o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os respectivos comandantes das três Forças. Agora, porém, a cúpula dos fardados demonstra estar alinhada ao discurso do presidente.

Julia Chaib, Thiago Resende e Cézar Feitoza / Folha de São Paulo

PT teme que ação do STF contra emendas de relator prejudique aproximação com Lira

A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia que uma eventual decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) contra as emendas de relator ainda neste ano poderá atrapalhar a construção de apoio político do petista no Congresso Nacional.

Aliados de Lula com trânsito no Supremo afirmam que houve uma mudança na tendência do julgamento da ação que questiona o uso dessas emendas —recursos que são distribuídos por critérios políticos e que permitem aos congressistas mais influentes bancarem projetos e obras em seus redutos eleitorais.

A expectativa inicial era que o STF analisaria o caso em novembro.

Como mostrou a Folha, membros do PT e articuladores no Congresso passaram a admitir a continuidade das emendas de relator no Orçamento, mas com mudanças nas regras. Durante a campanha, Lula fez críticas ao uso das emendas de relator e defendeu o fim delas, citando entre outros pontos a falta de transparência do mecanismo.

“O Orçamento é chamado de secreto porque o destino desses recursos é mantido em segredo. Mas todo mundo sabe para onde esse dinheiro vai: fraudes e desvios de verbas”, disse um dos programas de TV do petista.

Agora eleito, Lula mudou o tom do discurso contra as emendas de relator e tem feito acenos à cúpula do Congresso, que controla a destinação desses recursos.

Em setembro, em meio à campanha eleitoral, a expectativa de que o Supremo poderia colocar um fim nessas emendas chegou aos principais articuladores do Legislativo e a membros do alto escalão do governo Jair Bolsonaro (PL). A avaliação era que, em caso de vitória de Lula, aumentariam as chances de o STF declarar o mecanismo inconstitucional.

O cenário mudou. Aliados de Lula e integrantes de partidos não alinhados ao petista dizem haver uma avaliação consensual no meio político de que o STF irá postergar o julgamento da ação contra as emendas de relator enquanto o novo governo e o Congresso tentam buscar uma saída política para o tema.

Auxiliares de Lula já falam na possibilidade de essas emendas passarem por ajustes, mas não serem extintas.

Parlamentares próximos a Lula sinalizaram à cúpula da Câmara e do Senado, por exemplo, que pode haver uma coordenação entre Executivo e Legislativo para priorizar programas nas áreas de habitação e saúde que podem atender a demandas das bases eleitorais dos parlamentares.

As emendas de relator somam R$ 16,5 bilhões no Orçamento deste ano. Elas foram a principal ferramenta para garantir apoio político para o presidente Bolsonaro no Legislativo e para fortalecer os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Os chefes das duas casas legislativas têm poder sobre a liberação dessa verba, uma vez que a distribuição dos recursos depende de acordos costurados entre eles.

Lula esteve em Brasília nesta semana e fez acenos a Lira, que se aliou a Bolsonaro quando o governo atual passou a liberar emendas e cargos a partidos políticos. Lira tenta se reeleger ao comando da Câmara e promete uma postura independente —e não de oposição— a Lula.

Aliados de Lira reconhecem que, sem as emendas, o presidente da Câmara ficaria enfraquecido para a campanha à reeleição para o cargo. Mas entre petistas cresce a avaliação de que em qualquer cenário Lira é um adversário competitivo e que não vale a pena correr o risco de iniciar o novo governo com o presidente da Câmara como inimigo.

As ações no STF que pedem o fim das emendas são relatadas pela presidente do tribunal, ministra Rosa Weber. Em 2021, ela chegou a determinar a suspensão do uso dessa verba.

Rosa recuou da decisão um mês depois, após o Congresso apresentar uma série de medidas para dar mais transparência às emendas.

Em setembro, Rosa sinalizou que deveria levar o caso à análise do Supremo logo após as eleições. No entanto, a avaliação de petistas é que esse cenário mudou com a costura de acordos políticos entre a equipe de Lula e o Congresso.

