Presidente do Grupo Brasil-Israel cobra governo Lula por ‘omissão’ sobre Hamas
O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, senador Carlos Viana (Podemos-MG), vai propor a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, para que expliquem “por que o governo Lula optou por não condenar abertamente o Hamas” pelos ataques realizados no último sábado, 7. O parlamentar acusa o Itamaraty de ter sido omisso em relação ao grupo radical.
“(A convocação é) para que eles deixem bem claro qual é a posição da diplomacia brasileira em relação ao conflito, porque a nota divulgada pelo Itamaraty, ao nosso ver, não condena os atos terroristas. Não cita o Hamas e não dá clareza da gravidade da situação que foi atacar idosos e crianças. Ao nosso ver, o Ministério das Relações Exteriores foi omisso”, disse Viana à reportagem.
O senador é aliado ex-presidente Jair Bolsonaro. O conflito armado na Faixa de Gaza e em Israel reviveu nas redes sociais o tiroteio entre bolsonaristas e aliados de Lula. Os dois lados trocaram acusações sobre suposto apoio às ações do Hamas ou das forças militares de israelenses.
A nota divulgada pelo Itamaraty diz que “o Brasil condena os ataques contra civis” e destaca que os dois lados do conflito “devem se abster da violência contra civis e cumprir suas obrigações perante o direito internacional humanitário”.
“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, destacou o Itamaraty.
A ideia de convocar Vieira e Amorim tem como objetivo principal pressionar a diplomacia brasileira a condenar o Hamas em vez de seguir pela via de solidariedade às vítimas israelense e palestinas. O assessor especial da Presidência chegou a se manifestar contra a ação dos radicais, mas assinalou que o ataque foi fruto de anos de tratamento discriminatório praticado pelo Estado de Israel.
Caso aprovada, a oitiva dos dois auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área internacional será conduzida na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O Grupo Parlamentar Brasil-Israel não tem competência para colher depoimentos, pois funciona apenas como um fórum de fortalecimento das relações bilaterais entre os dois Países.
O Grupo tinha uma viagem marcada para Israel na próxima terça-feira, 10, mas foi orientado pela Embaixada do País a remarcá-la para março do ano que vem. Os parlamentares brasileiros passariam nove dias em cidades israelenses.
Weslley Galzo/Estadão
Israel autoriza resgate de brasileiros; 1º voo deve chegar a Brasília na quarta-feira (11)
O governo de Israel autorizou, nesta segunda-feira (9), que o Brasil resgate cidadãos brasileiros que estão no país em meio ao maior conflito na região em cerca de 50 anos. O primeiro voo de Tel Aviv deve chegar em Brasília às 1h de quarta-feira (11), e o último, às 23h de sábado (14).
“A primeira aeronave destacada para repatriação encontra-se em Roma. O segundo avião tem decolagem, de Brasília, prevista para a tarde de hoje [segunda-feira]”, diz nota do Itamaraty.
O conflito começou com ataques do grupo terrorista Hamas sobre o território israelense a partir da Faixa de Gaza no último sábado (7), que dispararam resposta dos israelenses. Já são mais de mil mortos dos dois lados, até o momento.
O Itamaraty informou que, até esta manhã, 1.700 brasileiros já haviam solicitado repatriação, sendo a maioria de turistas, hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém. Eles estão entrando em contato com a embaixada brasileira em Tel Aviv por meio de um formulário online.
De acordo com uma programação prévia divulgada pela FAB (Força Aérea Brasileira), serão cinco voos de repatriação, quatro deles com capacidade para 210 pessoas e um, menor, para 60 passageiros. Restarão ainda, portanto, 800 brasileiros em território israelense, que podem tanto ser resgatados em ocasiões vindouras ou tentar voltar por voo comercial.
“Face à incerteza quanto ao momento em que poderão ocorrer os voos de repatriação, o Ministério das Relações Exteriores reitera recomendação de que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar”, disse o Ministério de Relações Exteriores.
As ações do governo no conflito foram discutida nesta manhã em videoconferência de ministros com o presidente Lula (PT), que está em recuperação após cirurgias realizadas no último dia 29. Esta foi, aliás, a primeira agenda oficial do mandatário.
Marianna Holanda e Renato Machado, Folhapress
Na Bahia, vice-presidente Alckmin repudia ataque terrorista contra Israel: ‘Nossa total solidariedade’
Em coletiva de imprensa após o lançamento da pedra fundamental da fábrica da BYD em Camaçari, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que esteve presente no evento, repudiou o atentado terrorista que cidades de Israel sofreram nos últimos dias do grupo Hamas.
Alckmin salientou que o presidente Lula (PT) é um defensor da busca da paz e do entendimento. O vice ainda ressaltou que o governo federal já enviou aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para Israel no intuito de resgatar brasileiros.
“Nossa total solidariedade. É inadmissível a ação terrorista. O presidente tem destacado a busca da paz, do entendimento. O governo brasileiro já mobilizou uma frota de aviões da FAB para trazer os brasileiros que queiram ou precisem voltar ao Brasil”, disse.
Política Livre
Hamas ameaça matar civis sequestrados caso Israel siga com ataques a Gaza
As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, ameaçaram executar civis de Israel sequestrados pela facção caso Tel Aviv prossiga com bombardeios contra edifícios residenciais na Faixa de Gaza sem avisar previamente ao grupo.
Abu Obaida, porta-voz das brigadas, disse nesta segunda (9) que a facção tem agido “de acordo com as leis islâmicas” e mantido seus prisioneiros “sãos e salvos”, mas que mudará o plano se ataques aéreos israelenses prosseguirem nas próximas horas.
“A partir de agora, qualquer ataque ao nosso povo, sem aviso prévio, resultará na execução de reféns civis, que será transmitida em vídeo”, disse ele.
Ainda é incerto o número de civis e oficiais militares sequestrados desde o início da investida do Hamas, no último sábado (7). Autoridades de Israel, porém, afirmam ser mais de cem pessoas.
Ao jornal The Times of Israel, no entanto, uma alta fonte do governo de Binyamin Netanyahu afirmou que a decisão de Tel Aviv, por ora, é prosseguir com os ataques na Faixa de Gaza, a despeito do risco de consequências para os israelenses mantidos em cativeiro.
A mesma fonte, não identificada, afirmou que Tel Aviv obteve informações precisas sobre a localização dos sequestrados, de modo que não atacará esses pontos.
Até aqui, a guerra iniciada na região do Oriente Médio já deixou ao menos 1.360 pessoas mortas e mais de 5.000 feridas. Israel confirmou ao menos 800 mortos, enquanto autoridades de Gaza disseram que o número de mortos entre os palestinos é de pelo menos 560.
Folhapress
Rui Costa: ‘O Brasil, nas palavras do Lula, pode ser a nova Arábia Saudita da energia’
O ministro Rui Costa (PT) declarou, em discurso na manhã desta segunda-feira (9), durante a solenidade que marca o lançamento da pedra fundamental das fábricas da BYD em Camaçari, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estimou que o Brasil se torne “a nova Arábia Saudita da energia”. “Esse é um momento importante. Isso aqui tem tudo a ver com o que o presidente Lula colocou como prioridade. A transição energética, ecológica, o Brasil faz um volume expressivo de investimentos para alavancar a energia limpa”, disse o petista.