O presidente Lula teve um encontro com dez dos 11 ministros do Supremo na quarta (9). O ministro Luís Roberto Barroso foi o único que não esteve presente, por estar participando da reunião global do clima da ONU —a COP27— no Egito.

Na campanha, Lula falou que a emenda de relator era a “maior bandidagem já feita em 200 anos de República [da Independência]” e que o Parlamento nunca “esteve tão deformado como está agora” —chamou inclusive de pior Congresso da história do Brasil.

Antes da eleição, Lula também disse que há um excesso de poder nas mãos de Lira.

Thiago Resende e Julia Chaib / Folha de São Paulo

Em 24 horas, país registra 18.622 casos e 49 mortes por covid-19

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (11) mostram que o Brasil registrou, desde o início da pandemia, 688.656 mortes por covid-19. Segundo o boletim epidemiológico, número total de casos confirmados da doença é de 34.889.576.

Em 24 horas, foram registrados 18.622 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 49 mortes de vítimas do vírus. Ainda segundo o boletim, 34.115.188 pessoas se recuperaram da doença e 104.354 casos estão em acompanhamento.
Estados

De acordo com os dados divulgados, São Paulo lidera o número de casos, com 6,16 milhões, seguido por Minas Gerais (3,88 milhões) e Paraná (2,75 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (150 mil). Em seguida, aparece Roraima (175,9 mil) e Amapá (178,7 mil).

Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes, São Paulo apresenta o maior número (175.825), seguido de Rio de Janeiro (75.908) e Minas Gerais (63.897). O menor número de mortes está no Acre (2.029), Amapá (2.164) e Roraima (2.175).
Vacinação

Até hoje, foram aplicadas 488,7 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 180,3 milhões com a primeira dose e 162,8 milhões com a segunda dose. A dose única foi aplicada em mais de 5 milhões de pessoas.

Nesta sexta-feira, o ministério informou que mais de 68 milhões de pessoas ainda não tomaram a dose de reforço contra a covid-19. Ainda segundo a pasta, 32,8 milhões de pessoas poderiam ter recebido a segunda dose de reforço contra a doença, mas ainda não se vacinaram. Os imunizantes estão disponíveis em mais de 38 mil postos de vacinação em todo o país. Estudos mostram que a estratégia de reforçar o calendário vacinal contra o novo coronavírus aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pela covid-19.

Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília

Mais de 69 milhões não tomaram 1ª dose de reforço contra covid-19

Mais de 69 milhões de brasileiros ainda não voltaram aos postos para receber a primeira dose de reforço da vacina contra covid-19, segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com Ministério da Saúde, 32,8 milhões de pessoas poderiam ter recebido a segunda dose de reforço contra a doença, mas ainda não se vacinaram. Os imunizantes estão disponíveis em mais de 38 mil postos de vacinação em todo o país. 

Segundo a pasta, estudos mostram que a estratégia de reforçar o calendário vacinal contra o novo coronavírus aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pela covid-19.
Doses de reforço

A primeira dose de reforço é recomendada para pessoas com mais de 12 anos de idade e deve ser aplicada quatro meses depois da segunda dose ou dose única. No momento, a segunda dose de reforço é recomendada para a população acima de 40 anos de idade e trabalhadores da saúde, independentemente da idade.
Imunizantes

As vacinas recomendadas para as doses de reforço são dos fabricantes Pfizer, AstraZeneca ou Janssen, que podem ser utilizadas para pessoas com 18 anos de idade ou mais. Para os adolescentes entre 12 e 17 anos, preferencialmente deve ser utilizada a vacina Pfizer. Caso não esteja disponível, pode ser utilizada a vacina CoronaVac na dose de reforço.

Para quem começou o esquema vacinal com a dose única da Janssen, a recomendação é diferente das demais, com três reforços para pessoas com idade igual ou maior que 40 anos e dois reforços para pessoas de 18 a 39 anos.

O primeiro reforço é aplicado dois meses após o início do ciclo; e os outros devem obedecer ao intervalo de quatro meses. A orientação é que também sejam utilizadas as vacinas AstraZeneca, Pfizer ou a própria Janssen para as doses de reforço.

Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília

Uso de receita extra para investimento pode elevar gasto fora do teto a R$ 198 bi

Foto: Caio Guatelli/AFP
A proposta de usar receitas não recorrentes para bancar investimentos fora do teto de gastos pode elevar a fatura da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição para R$ 198 bilhões em 2023.

A possibilidade de destinar essa fatia da arrecadação ao financiamento de investimentos, até o limite de 2% da RCL (receita corrente líquida), foi divulgada na noite de quinta-feira (10) pelo relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), após reunião sobre a PEC na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A receita corrente prevista na proposta orçamentária é de R$ 1,15 trilhão. Um percentual de 2% seria equivalente a R$ 23 bilhões.

O valor se somaria aos R$ 175 bilhões necessários para manter o benefício mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família), mais a parcela de R$ 150 por criança até seis anos. Essa despesa ficaria fora do teto de gastos —regra fiscal que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.

A proposta de uso dos 2% da receita corrente líquida para investimentos foi incluída na minuta da PEC da Transição que está em negociação entre os parlamentares, assim como a retirada permanente do Bolsa Família do alcance do limite de gastos.

Interlocutores ouvidos pela Folha avaliam que essa versão ainda não é definitiva e pode mudar nos próximos dias. Nesta sexta-feira (11), o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), representante do novo governo nas tratativas do Orçamento, divulgou nota informando que a apresentação formal da proposta deve ocorrer só na quarta-feira (16).

“Após as agendas de ontem [quinta], dado algumas sugestões apresentadas pela Câmara e Senado, sentimos a necessidade de voltar a conversar com o presidente Lula”, afirmou Dias.

A expectativa agora é que novas negociações sejam feitas entre a equipe de transição e as lideranças do Congresso.

A própria ideia de usar receitas extraordinárias para bancar investimentos não é consenso. No entanto, ela tem sido defendida por parte dos parlamentares para impulsionar obras e também despesas desse tipo em áreas como saúde, educação e pesquisa.

Um dos argumentos dessa ala é que o gasto extra teria uma espécie de lastro fiscal, isto é, seria realizada mediante o ingresso, no ano anterior, de alguma receita não recorrente —como um bônus de assinatura de contratos de exploração de petróleo.

Pela lógica em discussão, a arrecadação desse tipo observada em 2022, por exemplo, liberaria espaço para despesas no ano que vem, até o limite de R$ 23 bilhões. Caso não haja esse lastro fiscal, o gasto adicional não poderia ser realizado.

“Há uma ideia também, é preciso que a gente veja o texto como vem, de excepcionalizar 2% de receitas extraordinárias. Mas é um valor não tão expressivo”, disse Castro na quinta-feira. “[Os 2%] Seriam permanentes também, pelo menos é o que estou entendendo. Tem que ver como isso virá escrito na PEC. Gastar até 2% da receita corrente líquida.”

Mais cedo, Dias também havia confirmado a discussão sobre o uso das receitas extraordinárias.

“Essa proposta não foi da equipe de transição, surgiu na Câmara e no Senado. Pedimos um esforço sobre destinação de emendas, para uma parte significativa ser priorizada como ’emendas para investimentos’, para ajudar a integrar e ampliar investimentos privados, com melhores resultados na economia social e fiscal”, afirmou.

Segundo o senador eleito, a meta é impulsionar os investimentos a 1% do PIB (Produto Interno Bruto), equivalente a cerca de R$ 100 bilhões.

Ao retirar o Bolsa Família do teto de gastos, o novo governo prevê liberar os R$ 105,7 bilhões hoje reservados ao programa na proposta orçamentária. O dinheiro pode ser redistribuído para ações com poucos recursos para 2023, como Farmácia Popular, aumento real do salário mínimo, ações de saúde, educação e obras públicas.

A PEC também deve prever uma exceção ao cumprimento da meta de resultado primário, que autoriza déficit de até R$ 65,9 bilhões em 2023. Mas essa medida valeria apenas no ano que vem.