“Possamos apostar todas as nossas fichas que o Brasil, nas palavras do Lula, pode ser a nova Arábia Saudita da energia. Lá eles têm o petróleo, nós possuímos as melhores condições para geração de energia solar e eólica. Só em linhas de transmissões, o governo federal já licitou uma linha, está licitando a segunda em dezembro e a terceira em março, num total de R$ 50 bilhões de reais para realizar e alavancar o crescimento da geração de energia”, acrescentou o ex-governador baiano.
Sobre a BYD, ele informou que a sua chegada serviu “para tirar todos da zona de conforto”. “Todos estão anunciando investimentos no Brasil. O presidente Lula, com sua mensagem de paz para o mundo, cravou algo que sintetiza a sua gestão. Eu gosto e quero finalizar com essa afirmação, tenho orgulho de ter estado na sala do presidente quando foi apresentado opções para ser a frase símbolo do governo, e ele escolheu duas opções: união e reconstrução. Então nós estamos unidos”, completou.
Mateus Soares e Alexandre Galvão
‘Não tenho dúvida que Rui governará o Brasil’, diz Coronel em solenidade da BYD
Fala do senador baiano foi feita durante seu discurso na manhã desta segunda-feira |
O senador Angelo Coronel (PSD) declarou, em discurso na manhã desta segunda-feira (9), durante a solenidade que marca o lançamento da pedra fundamental das fábricas da BYD em Camaçari, que o ministro Rui Costa (PT) “governará o Brasil”.
“Quero cumprimentar a pessoa que deu o ponta pé inicial, que foi o ministro Rui Costa. Presidente [Geraldo] Alckmin, a Bahia tem vários talentos e muitos esperando serem exportados para governar o Brasil. No dia que houver a lacuna, não tenho dúvida que Rui governará o Brasil”, disse Coronel.
“Saudação ao governador Jerônimo. Simples, humilde e vem conquistando os baianos. Quando deu o ponta pé inicial, Jerônimo foi à China, brigou no bom sentido e a BYD é realidade no Brasil e na Bahia”, acrescentou, em referência ao governador baiano.
“O sonho que foi sonhado em Camaçari, onde hotéis, bares e postos funcionaram, eles ficaram desgostosos. A fé do baiano é forte e veio a BYD. Quero parabenizar o empenho de Caetano, filho de Camaçari, o prefeito local, e dizer que todos são sócios da BYD”, continuou.
E completou: “Todos têm o sentimento de que a BYD veio para ficar”.
Mateus Soares e Alexandre Galvão
Planalto omite informações sobre saúde de Lula para evitar imagem de fragilidade
As informações relacionadas à saúde do presidente Lula (PT) vêm sendo tratadas com cuidado especial por seus aliados e equipe, de forma a evitar que se estabeleça uma imagem negativa e de fragilidade do mandatário, de 77 anos.
Ao longo dos primeiros nove meses de governo, houve casos de omissão de informações ou a busca de amenizar as notícias, diante de algum diagnóstico ou procedimento médico.
Mais recentemente, a informação de que os médicos iriam aproveitar a anestesia da operação no quadril para um procedimento simples nas pálpebras só foi confirmada após Lula já ter deixado a mesa de cirurgia.
A Presidência da República informou que sempre agiu com transparência e que todas as informações relevantes sobre a saúde do mandatário são divulgadas. E acrescenta que notas informativas sobre as condições de saúde “são sempre checadas com os médicos envolvidos nos procedimentos”.
O próprio Lula externou a sua preocupação em não transmitir uma ideia de fragilidade há duas semanas.
Durante uma de suas transmissões ao vivo, o Conversa com o Presidente, o petista afirmou que vinha sentindo dores na região do quadril desde o período eleitoral. No entanto, optou por não realizar a cirurgia logo no início do mandato para não parecer “velho”.
“A verdade é que estou com essa dor desde agosto do ano passado. Durante o processo da campanha, naquela cena que vocês me viam pulando no carro de som, vocês não sabem a dor que eu sentia. Mas eu pulava porque era preciso animar as pessoas”, afirmou o presidente.
“Depois, eu queria operar logo depois das eleições. Bem, eu disse, se eu operar agora, vocês vão dizer ‘o Lula está velho, ganhou as eleições e já está internado’.”
Lula ainda acrescentou que sua equipe não iria registrar imagens dele de muleta e andador após a cirurgia. Em uma manifestação capacitista, relacionou beleza com o uso dos equipamentos.
“Então significa que vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado”, completou.
Lula realizou em 29 de setembro uma cirurgia para tratar um problema na região do quadril. Trata-se de uma artroplastia total de quadril, procedimento no qual uma prótese foi instalada no corpo do presidente.
A equipe médica então decidiu aproveitar os efeitos da anestesia para realizar um procedimento nas pálpebras do presidente. Foi feita uma pequena intervenção, na qual é retirada um pouco de pele, que fica caindo sobre os olhos.
Médicos partiram de São Paulo para Brasília para realizar o procedimento cirúrgico, que já vinha sendo discutido há meses. Sua equipe chegou a realizar uma rodada de informações sobre o procedimento e, ao ser questionado se haveria “algo a mais”, negou.
O Palácio do Planalto alega que a decisão do procedimento só foi tomada às vésperas da cirurgia e que mesmo assim não era certo que ele aconteceria, pois dependia do encaminhamento da intervenção maior, no quadril.
“Não estava certo que o procedimento seria feito, por se tratar de uma cirurgia para uma questão menor, de um desconforto nas pálpebras. A cirurgia de pálpebra só seria feita se tudo corresse bem, como ocorreu, com a cirurgia principal, a ortopédica, e depois de uma esterilização e troca de equipe no centro cirúrgico. E isso foi informado pelos médicos logo depois da cirurgia, em coletiva de imprensa transmitida ao vivo”, informou a Presidência.
“Detalhamos todos os procedimentos e situação de saúde. Um procedimento menor e pontual, que talvez não fosse feito, que poderia ser adiado e que não tem correlação com condição de saúde, foi informado imediatamente após ter sido feito. Ou seja, foi detalhado com transparência”, completou.
O pós-operatório imediato do presidente superou as expectativas divulgadas inicialmente. Primeiro, Lula acabou seguindo para um leito hospitalar comum, não precisando passar a noite na UTI, como era esperado.
A alta hospitalar do presidente também aconteceu com dois dias de antecedência, no domingo (1º). Lula deixou o hospital longe das câmeras, pela saída de trás do edifício.
Integrantes do governo fizeram questão de ressaltar a recuperação do presidente. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), por exemplo, disse que Lula “é um touro”, em entrevista à BandNews na última semana.
Em um episódio anterior, às vésperas da viagem frustrada de Lula à China, em março, aliados do petista buscaram minimizar a ida do presidente a um hospital de Brasília. O presidente foi diagnosticado com pneumonia e por isso o embarque foi adiado por cerca de 36 horas.
Ministros afirmaram que o diagnóstico era decorrência do excesso de agendas e garantiram que o embarque para o país asiático iria certamente acontecer.
“O presidente está bem. Foi um início de pneumonia que está sendo tratada. Ele exagera [na quantidade de compromissos], né? Porque não é brincadeira. Eu estou cansado e tenho menos idade que ele […] Tem que ter um pouco de cuidado porque baixa a imunidade”, afirmou Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) afirmou que Lula nem precisaria passar por uma reavaliação médica. No dia seguinte, no entanto, a viagem foi cancelada por recomendação médica.
O Palácio do Planalto disse, em comunicado divulgado na época, que “após reavaliação no dia de hoje [sábado] e, apesar da melhora clínica, o serviço médico da Presidência da República recomenda o adiamento da viagem para China até que se encerre o ciclo de transmissão viral”.
Um auxiliar de Lula aponta que se tratou de um grande ruído, com ministros correndo para dar notícias boas, evitar eventuais dúvidas sobre a saúde, sem ter todas as informações da equipe de saúde. E isso acabou gerando desgaste, dando a impressão de que houve informação falsa sobre seu real estado de saúde.
Questionada por que nem todos os procedimentos, dos mais simples aos mais complexos, são informados por notas ou boletins, a Presidência responde que “notas não são a única maneira de se informar a imprensa”.
“No caso da cirurgia, os jornalistas foram sendo informados em atendimentos, em uma entrevista coletiva com médicos e por boletins médicos. Notas informativas sobre condições de saúde sempre são checadas com os médicos envolvidos nos procedimentos.”
Renato Machado e Marianna Holanda/Folhapress
PF apreende droga em fundos falsos de malas em SP
Os suspeitos responderão junto à Justiça Federal pelos crimes dos quais foram acusados.
Guarulhos/SP – A Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo, apreendeu entre a sexta-feira (6/10) e madrugada de hoje (9/10), em ações distintas com a colaboração do IBAMA, droga e ovos de animais silvestres com passageiros de voos internacionais.
Na sexta-feira (6), a PF apreendeu com um homem, nacional da África do Sul, mais de três quilos de cocaína que estavam ocultos num fundo falso de sua bagagem de mão. Em outra ação realizada neste mesmo dia, uma brasileira, que pretendia embarcar em voo para Angola, foi flagrada com mais de treze quilos de roupas engomadas com cocaína. Ambos foram presos em flagrante.
No sábado (7), agentes do IBAMA, detiveram um passageiro que pretendia embarcar em voo para Hong Kong, em razão de transportar 60 ovos de animais da fauna silvestre nacional sem devida autorização legal dos órgãos competentes. O suspeito foi conduzido à delegacia da PF e, em seu desfavor, foi instaurado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e lavrado pelo IBAMA, um auto de infração, com aplicação de multa no valor de 300 mil reais.
Neste mesmo dia, em ação realizada por policiais federais que fiscalizavam passageiros que pretendiam embarcar para Portugal, duas brasileiras foram presas com mais de cinco quilos de cocaína cada. A droga estava oculta em fundos falsos, encontrados nas malas das passageiras.
Já na madrugada de hoje (9), outra brasileira foi presa com droga também oculta em fundos falsos. A suspeita pretendia embarcar em voo para os Emirados Árabes Unidos.
Os suspeitos responderão junto à Justiça Federal pelos crimes dos quais foram acusados.
Comunicação Social/Delegacia Especial no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos
Superintendência da Polícia Federal em São Paulo
Polícia Federal reprime crimes de discriminação e de apologia ao nazismo
Sorocaba/SP – A Polícia Federal cumpriu na manhã desta segunda-feira, 09/10, um mandado de busca e apreensão em residência no município de Piedade/SP, para combate a crimes relacionados à discriminação de raça ou cor e de apologia ao nazismo.
A investigação teve início a partir de provas obtidas em investigação realizada pela Polícia Federal de São José do Rio Preto, que identificou um grupo de pessoas que compartilhavam, através da internet, mensagens de apologia ao nazismo, bem como publicavam comentários de cunho discriminatório contra judeus, católicos, nordestinos, negros e homossexuais.
O suspeito, residente em Piedade/SP, um jovem de 22 anos, publicou no Facebook imagens enaltecendo Hitler e participava de grupo de bate papo do Whatsapp batizado de “Truppen des Aufständische” (tropas insurgentes, em alemão), cuja descrição era "Proibido muié, só o Emanuel. Proibido viado. Proibido crente. Proibido gordo, somente o Alan. Proibido Nordestino. Proibido preto. Proibido esquerdista e liberal. Proibido Judeu".
Na residência do investigado a polícia apreendeu dois aparelhos celulares e um notebook. Os materiais passarão por perícia e análise pela Polícia Federal, visando o aprofundamento das investigações.
Durante as buscas também foram encontrados diversos livros relativos ao nazismo e a crimes de homicídio em massa.
O investigado poderá responder por crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, cujas penas podem chegar a 05 anos de reclusão.
Comunicação Social da Polícia Federal em Sorocab
Em operação, PM apreende mais de 1500 porções de drogas no Município de Nazaré
Na manhã deste domingo (8) policiais militares do 14º BPM apreenderam drogas na Rua Joeirana, no Município de Nazaré.
Realizando o patrulhamento ostensivo, com vistas a coibir crimes, as guarnições foram acionadas para averiguar informação da localização de um veículo com restrição de roubo com a placa adulterada e que transportava vasta quantidade de entorpecentes. Diante da informação, os militares foram ao local indicado e avistaram o veículo com as mesmas características, e o condutor ao perceber a presença dos pms, abandonou o veículo e conseguiu fugir.
Durante as buscas foram localizados 666 pinos, 300 pedras e 1,074kg de cocaína, 480 pinos e 0,620 kg de crack, 230 porções e 2,118kg de maconha, 0,87 kg de haxixe, um carregador de pistola calibre .380, um rádio comunicador, quatro aparelhos celulares, quatro balanças de precisão, quatro cadernos de anotações, uma calça de uso exclusivo das forças armadas, uma carteira com documentos e dinheiro.
O veículo roubado e o material apreendido foram apresentados à Delegacia que atende a região, onde a ocorrência foi registrada.
Texto: DCS PM
Secretário calcula início da construção da ponte Salvador-Itaparica em 60 dias
O secretário estadual de Infraestrutura (Seinfra), Sérgio Brito (PSD), previu, na manhã desta segunda-feira (9), indagado por este Política Livre, que o início da ponte Salvador-Itaparica será em 60 dias.
“A questão da ponte especificamente nós já estamos começando nesses 60 dias pretendemos começar a dragagem e a sondagem. São valores altos. São R$ 120 milhões para a dragagem. R$ 160 milhões para a sondagem. Então a ponte na realidade já estamos começando em 60 dias, porque dragagem e sondagem é o início da ponte”, disse o secretário.
A fala do secretário Sérgio Brito foi feita durante a solenidade que marca o lançamento da pedra fundamental das fábricas da BYD em Camaçari, com as presenças do governador Jerônimo Rodrigues, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do CEO Global da BYD, Wang Chuanfu, e da CEO BYD Américas, Stella Li.
Mateus Soares e Alexandre Galvão
Assembleia irá realizar audiência nesta terça para discutir direitos humanos na PM-BA
A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) irá realizar uma audiência pública nesta terça-feira (10), às 9h, com o intuito de abordar questões relacionadas à Segurança Pública no estado. O deputado Diego Castro, do PL, é o autor do requerimento que visa debater as condições de trabalho e a estrutura da Polícia Militar da Bahia (PM-BA).
O parlamentar baiano enfatizou a importância da discussão, destacando “a evidente falta de Segurança Pública como um dos principais desafios enfrentados pela sociedade baiana”. Ele ressaltou que, entre vários fatores que contribuem para essa situação, “é crucial mencionar as condições enfrentadas pela Polícia Militar baiana”.