A partir de 2024, o novo governo precisará incorporar o gasto com o programa na meta fiscal —o que forçará a exposição do déficit ou a adoção de medidas para contê-lo.

Outra excepcionalidade que valerá apenas para 2023 é a que alcança as regras da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). A PEC vai permitir à equipe de Lula criar uma nova despesa permanente sem necessidade de compensação, mas só no ano que vem.

Caso a nova administração queira, a partir de 2024, ampliar o valor para além dos atuais R$ 600, o aumento permanente do gasto precisará ser compensado pelo corte de despesas ou por alta na carga tributária do país, como exige a LRF.

Esse ponto tem sido considerado relevante diante de temores no mercado financeiro de que a retirada do programa do teto de gastos sirva como uma espécie de autorização para o futuro governo Lula elevar significativamente o valor do benefício.

O tamanho da fatura total da PEC também tem preocupado investidores, e contribuiu para o mau humor que se disseminou após o discurso do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta.

“Por que pessoas são levadas a sofrer para garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos?”, disse Lula.

As falas do petista foram mal recebidas pelo mercado financeiro, que teme um descontrole das contas públicas e do endividamento na esteira do aumento das despesas.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), reagiu a essas críticas. “Se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula”, afirmou. Aliados de Lula, por sua vez, avaliam que o mercado exagerou na reação negativa após o discurso do petista, mas uma ala admite que deve haver uma cautela maior por parte dele nas falas sobre economia.

Idiana Tomazelli / Folha de São Paulo

Argentina congelará preços de 1.500 bens de consumo em meio a inflação galopante

Foto: Mariana Nedelcu/Reuters
O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (11) um acordo com supermercados e fornecedores de bens de consumo de massa para congelar ou regular os preços de cerca de 1.500 produtos, na tentativa de conter uma inflação que deve chegar a 100% este ano.

O governo peronista de centro-esquerda está lutando contra uma queda na popularidade e protestos de rua, enquanto os preços em espiral minam o poder de compra dos consumidores, mesmo conforme um déficit acentuado e reservas em moeda estrangeira cada vez menores criam riscos para a economia.

O Ministério da Economia disse em um decreto formal que um novo programa de “Preços Justos”, abrangendo bens de consumo de alimentos e bebidas a produtos de limpeza, ajudará a “estabilizar os preços dos produtos em favor do consumidor”.

Alguns itens terão alta de 4% antes de entrarem no esquema de congelamento de preços por quatro meses, enquanto outros iniciarão o programa nos valores atuais, mas poderão aumentar em até 4% ao mês.

Antes das eleições do próximo ano, a insatisfação tem começado a crescer, com os níveis de pobreza perto de 40%. Milhares protestaram na quinta-feira contra o governo e o FMI (Fundo Monetário Internacional), que emprestou bilhões de dólares ao país latino-americano.

“Temos inflação de três dígitos. O aumento dos preços dos alimentos é bárbaro e estamos diante de um dezembro brutal”, disse a manifestante Monica Sulle.

Nicolás Misculin / Folha de São Paulo

Se Lula não atender rápido a anseios da população, governo vai por água abaixo, diz Mantega

Foto: Marcus Leoni/Folhapress
Integrante do governo de transição na área de Planejamento e Orçamento, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega afirma que as declarações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionando exigências fiscais nesta semana foram dadas porque o presidente eleito precisa dar prioridade máxima à população mais pobre para o governo não se enfraquecer.

“Ele não quer começar o governo com as mãos amarradas. Porque, se não, ele não vai longe. Se ele não conseguir atender rapidamente os anseios dessa população, o governo vai por água abaixo”, afirma à Folha.

O mais longevo ministro da Fazenda do Brasil diz que Lula sempre pediu ao então titular da pasta preocupação com as contas públicas e que não existe antagonismo entre fiscal e social. No entanto, ele ressalta que é necessário gastos emergenciais e que é preciso elevar a taxa de crescimento do país.

Ele afirma que o governo vai precisar de uma licença de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões fora do teto em 2023 e que o mercado já aceitou isso. Na sequência, durante o ano que vem, deve ser discutida a nova âncora fiscal do país para guiar as expectativas de médio e longo prazo.