Diego Castro também destacou “o papel desempenhado pela PM-BA como uma força pública estadual que busca zelar pela honestidade e correção de propósitos, com o objetivo de proteger os cidadãos, a sociedade e os bens públicos e privados, além de coibir atividades criminosas e infrações administrativas”.
Em sua justificativa, Diego, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública na ALBA, argumentou que “uma política de segurança eficaz deve incluir a valorização dos policiais, incluindo uma remuneração adequada e condições de trabalho dignas, bem como um enquadramento institucional adequado”.
Para a audiência, foram convidadas personalidades que comporão, além de Diego Castro, a mesa, incluindo Antônio Jorge Ferreira Melo, coronel da reserva da PM-BA, professor e coordenador do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Bahia; o major Fabio Brito, presidente da Associação Milícia de Bravos; o capitão Igor Carvalho Rocha, presidente da Associação de Oficiais Força Invicta; a cabo Alaice Gomes, presidente da Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia (APPMBA); o soldado Paulo dos Anjos, presidente da Associação dos Profissionais da Segurança Pública do Estado (APSEG) de Feira de Santana; o soldado Alexandre Tchaca; o advogado Dinoermeson Nascimento, vice-presidente da Comissão Especial de Direito Militar da OAB-BA; entre outros nomes ligados à segurança, como o deputado federal Capitão Alden (PL).
Israel realiza mais de 500 ataques aéreos a Gaza e atinge campo de refugiados; número de vítimas é incerto
Os confrontos entre o Exército de Israel e os guerrilheiros do Hamas persistem nesta segunda-feira (09). Autoridades israelenses alegam ter recuperado todas as áreas anteriormente ocupadas por extremistas palestinos, enquanto o número de vítimas no conflito se aproxima de 1.200. Durante a noite, Israel conduziu mais de 500 ataques aéreos e de artilharia contra Gaza, com pelo menos um deles atingindo uma área civil no norte do território.
Vídeos gravados em Jabalia mostraram corpos espalhados pelo chão após o bombardeio, embora o total de vítimas ainda não seja conhecido. Conforme relatado pelo jornal The Washington Post, as Forças Armadas de Israel planejam uma incursão terrestre em larga escala em Gaza nas próximas 48 horas.
Na manhã de segunda-feira, Yoav Gallant, Ministro da Defesa de Israel, anunciou um “cerco completo e total” à Faixa de Gaza.
Casamento sob bênção de Malafaia uniu Bolsonaro de vez a evangélicos e projetou Michelle
O noivo e o pastor esperavam numa antessala da Mansão Rosa, espaço de festas no Rio cercado pela Floresta da Tijuca. Estavam de papo furado até que o homem de terno cinza chumbo, um deputado do PP que navegava nas raias do baixo clero, falou sobre onde se via dali a cinco anos.
“Ele se virou e disse assim: ‘Vou ser o presidente do Brasil, porque senão ninguém vai segurar esta esquerda'”, conta Silas Malafaia, à frente da igreja frequentada na época pela terceira mulher que Jair Bolsonaro (PL) desposaria.
Hoje, o pastor admite que perguntou se o interlocutor estava ficando maluco. “Eu mesmo não acreditei que seria possível.”
Entre militares, um ou outro nome do Judiciário e gente de direita em geral, o católico Jair e a evangélica Michelle se casaram uma década atrás sob a bênção do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Nos anos que viriam, Bolsonaro consumaria seus votos presidenciais, numa vitória folgada sobre Fernando Haddad (PT) em 2018, estreitaria seus laços com evangélicos, a fatia religiosa que mais cresce no Brasil, e veria sua mulher ganhar um capital político a princípio impensável para uma ex-assessora parlamentar que se manteve discreta durante a maior parte da carreira do marido.
A data do casório não foi escolhida a esmo: 21 de março de 2013, aniversário de 58 anos de Jair e véspera do dia em que Michelle completaria 31 anos.
Ela selecionou orquídeas brancas para a lapela dele e usou um vestido de renda francesa com aplique floral –criação de Marie Lafayette, também por trás das vestes matrimoniais das mulheres de Eduardo e Flávio Bolsonaro, além do longo da primeira-dama na posse de Bolsonaro, no 1º de janeiro de 2019.
Michelle apareceu em uma reportagem de capa da Festejar Noivas RJ sobre “o sim do casal Bolsonaro”, com declarações da dupla.
Ela lembrou à revista que os dois já eram casados no civil, o que aconteceu em 2007, três anos antes de nascer a filha que têm juntos. Laura veio após Bolsonaro reverter uma vasectomia a pedido da esposa e, em 2017, ganhou do pai o rótulo de “fraquejada”, por ser menina após uma leva de quatro filhos homens.
“Esperamos o momento certo para receber a bênção de Deus”, afirmou Michelle. Jair também se declarou: a ex-funcionária, disse, “estava a 10 metros de mim e não enxergava, pois vivia um momento em que tudo parecia não dar certo”.
Até ele resolver “novamente buscar a felicidade” e reviver um sentimento de “esperança e alegria” que o fez “voltar aos tempos de cadete da Academia Militar das Agulhas Negras”.
Foi uma festa com muito refrigerante e quase nada de álcool, rememora o ex-assessor Waldir Ferraz, apelido Jacaré, amigo do noivo desde 1988, ano em que Bolsonaro venceu seu primeiro pleito, para vereador do Rio pelo Partido Democrata Cristão.
O desembargador Egas Moniz estava na lista de convidados, que não teve nomes de quilate político. Dois presentes só recordam da presença do primogênito de Bolsonaro, o hoje senador Flávio. É famosa, nos bastidores do poder, a antipatia recíproca entre Michelle e o vereador Carlos, o filho 02 do marido.
Bolsonaro celebrou a amizade quando, em 2022, morreu Moniz, que foi tenente do Exército. Aproximaram-se nos anos 1980, após o juiz preconizar que o capitão recém-transferido à reserva das Forças Armadas um dia seria presidente. Também lhe cedeu uma máquina de xerox que tirava sete cópias por minuto, para ajudar na campanha à Câmara Municipal carioca, contou o político no ano passado.
Diz Malafaia que Bolsonaro precisou ser enquadrado para se casar no religioso. Michelle havia um tempo ia à sua igreja, mas não podia ser membro oficial por morar com um homem com quem não era unida aos olhos de Deus. O arranjo feria as regras internas.
“Você vive com ela, ela tem uma filha sua, e não se decide se quer casar com ela”, reproduz a bronca que deu no parlamentar. “E ele: ‘Você faz meu casamento então?'”
Silas e Jair se aliaram nos anos 2000, quando a Câmara discutia o PL 122, um projeto de lei que criminalizava a homofobia. Os dois, claro, do mesmo lado, contra o que viam como “ativismo gay”.
Malafaia se ressentiu por Bolsonaro “não o defender como deveria” quando, em 2017, ele foi indiciado sob suspeita de lavagem de dinheiro. O religioso chegou a vociferar contra a “direita radical” que “prega que quer fechar o Congresso”, o que de fato Bolsonaro fez em 1999.
Em desagravo ao marido, Michelle trocou a Vitória em Cristo por uma igreja batista. As desavenças foram superadas e, na corrida eleitoral do ano seguinte, o pastor se tornou o canal mais ativo entre as igrejas evangélicas e o deputado que, cinco anos antes, confidenciou-lhe que cobiçava o Palácio do Planalto.
Pois foi feita a sua vontade.
Naquele março, Jair e Michelle trocaram alianças ao som de “Jesus, Alegria dos Homens”, de Bach, numa cerimônia colorida por laranja, amarelo e o mesmo rosa do vestido que ela usou na posse presidencial e na publicidade de uma linha de produtos de beleza que pôs no mercado em 2023.
Por muitos anos, também em tons pastéis eram as ambições políticas dela.
Ela discursou em Libras no dia em que Bolsonaro assumiu o Planalto, defendendo a inclusão, e se fantasiou de Branca de Neve para divulgar um programa que pilotou durante o governo passado, o Pátria Voluntária, extinto por Lula.
Seu engajamento seguia a praxe esperada para primeiras-damas, historicamente associadas a atividades assistenciais, sem maior protagonismo durante o mandato do marido.
Bissextas, suas declarações públicas reforçavam o papel de “bela, recatada e do lar” primeiro atribuído à sua antecessora Marcela Temer, casada com Michel Temer (MDB).
Apareceu mais no ano eleitoral de 2022, quando outorgou às mulheres a missão de ser “mãe, esposa e ajudadora” do homem. Também disse que o marido “é imbrochável, incomível e imorrível” no programa do bolsonarista Sikêra Jr.
Foi também na segunda tentativa de Bolsonaro de conquistar a Presidência, esta perdida para Lula, que a oratória de Michelle surpreendeu o mundo político. A retórica, de forte apelo cristão, emergiu na convenção do PL. Discursou então: “Sejam fortes, queridos. Sejam fortes e corajosos. Não negociem com o mal. Esta luta não é contra homens e mulheres, é contra potestades e principados”.
Em março, antes de Bolsonaro voltar da temporada na Flórida pós-fracasso nas urnas, Michelle virou presidente do PL Mulher. As apostas para que ela concorra em 2026 crescem no bolão de Brasília. Ao Senado, sugerem os cautelosos. Por que não a presidente ou vice?, perguntam os mais ambiciosos. O ex-presidente está inelegível por ordem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O casal atravessou junto na alegria do triunfo eleitoral de 2018, e agora na tristeza do escândalo que o levou às garras da Justiça. Jair e Michelle são investigados por supostos desvios de presentes que ele ganhou enquanto presidente, incluindo joias milionárias dadas pela Arábia Saudita.
Em evento do PL Mulher, a ex-primeira-dama ironizou que, de tanto ser questionada, lançaria uma linha chamada “Mijoias”. Dias depois, os dois decidiram silenciar sobre o caso diante da Polícia Federal.
Anna Virginia Balloussier / Folhapress
Hamas fez mais de 100 reféns durante incursão, diz Israel
Mais de cem pessoas foram feitas reféns pelo movimento palestino do Hamas, informou neste domingo (8) o governo israelense, depois de um ataque da facção extremista contra Israel deflagrado no dia anterior.
Israel publicou o número de pessoas que foram capturadas numa infografia em sua conta do Facebook, e um funcionário que prefere não ser identificado confirmou os dados à agência AFP. Já o Hamas disse que divulgaria um comunicado ainda neste domingo informando quantos civis e militares capturou.
Ainda neste domingo, o chefe do grupo palestino Jihad Islâmico, Ziad al-Nakhala, afirmou que sua facção mantém em cativeiro mais de 30 dos israelenses que foram sequestrados na Faixa de Gaza desde sábado.
Os reféns não serão repatriados “até que todos os nossos prisioneiros sejam libertados”, acrescentou al-Nakhala, referindo-se aos milhares de palestinos que estão em prisões israelenses.
Os ataques do Hamas, grupo militante que controla a Faixa de Gaza, em Israel no sábado foram um dos dias mais violentos e mortais na região em décadas. A facção lançou uma série de mísseis que atingiram grandes cidades israelenses e enviou combatentes pela fronteira para o sul de Israel, onde tomaram bases e capturaram reféns.
A captura de tantos israelenses, alguns filmados sendo puxados através de postos de segurança ou conduzidos, sangrando, para Gaza, acrescenta outra camada de complicação para o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, cujo governo é o mais à direita da história de Israel, depois de episódios anteriores em que reféns foram trocados por prisioneiros.
Neste domingo, o Hamas lançou mais foguetes contra Israel, disparando sirenes de ataque aéreo no sul do país, e os militares israelenses disseram que combinariam a retirada de pessoas das áreas de fronteira com a busca por mais homens armados da facção.
Em menos de dois dias, o conflito já matou mais de 900 pessoas. Em Israel, ao menos 600 pessoas foram mortas e outras 2.048 ficaram feridas, segundo a imprensa local. Já na Faixa de Gaza, pelo menos 313 pessoas, incluindo 20 crianças, morreram, e outras 2.000 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Mais sete pessoas perderam a vida na Cisjordânia.
Folhapress
Cerca de mil brasileiros em Israel já pediram para voltar ao Brasil
Foram identificados 3 brasileiros desaparecidos e 1 ferido no conflito |
A Embaixada brasileira em Tel Aviv já colheu os dados de cerca de 1 mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém interessados em voltar ao Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a maioria é de turistas que estão em Israel.
Os interessados preencheram um formulário online disponível no site da embaixada. Segundo o órgão, o preenchimento do formulário não assegura direito à repatriação e a inclusão na lista de passageiros será informada posteriormente.
O Itamaraty diz que segue acompanhando a situação dos turistas e das comunidades brasileiras na região. A estimativa é que 14 mil brasileiros vivem em Israel e 6 mil na Palestina, a grande maioria fora da área afetada pelos ataques.
O governo brasileiro reservou seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para a repatriação. Ainda neste domingo (8) um avião irá decolar com destino a Roma, na Itália, para trazer os brasileiros que tentam sair da Palestina ou de Israel devido ao conflito iniciado neste fim de semana.
Até o momento, foram identificados três brasileiros desaparecidos e um ferido após o conflito. Todos são binacionais e participavam de um festival de música no distrito sul de Israel, a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza. O brasileiro ferido recebeu alta do hospital hoje e se encontra bem.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv publicou, em seu site, um formulário para inscrição de interessados nos eventuais voos de repatriação e transmitirá instruções para deslocamento ao aeroporto de Ben-Gurion à medida que se confirmarem os voos.
O governo brasileiro montou no Itamaraty estrutura para o acompanhamento da situação dos brasileiros na região. Os plantões consulares da Embaixada em Tel Aviv (+972 (54) 803 5858) e do Escritório de Representação em Ramala (+972 (59) 205 5510), com Whatsapp, permanecem em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência.
O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.
Agência Brasil
Israel prepara retirada de civis em regiões fronteiriças após ataques terroristas do Hamas
Um dia depois de sofrer seu pior ataque em 50 anos, Israel se preparava neste domingo (8) para retirar civis de áreas próximas às fronteiras com a Faixa de Gaza e com o Líbano. O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que na véspera declarou guerra contra o grupo extremista islâmico Hamas, agora avalia uma possível incursão por terra contra o enclave palestino, que segue sob intensos bombardeios.