Mantega diz que seu trabalho na transição terá como objetivo remontar o antigo Ministério do Planejamento, inclusive para receber novamente a Secretaria de Orçamento Federal (hoje sob o guarda-chuva da Economia). Descarta ser ministro nem da área e nem de qualquer outra.

Ele elogiou os economistas escolhidos para a área da Economia e concorda com a afirmação de um deles, Persio Arida, de que o governo não pode errar na largada.

“Acho que é bastante salutar essa ideia. Não se pode queimar a largada”, diz. “Mas também não se pode mergulhar na estagnação que o Bolsonaro deixou”.

Fábio Pupo / Folha de São Paulo

É preciso olho para o social e para o equilíbrio fiscal para evitar incerteza, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (11) que é preciso ter um olho no social e outro no equilíbrio das contas públicas para o país não retornar para um cenário de incerteza.

Segundo o chefe da autoridade monetária, a camada mais vulnerável da população seria a mais afetada em caso de irresponsabilidade fiscal, o que geraria impacto negativo no setor produtivo e na geração de empregos.

“A gente precisa ter, de um lado, olho para social, a gente entende que a pandemia deixou muitas cicatrizes, mas precisa ter também um olho para o equilíbrio fiscal”, afirmou Campos Neto em evento da CFA Society Brazil sobre o cenário econômico.

“No final das contas, se a gente não tiver equilíbrio fiscal, a gente volta para mundo de incerteza, onde a expectativa inflação sobe, você desorganiza o setor produtivo em termos de investimento e, no final, quem sofre mais com isso é exatamente a população que você quer ajudar, porque você machuca a geração de emprego”, continuou.

Campos Neto disse também que o mercado financeiro começou a entender que uma parcela dos programas que foram concebidos como temporários devem se tornar permanentes, aumentando os gastos públicos. A incerteza em relação ao arcabouço fiscal também provocou uma piora na percepção dos economistas sobre a economia brasileira.

Na quinta-feira (10), o descontentamento de investidores após discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contribuiu para a queda de 4% do Ibovespa, índice referência da Bolsa de Valores brasileira, aos 108.964 pontos. O dólar comercial à vista disparou 4,08% e fechou cotado a R$ 5,3960, na venda.

Para Campos Neto, é “normal” que se aumente o ruído no período de transição do governo. “A gente tem de esperar e ver como vai ser a consolidação disso, aí a gente vai trabalhar. O Banco Central está aberto para trabalhar com o governo novo. Tenho conversado com algumas pessoas, mas ainda muito incipiente. Acho que a gente precisa esperar”, disse.

O presidente do BC contou que ainda não teve muito contato com a equipe de transição, mas que tem conversado “de tempos em tempos” com Persio Arida, um dos pais do Plano Real e um dos coordenadores do grupo técnico de economia, ao lado André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello.

Na quinta, em Brasília, Lula ironizou a reação negativa do mercado financeiro a suas críticas ao teto de gastos e à política de austeridade fiscal. Ele afirmou nunca ter visto um mercado “tão sensível” como o brasileiro.

“O mercado fica nervoso à toa. Nunca vi o mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso em quatro anos de [Jair] Bolsonaro (PL)”, respondeu.

Mais cedo, em seu discurso, o presidente eleito questionou “por que pessoas são levadas a sofrer para garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país?”. “Por que toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos? Por que a gente não estabelece um novo paradigma?”, completou.

Nathalia Garcia, Folhapress

Gleisi reage a comandantes militares e diz que não cabe a eles opinar sobre processo político

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, reagiu nesta sexta-feira (11) à nota dos comandantes das Forças Armadas em que mandam uma série de recados ao Poder Judiciário.

“Não é papel dos comandantes militares opinar sobre o processo político, muito menos s/ a atuação das instituições republicanas. O direito de manifestação não se aplica a atos contra a democracia, q devem ser tratados pelo nome: golpismo. E combatidos, ñ são pacíficos nem ordeiros”, escreveu em rede social.