Terroristas do Hamas mataram pelo menos 600 israelenses e feriram mais de 2.000 em um ataque surpresa lançado por por terra, água e mar no sábado (7). Também levaram mais de cem reféns israelenses para a Faixa de Gaza. Israel revidou com ataques aéreos e matou 413 palestinos, incluindo 20 crianças, além de deixar 2.300 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
As autoridades de Israel preparam a retirada de milhares de residentes de 24 localidades no sul do país, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. Os moradores da região ainda processavam o choque dos massacres promovidos por terroristas do Hamas e da chuva de milhares de foguetes disparados a partir do enclave palestino na véspera.
O conflito já se espraia para o norte de Israel, que na manhã de domingo sofreu ataques de foguetes do grupo xiita Hizbullah, apoiado pelo Irã. Não havia registros de mortos na ação. Israel revidou com bombardeios no sul do Líbano e ordenou a retirada de moradores da região de fronteira.
Bibi, como o premiê é conhecido, disse neste domingo que o conflito contra o Hamas seria “longo e difícil”. Em busca de apoio internacional, ele conversou com telefone com líderes de países do Ocidente como o americano Joe Biden, o britânico Rishi Sunak, o alemão Olaf Scholz e o ucraniano Volodimir Zelenski.
Após os serviços de inteligência terem sido pegos de surpresa pelos ataques terroristas do Hamas, o governo de Israel afirmou que buscará eliminar “capacidades militares e de governo do Hamas e do Jihad Islâmico de uma forma que impediria a sua capacidade e vontade de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel durante muitos anos”.
O Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos “ataques crescentes” de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses.
Na Faixa de Gaza, que concentra 2 milhões de palestinos, moradores relatam desespero sob os bombardeios isralenses. Ao menos 20 mil pessoas buscaram abrigo em escolas administradas pela UNWRA, agência das Nações Unidas que administra campos de refugiados na região.
Segundo a emissora qatari Al Jazeera, um bombardeio da Israel matou ao menos 22 membros de uma mesma família em Khan Younis, no sul do enclave palestino. Os membros da família Abu Daqqa estavam em suas casas quando elas foram atingidas por mísseis israelenses.
Já no Egito, dois turistas israelenses e um guia egípcio foram mortos a tiros na cidade de Alexandria, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Ao menos três brasileiros estão desaparecidos desde sábado em Israel, enquanto outro ficou ferido nos ataques do Hamas, segundo fontes do Itamaraty. O governo do Brasil anunciou que enviará aviões para repatriar cidadãos do país que estão em Israel, nos territórios palestinos Palestina e em outros países do Oriente Médio.
Há estrangeiros entre os reféns levados para a Faixa de Gaza. O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse à Fox News que há dezenas de israelenses com cidadania americana entre os reféns. Já o a embaixadora no Reino Unido disse à Sky News que um cidadão britânico foi levado para Gaza. Autoridades do México e da Alemanha disseram suspeitar que cidadãos de seus países também foram sequestrados.
Folhapress
Do carro elétrico ao parque eólico, Bahia desponta no cenário nacional e mostra fôlego em momento de franco desenvolvimento
Nesta segunda-feira (9), a Bahia protagoniza mais um feito que demonstra o momento positivo pelo qual está passando no que se refere à aceleração do crescimento econômico e social do estado. A gigante chinesa da indústria automobilística – BYD lança a pedra fundamental do complexo fabril que vai produzir, em solo baiano, veículos de passeio elétricos e híbridos, caminhões elétricos, chassis de ônibus, além de processar lítio e ferro fosfato.
O fato histórico para o estado se junta ao cenário de recordes recentes de investimentos próprios e privados que promovem crescimento também em outros setores e se refletem em avanços econômicos e de geração de empego. Somente por parte da BYD, o investimento na implantação das fábricas em Camaçari será de R$ 3 bilhões. A empresa estima a geração de cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos e já anunciou também que promoverá treinamento e capacitação de mão de obra especializada, com prioridade para profissionais locais.
Antes de participar do evento que marca oficialmente o início da instalação das novas fábricas, o governador Jerônimo Rodrigues visitou o local, neste domingo (8), acompanhado de uma comitiva de secretários e dirigentes do Governo do Estado e de representantes da empresa. Além dele, a cerimônia da pedra fundamental terá a presença do fundador e CEO Global da BYD, Wang Chuanfu, e da CEO BYD Américas, Stella Li. O vice-presidente, Geraldo Alckmin e ministros do Governo Federal também estarão presentes.
A força baiana de atração de investimentos tem na BYD o seu exemplo mais recente, mas já demonstra desempenho positivo há mais tempo. Somente este ano, de janeiro a setembro, foram 49 novos empreendimentos implantados na Bahia, marcando R$ 3,96 bilhões em investimentos e geração de mais de 5 mil empregos. Nos próximos anos, a projeção é de que sejam criados 34,5 mil postos de trabalho, a partir de 380 empreendimentos, que foram ou estão sendo instalados ou ampliados no estado, com aporte de R$ 127 bilhões para o incremento da economia baiana.
Os setores de geração de energias renováveis, eólica e solar, se destacam entre os que mais crescem no estado. O Complexo Eólico de Tucano, localizado nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, é o mais novo desse setor a se instalar em solo baiano. Inaugurado no dia 3 de outubro, será operado 100% por mulheres, com investimento de R$ 1,5 bilhão. Este e outros empreendimentos, unidos ao crescimento do setor de serviços, colocam a Bahia como o sexto estado brasileiro com melhor saldo na geração de empregos este ano.
Quando se trata de investimentos, com recursos próprios, em áreas de impacto direto na vida de baianos, os números também destacam a Bahia nacionalmente. O estado é líder no país em investimentos como proporção das receitas. O total investido até a primeira quinzena de setembro somou R$ 5,85 bilhões. As áreas sociais foram, com larga vantagem, as mais contempladas com estes recursos: foram R$ 2,68 bilhões desembolsados pelas secretarias de Educação, Saúde e Segurança, e no setor de infraestrutura foram R$ 2,65 bilhões aplicados em obras e ações das secretarias de Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura Hídrica.
De acordo com informações da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), vinculada ao Ministério da Fazenda, ao destinar 14% de sua receita total para os investimentos até o mês de junho, o governo baiano teve a melhor performance entre os estados no período.
Santa Catarina decreta fechamento de barragens após duas mortes
Por causa das chuvas, 82 municípios estão em situação de emergência |
Os estragos causados pelas fortes chuvas e a previsão de novas precipitações levou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, a determinar o fechamento de comportas das barragens de Ituporanga e de José Boiteaux. Em todo o estado, 82 municípios estão em situação de emergência.
Neste sábado (7), a Defesa Civil estadual confirmou a segunda morte. A vítima é um homem da cidade de Palmeira (SC). Ma quarta-feira (4), foi registrado o óbito de um outro homem em Rio do Oeste (SC).
Em muitas cidades, os bombeiros estão resgatando moradores com uso de botes infláveis. Ainda não foi divulgada pelo governo catarinense uma estimativa do total de desabrigados.
As regiões mais afetadas pelas chuvas que atingem o estado de Santa Catarina nos últimos dias são o Vale do Itajaí, o Planalto Norte e a Oeste, além de áreas próximas à divisa com o Rio Grande do Sul. Prognósticos técnicos que apontam que, com as chuvas previstas para este domingo (8), os rios possam atingir níveis expressivos de 14 metros. Novas precipitações também são esperadas para o decorrer da semana, embora com menos força.
O governo orienta que a população que mora em áreas de risco deixe suas residências e busquem abrigo seguro. Efetivos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram destacados para atuar com helicópteros e outros equipamentos. O estado do Paraná também enviou reforços. O governo catarinense pediu ainda apoio ao Exército Brasileiro.
Agência Brasil
Bolsonaro diz que 8/1 prejudica ato antiaborto e chama ataque golpista de ‘arapuca da esquerda’
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (8) em Belo Horizonte que os atos golpistas de bolsonaristas no 8 de janeiro foram uma “arapuca patrocinada pela esquerda”.
A declaração foi dada durante concentração para passeata contra o aborto na Praça da Liberdade.
Os ataques do 8/1 realizados em Brasília por apoiadores de Bolsonaro incluíram a invasão da Esplanada dos Ministérios e vandalismo nas sedes dos três Poderes. Neste domingo, Bolsonaro fez referência aos atos ao notar que a praça tinha menos gente do que em passagem anterior pelo local.
“Estivemos aqui no ano passado. A praça estava lotada. Creio que a diminuição no número de pessoas é pelo temor do que aconteceu em 8 de janeiro”, disse.
No mês passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) condenou os primeiros três acusados pelo 8/1 por crimes como associação criminosa e golpe de Estado, com penas de até 17 anos de prisão.
“Brasileiros, patriotas, que foram manifestar, entraram em uma arapuca, numa armadilha patrocinada pela esquerda”, afirmou Bolsonaro, sem explicar como isso teria ocorrido.
Declarado inelegível por oito anos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro inflamou seus apoiadores principalmente contra o STF ao longo de seu mandato.
Neste domingo, os manifestantes ocuparam parte da praça no ato contra aborto em frente ao Palácio da Liberdade. A PM de Minas não divulga estimativa de participantes.
Manifestantes na concentração antes da passeata mostravam faixas e cartazes contra a ADPF 442, que descriminaliza o aborto no país e está no STF à espera de julgamento.
Além dos cartazes, gritos de “quero ouvir de novo, supremo é o povo”. Gestantes e crianças foram colocadas sobre um caminhão de som utilizado para discursos.
A maior parte dos manifestantes era formada por fieis de igrejas evangélicas, como a do pai do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e da igreja católica carismática do deputado federal Eros Biondini (PL).
O ex-presidente e a ex-primeira-dama cumprem agenda em Belo Horizonte desde sexta (6). No primeiro dia, Bolsonaro almoçou com correligionários e participou de culto em igreja evangélica cujo pastor é o pai do deputado Nikolas Ferreira.
Bolsonaro também se encontrou com representantes do setor agrícola. No sábado (7), o ex-presidente tomou café da manhã com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
No mesmo dia, ele a ex-primeira dama participaram de encontro do PL Mulher. Michelle é presidente da ala nacional do partido. Redes bolsonaristas reproduziram vídeos do ex-presidente em pelo menos dois restaurantes da cidade ao longo da tarde.
A passeata contra o aborto é a última agenda do casal na capital mineira.
Leonardo Augusto / Folhapress
Brasil avalia enviar aviões para repatriar cidadãos em Israel e na Palestina
O governo brasileiro avalia neste domingo (8) um plano de repatriação de cidadãos do país que estão em Israel e na Palestina, após os ataques iniciados no sábado (7) pelo grupo extremista Hamas.
A FAB (Força Aérea Brasileira) tem quatro aviões à disposição do governo Lula (PT) para o resgate. Os planos de voo já foram acertados e serão apresentados pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em reunião.
Participam da reunião a ministra interina das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e o próprio Múcio.
A reunião foi convocada no sábado (7). Múcio e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, estavam em voo rumo à Suécia, com escala em Cabo Verde, para uma série de reuniões sobre os caças Gripen.
O ministro recebeu uma ligação do Palácio do Planalto com a convocação da reunião, e o avião deu meia-volta já sobrevoando território africano para voltar a Brasília.
Segundo o Itamaraty, um brasileiro foi ferido durante os ataques em Israel. Ele recebe tratamento hospitalar no país. O governo brasileiro não sabe o paradeiro de outros dos brasileiros.
Um dia após Israel sofrer o pior ataque em 50 anos e revidar com bombardeios na Faixa de Gaza, o número de mortos nos dois lados passou de 900 neste domingo (8), de acordo com autoridades. Novas explosões foram registradas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas.
Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). A ação, sem precedentes, foi acompanhada dos disparos de milhares de mísseis contra Israel. Neste domingo, após Netanyahu declarar guerra, o conflito alastrou-se: militares israelenses relataram que mais morteiros foram disparados do Líbano contra o norte do país.
O grupo armado Hizbullah assumiu a autoria dos ataques e manifestou “solidariedade” ao povo palestino. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindica como sua.
Cézar Feitoza / Folhapress
Com obras adiantadas, semianel rodoviário vai melhorar mobilidade e promover desenvolvimento em Irecê
A obra de implantação e pavimentação do semianel rodoviário de Irecê, realizada pelo Governo do Estado através da Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), vai proporcionar mais desenvolvimento regional por ser, além de um facilitador da mobilidade urbana, um novo vetor de crescimento. Além disso, quando pronta, vai retirar o fluxo de veículos pesados de dentro da cidade.
Com conclusão prevista para dezembro de 2023, os serviços nos 7,30 km já têm mais de 70% de execução e incluem a construção de quatro rotatórias e a pavimentação do trecho. Atualmente, está em andamento a implantação da terceira rotatória. Com um investimento de R$ 13,7 milhões, a obra vai beneficiar os mais de 74 mil habitantes do município.
Conflito entre Israel e Hamas entra no 2º dia; ao menos 576 pessoas já morreram
Cerca de 24 horas depois do começo dos ataques entre o grupo extremista Hamas e Israel, o número de mortos na Faixa de Gaza é de ao menos 313 e o de feridos, 1.990, informou o ministério da Saúde palestino neste domingo (8). Ao menos 20 dos mortos são crianças.
De acordo com os últimos dados divulgados pelas autoridades, a contagem de mortos chegou a 576, dos quais 256 em Israel e sete na Cisjordânia.
Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, lançaram aproximadamente 5.000 foguetes e entraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). Neste domingo, o conflito alastrou-se: militares israelitas relataram que morteiros foram disparados do Líbano para o norte de Israel.
O grupo armado Hezbollah assumiu a autoria dos ataques no norte do território israelense, dizendo que estava “em solidariedade” com o povo palestino. A ação teve como alvo três postos, incluindo um “local de radar” nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindicou como sua.
As forças israelenses responderam com ataques de artilharia ao Líbano e uma ofensiva de drones a um posto do Hezbollah perto da fronteira. Não houve relatos de vítimas.
Um porta-voz militar israelense disse que operações estavam acontecendo em oito áreas ao redor de Gaza no domingo. A cidade amanheceu com fumaça preta, flashes de cor laranja e faíscas no céu devido às explosões. Drones israelenses podiam ser ouvidos no alto.
Depois de uma reunião noturna do gabinete de segurança de Israel, o governo anunciou na manhã deste domingo que o objetivo da sua operação retaliatória em Gaza era “conseguir a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas e da Jihad Islâmica de uma forma que impediria a sua capacidade e vontade de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel durante muitos anos”.
“Estamos embarcando numa guerra longa e difícil que nos foi imposta por um ataque assassino do Hamas, acrescentou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em comunicado.