Em nota conjunta nesta sexta-feira (11), os comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica trataram dos atos antidemocráticos pelo país que pedem um golpe militar após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A nota, porém, é recheada de recados indiretos ao Judiciário.

“São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”, afirmam em nota.

A nota é assinada pelo almirante Almir Garnier Santos (Marinha), pelo general Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e pelo tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).

Na nota, não fica claro a quem eles se referem quando condenam “restrições a direitos por parte de agentes públicos”. Bolsonaristas e setores militares têm se incomodado e tratado como censura recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Apoiadores do presidente de Bolsonaro estão reunidos em frente a quartéis desde o fim do segundo turno, em protesto contra a vitória de Lula. Os atos antidemocráticos pedem intervenção das Forças Armadas contra o resultado eleitoral.

“A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito.”

Os comandantes indicam novo recado a Moraes.

“Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do poder que ‘Dele’ emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação.”

A nota ainda faz um apelo ao Legislativo, o que de novo pode ser lido como um pedido para impedir as seguidas interferências do Judiciário em outros Poderes.

“Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade.”

Três oficiais-generais consultados pela Folha afirmaram que o objetivo da nota conjunta era mostrar à população que as Forças Armadas não agirão fora da legalidade e, às instituições, que é preciso se debruçar sobre as preocupações apresentadas pela sociedade.

Há um consenso na caserna de que as manifestações, por mais que se façam pedidos antidemocráticos de intervenção militar, não são golpistas.

O entendimento é de que uma parcela da população está insatisfeita com o Judiciário e a forma como se deu o processo eleitoral, com a retirada de perfis das redes sociais.

Para o generalato, a manifestação nos QGs traz um pedido ilegítimo para uma insatisfação legítima.

Folhapress

Elinaldo sofre tentativa de assalto ao trafegar na Via Parafuso, em Camaçari; bandidos estavam armados

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União Brasil), sofreu uma tentativa de assalto na noite desta quinta-feira (10) quando trafegava pela Via Parafuso (BA-535). O caso aconteceu por volta das 19h40 e teve boletim de ocorrência registrado pelo prefeito na 18ª Delegacia Territorial no município. O assalto foi impedido por seguranças do prefeito, que evitaram a ação criminosa.

A ação criminosa teve início quando Elinaldo seguia no sentido Camaçari quando um veículo prata, com três bandidos armados, se aproximou do carro em que estava o prefeito. Os criminosos bateram na lateral esquerda do automóvel de Elinaldo e um deles anunciou o assalto. O bandido, que estava no banco da frente do passageiro, mandou o motorista do prefeito parar o carro e descer do veículo.

Diante da negativa do condutor, os assaltantes começaram a atirar contra o carro do prefeito. Seguranças do prefeito, então, reagiram à tentativa de assalto e passaram efetuar disparos contra o veículo em que estavam os bandidos. Diante disso, os criminosos desistiram da ação e fugiram.

Não há, ainda, informações sobre o veículo – um Jeep Renegade de cor prata – em que estavam os criminosos nem sobre a identidade dos assaltantes.

Lucro dos grandes bancos cresce 7,6% e alcança R$ 24,8 bilhões no 3º trimestre

O lucro dos quatro grandes bancos brasileiros —Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil— somou R$ 24,8 bilhões no terceiro trimestre de 2022, o que corresponde a um aumento de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Enquanto Santander e Bradesco foram os destaques negativos, com quedas acima de 20% do lucro reportado de julho a setembro, o BB despontou na ponta contrária, com um aumento de quase 63% do lucro no período.

O banco estatal lucrou R$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre, alta de 62,7% em bases anuais, com um crescimento de 19% da carteira de crédito ampliada, embora com um aumento de 0,5 ponto percentual da inadimplência, para 2,34% em setembro.

“Cada vez mais, utilizamos a inteligência de dados para subsidiar nossas decisões estratégicas. Isso tem permitido que possamos construir um relacionamento sustentável com nossos diversos perfis de clientes. Como resultado, nossa inadimplência segue abaixo da apresentada pela média do sistema financeiro [de 2,80%] “, afirmou Fausto Ribeiro, presidente do BB.