Ao lançar o ataque no sábado, o Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos “ataques crescentes” de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses. O comandante militar do grupo, Mohammad Deif, convocou os palestinos de todo o mundo para lutar.
Considerado terrorista pelos Estados Unidos e boa parte dos países europeus, o Hamas prega a destruição de Israel em seu estatuto. Foi criado em 1987, após o início da primeira intifada, levante palestino contra forças israelenses.
A escalada surge num contexto de violência crescente entre Israel e militantes palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel, onde uma autoridade palestina exerce um governo limitado, à qual se opõe o Hamas.
Folha de S. Paulo
Congresso obtém volume inédito de verbas, mas aplicação é falha
Os 594 congressistas assumiram nos últimos dez anos um poder inédito de manejo individual das verbas do Orçamento federal, mas os problemas na aplicação desse dinheiro se mantêm: falta de transparência, de critérios estruturantes, desperdício, obras malfeitas, favorecimento político e suspeitas de corrupção.
A estimativa para 2023 é de R$ 46,3 bilhões para as chamadas emendas parlamentares, o que representa quase 30% de tudo o que o governo federal tem para uso livre.
O valor soma a verba que foi rebatizada com o fim das emendas do relator, mas mantém critério político para distribuição.
Com isso, cada um dos 513 deputados federais tem o poder de direcionar ao menos R$ 32 milhões do orçamento para seus redutos eleitorais. Já os 81 senadores, R$ 59 milhões.
Esses valores –que representam o dobro ou o triplo do que tinham há dez anos, apesar de a inflação no período ser de cerca de 70%– são ainda maiores caso o parlamentar exerça alguma influência no Congresso ou sobre o governo.
Como a Folha e outros veículos de imprensa mostraram em diversas reportagens nos últimos anos, emendas estão no centro de suspeitas de corrupção com verba da saúde e para pavimentação, além de serem usadas para obras malfeitas e cuja aplicação deixa de lado critérios técnicos e estruturantes, para privilegiar interesses paroquiais e eleitoreiros.
Locais com escassez de água no sertão nordestino, por exemplo, foram deixados de lado na entrega de caixas d’água no ano passado, enquanto equipamentos estão estocados em redutos de líderes do Congresso.
Líder do centrão, o grupo que encabeça a pressão pela elevação do dinheiro federal para as emendas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é um defensor público do mecanismo, sob o argumento de que os parlamentares são os maiores conhecedores das necessidades dos grotões. Ele diz que basta coibir eventuais irregularidades.
“Eu sempre defendi emenda parlamentar e continuarei defendendo, porque ninguém conhece mais o Brasil do que o parlamentar”, disse recentemente o presidente da Câmara, em entrevista à Folha.
A realidade, porém, é repleta de exemplos que vão no sentido contrário a essa afirmação.
Destino de bilhões em emendas, a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) acumula suspeitas de corrupção e registros de uso inadequado da verba federal.
A Folha percorreu recentemente cinco estados do Nordeste e flagrou distorções na entrega de caixas d’água em regiões secas, uma das funções da companhia. O dinheiro para a compra dos equipamentos foi drenado pelas emendas, mas há moradores esquecidos pelas indicações parlamentares.
Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que 201 dos 228 municípios com prioridade alta ou muito alta (88%) não receberam nenhum equipamento.
No governo Bolsonaro, a companhia se afastou da vocação histórica de promover projetos de irrigação e passou a escoar verbas de emendas em obras de pavimentação e maquinários. Lula (PT) manteve o comando da Codevasf em troca de apoio no Congresso.
A Polícia Federal e órgãos de controle ainda apuram se verba da estatal foi desviada. Um dos inquéritos avalia se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), foi beneficiado com o dinheiro de obras de pavimentação executadas por empresa suspeita de corrupção. Juscelino nega qualquer irregularidade.
No início do ano, o TCU (Tribunal de Contas da União) chegou a cobrar que a Codevasf trouxesse a público “casos de sucesso” em licitações de pavimentação da estatal.
A determinação constou em acórdão no qual os auditores do tribunal mostraram irregularidades em vários casos e situações em que a estatal colocou asfalto até em ruas que já estavam pavimentadas.
A CGU (Controladoria Geral da União) já havia flagrado um combo de irregularidades em alguns estados, incluindo asfalto que esfarela como farofa e forma crateras, além de maquiagem na prestação de contas e indícios de superfaturamento.
A Codevasf cresceu na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e expandiu seu foco e sua área de atuação –mas sem planejamento e com controle precário de gastos, distorções mantidas sob Lula.
Ao mesmo tempo, a estatal se transformou num dos principais instrumentos para escoar a verba recorde das emendas, distribuídas a deputados e senadores com base em critérios políticos, em especial do centrão.
Em 2021, por exemplo, a Folha foi à região de Petrolina (PE), local de destino de ao menos R$ 200 milhões em emendas para obras de pavimentação destinadas pelo então líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
A cidade era administrada por um de seus filhos, Miguel Coelho.
Na cidade, as obras ganharam apelido de farofa ou Sonrisal, em referência ao esfarelamento dos trechos pavimentados.
O pavimento usado derretia com o forte calor e grudava nos calçados dos moradores. Quando secava e se quebrava em pedaços, começava a esfarelar.
A cronologia do fortalecimento do Congresso no manejo do orçamento federal começa no governo Dilma Rousseff (PT), quando o grupo liderado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha impôs derrotas em série ao governo.
Antes de 2015, a execução das emendas parlamentares era uma decisão política do governo, que poderia ignorar a destinação apresentada pelos congressistas.
Por meio da emenda constitucional 86, de 2015, estabeleceu-se a execução obrigatória das emendas individuais, o chamado orçamento impositivo, com algumas regras.
Foi sob Bolsonaro que os valores apresentaram a maior expansão.
Ele não só abriu mão de bilhões de reais para conseguir formar uma base parlamentar. Ele também deu uma autonomia completa para a cúpula do Congresso decidir para onde todo esse montante seria destinado –os ministros, muitas vezes, apenas recebiam a notificação da decisão do deputado ou senador.
O valor destinado às emendas se multiplicou. Passou de cerca de R$ 10 bilhões anuais para R$ 46 bilhões em 2020.
A cifra das emendas chegou a representar mais da metade da verba discricionária federal prevista, ou seja, dos recursos que não estão comprometidos com salários e outras obrigações e podem ser usados em obras e investimentos públicos.
Lula, durante a campanha eleitoral, criticou esse modelo de negociação com o Congresso e prometeu que os acordos não ficariam às escuras. Mas, quando assumiu a Presidência da República, manteve a falta de transparência e privilegia cidades de deputados e senadores mais poderosos.
Em 2022, o STF (Supremo Tribunal Federal) declarou inconstitucional a emenda de relator. A verba foi rebatizada e transferida ao orçamento dos ministérios, mas o governo Lula driblou a decisão e manteve o uso político dos recursos –há R$ 9,8 bilhões reservados em 2023 para esse tipo de negociação.
Assessora política do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), Alessandra Cardoso afirma que o Legislativo não observa prioridades regionais e políticas públicas ao direcionar os recursos. “Isso distorce completamente a execução orçamentária do governo federal”, diz.
Para o próximo ano, o Congresso já discute um novo formato que continuará fortalecendo a cúpula das duas Casas e deverá reduzir ainda mais o poder de Lula sobre esses recursos.
Mateus Vargas, Thiago Resende e Ranier Bragon / Folhapres
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