Segundo Marco Barbosa, analista da Mirae Asset Wealth Management, o banco estatal apresentou um “excelente desempenho”, com resultados recordes e rentabilidade acima dos pares privados.

“Reiteramos nossa recomendação de compra para as ações BBAS3, fazendo ressalvas apenas a possíveis decisões da nova equipe econômica que venham a mudar as diretrizes chaves do banco no sentido de prezar por operações que combinem boa rentabilidade sem elevado risco, inovação tecnológica e continuidade do bom controle de custos e despesas”, aponta o analista da Mirae Asset.

Último dos grandes bancos a divulgar os resultados, os números do Itaú conhecidos nesta quinta-feira (10) também foram bem recebidos pelos investidores, com um crescimento de cerca de 20% do lucro no terceiro trimestre, para R$ 8,1 bilhões.

“O Itaú apresentou um bom resultado, em linha com nossas estimativas. Com a divulgação de resultados ruins de seus pares privados, havia preocupações do mercado quanto a uma possível surpresa negativa do banco. Porém, não foi o que ocorreu”, destacam os analistas da Ativa Investimentos em relatório.

Os especialistas assinalam que a inadimplência, indicador que vinha sendo o terror desse trimestre para o setor, subiu apenas 0,12 ponto percentual em bases trimestrais, chegando a 2,82%. “O Itaú mostrou o diferencial na gestão e na qualidade da sua carteira frente ao cenário adverso para todo o setor bancário.”

Já entre os resultados que decepcionaram os analistas, o Bradesco viu as ações desabarem 17,4%, maior queda desde setembro de 1998, após o banco surpreender o mercado com uma queda de 23% no lucro do terceiro trimestre, para R$ 5,22 bilhões.

Presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior afirmou que o cenário econômico, com a inflação e os juros elevados, afetou a capacidade de pagamento dos clientes.

“Entramos agora em um momento de aumento de provisões, tendência que deve se manter até parte de 2023. A inadimplência cresceu no segmento massificado, para pessoas físicas e micro e pequenas empresas”, disse Lazari.

Os analistas da Guide avaliam que o banco entregou uma “piora expressiva” dos números referentes ao terceiro trimestre, com um crescimento acelerado da inadimplência e da carteira renegociada que pode resultar no contínuo avanço da provisão para devedores duvidosos.

“Por esse movimento, acreditamos que o Bradesco continuará registrando piora dos seus indicadores.”

O banco Santander Brasil, por sua vez, reportou lucro líquido de R$ 3,122 bilhões no terceiro trimestre de 2022, o que corresponde a uma queda de 28% na comparação com igual período do ano passado e de 23,5% ante o trimestre anterior, segundo balanço de resultados divulgado na manhã desta quarta-feira (26).

Segundo Mario Leão, CEO do Santander Brasil, o resultado ficou dentro das expectativas internas, à medida que, ainda ao final do ano passado, o banco anteviu uma deterioração no quadro macroeconômico do país, o que o levou a pisar no freio em 2022, com uma redução na concessão de crédito, especialmente para clientes pessoa física com pior avaliação de risco.

“O momento atual é mais desafiador e ele se reflete nos resultados, mas é parte de um ciclo conhecido, antecipado, calculado, e que, portanto, não nos surpreende”, disse Leão, durante conversa com jornalistas.

Analista da Suno Research, José Eduardo Daronco disse que o aumento da inadimplência da carteira de pessoa física foi a principal responsável pela redução da rentabilidade do banco.

“Como o Santander possui uma carteira de crédito bastante exposta ao cartão de crédito, financiamento de veículos e crédito pessoal, o aumento recente das taxas de juros acabam impactando diretamente, elevando a inadimplência e fazendo com que o banco aumente a sua provisão para crédito duvidoso”, explicou o analista, que espera que o banco continue com os resultados pressionados nos próximos trimestres, principalmente pela elevação das taxas de juros.

Lucas Bombana, Folhapress

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