Empresário chamado de ‘gênio’ por Valdemar embasou pedido golpista do PL e diz que não viu fraude
O empresário Eder Balbino, dono da Gaio.io, que colaborou com a auditoria do PL que pediu a anulação de parte dos votos das eleições presenciais de 2022, disse à Polícia Federal que não encontrou indícios de fraude nas urnas eletrônicas.
Semanas após o segundo turno, o PL usou justamente uma diferença entre os arquivos de urnas mais antigas e as mais novas, levantada pela Gaio, como principal argumento para contestar o resultado das urnas.
O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, citou à época a participação de um “gênio lá de Uberlândia”, cidade em que a empresa está instalada.
Em depoimento à PF, Baldino disse que foi contratado por R$ 8.000 pelo IVL (Instituto Voto Legal), que prestava serviços para a auditoria do partido de Bolsonaro. Ele afirma que desenvolveu um software para elaborar gráficos e cálculos com os dados eleitorais.
“Diante dos dados que recebeu, não viu absolutamente nada que vislumbrasse qualquer fraude nas eleições brasileiras de 2022, apesar de não conhecer a fundo urnas, eleições, esse tipo de coisa”, afirmou o empresário à polícia em 22 de fevereiro.
O depoimento se tornou público nesta sexta-feira (15) por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
O empresário disse à PF que carregou no “sistema Gaio” os logs das urnas —espécie de “diário de bordo” de tudo que aconteceu no equipamento— publicados pelo TSE após as eleições e gerou uma tabela que mostrava a repetição “de um único número de urna exagerado, milhões de vezes, o que era inesperado”.
Balbino afirmou, porém, que este dado não mostrava fraude eleitoral, pois ainda era possível associar o boletim de urna com o log, “uma vez que no nome do arquivo há identificação do código do município, numero da zona e número da seção”.
O empresário disse que enviou email a Carlos Rocha, presidente do IVL, discordando das conclusões do relatório do IVL, usado pelo PL para tentar mudar o resultado das eleições.
“Entende que a falha do sistema, que não identificou o número do log, não era suficiente para imputar uma fraude nas eleições”, registra o depoimento à PF.
Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Moraes negou o pedido do PL para invalidar os votos de parte das urnas usadas nas eleições de 2022 e ainda aplicou multa de R$ 22,9 milhões ao partido por litigância de má-fé.
Em depoimento à PF, Valdemar Costa Neto afirmou que contratou o IVL e apresentou a ação ao TSE contestando as eleições por pressão de Bolsonaro.
A PF também questionou Balbino se ele era o “gênio de Uberlândia” citado por Valdemar. “[Balbino] respondeu que nunca se nomeou como ‘gênio de Uberlândia’ e não teve nenhuma genialidade no que fez, e nunca foi chamado como gênio, mas acredita que Valdemar realmente se referia ao declarante”, registra o depoimento.
Balbino também relatou à polícia que o presidente do IVL chegou a planejar realizar uma pesquisa de intenção de votos dias antes do segundo turno, com ferramentas da Gaio, mas que o setor jurídico do instituto vetou a ideia.
A polícia também questionou Balbino sobre transmissões nas redes sociais contra as urnas feitas pelo influenciador argentino Fernando Cerimedo.
Isso porque o nome de Balbino aparece em arquivos apresentados pelo argentino. Além disso, alguns dos principais argumentos de relatório do PL contestando parte das urnas usadas em 2022 haviam aparecido antes nas lives de Cerimedo.
À PF o empresário negou relação com as falas de Cerimedo. Ele disse que nunca fez contato com o influenciador digital e que apenas recebeu da equipe ligada ao trabalho do IVL um link para acessar uma pasta virtual do argentino com arquivos sobre as urnas.
Ele afirmou que fez download dos arquivos, mas não conseguiu abrir no software Gaio, “portanto não sabe o conteúdo dos mesmos”. Disse ainda à PF que havia sido informado que os arquivos tinham os dados “mastigados” das urnas.
Por causa das suspeitas de ligação com as lives, Balbino foi um dos alvos de busca e apreensão autorizada por Moraes no começo de fevereiro, em processo que tramita no STF. Ele teve o celular apreendido pela polícia.
Na decisão que autorizou a ação, o ministro disse que a PF havia encontrado indícios de atuação coordenada para amplificar “falsas narrativas que construíram e replicavam acerca do sistema eleitoral brasileiro”.
“Estando ainda devidamente comprovada a relação mantida entre Fernando Cerimedo e Angelo Martins Denicoli [militar da reserva que integrou o governo Bolsonaro] e Eder Balbino, na dinâmica de divisão de tarefas fixada para aquela finalidade”.
Mateus Vargas/José Marques/Cézar Feitoza/Ranier Bragon/Julia Chaib/Fabio Serapião/Folhapress
Andrade Gutierrez e Novonor, ex-Odebrecht, vencem licitação de obras de refinaria pivô da Lava Jato
Refinaria Abreu e Lima passará por ampliação para produzir 13 milhões de litros de Diesel S10 por dia quando concluída |
Desde a Lava Jato, operação que desmontou um esquema de corrupção em obras da Petrobras, as companhias viviam uma seca de grandes projetos. A Odebrecht, por exemplo, teve de recorrer à Justiça para não quebrar e entrou em recuperação judicial. A Andrade passou por uma reestruturação. Agora as duas estão de volta ao jogo.
A reportagem apurou que a Consag, empresa da Andrade Gutierrez que atua no mercado privado, venceu dois lotes, o A e o B, cujos valores são da ordem de R$ 3,9 bilhões. A empresa foi a primeira a sair da black list da Petrobras há quatro anos, depois de reformar seu programa de compliance. Procurada, a empresa não quis comentar.
A Tenenge, empresa da Novonor (antiga Odebrecht), também ficou com dois lotes. Mas as cifras são bem maiores, acima de R$ 8 bilhões. Procurada, a empresa não respondeu. Outras três companhias venceram a disputa. E um lote deu vazio.
As obras são do segundo trem da Rnest e vão ampliar de 100 mil para 260 mil barris por dia a produção de diesel S10. O projeto tem o objetivo de trazer autossuficiência do combustível para o País e foi aprovado no ano passado pelo Conselho de Administração.
Hoje a Rnest é responsável por 6% da capacidade de refino da Petrobras e 15% de toda produção de S10 da empresa.
A Refinaria Abreu e Lima tem um histórico de corrupção desde o 1º mandato do governo Lula chegando até a administração de Dilma Rousseff.
Brasil registra média de 30 mortes ao dia pelo coronavírus em 2024, segundo Ministério
Os dados são da Plataforma Coronavírus do Ministério da Saúde analisados pela plataforma SP Covid-19 InfoTracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp para acompanhar a evolução da pandemia.
Os números, no entanto, ainda são menores comparados ao mesmo período de 2023 (de 1º de janeiro a 11 de março), quando o país registrou 5.781 mortes, o equivalente a cerca de 82 pessoas por dia. Na época, o país vivia uma onda mais intensa de Covid, com alta transmissão.
Somente de 3 a 9 de março deste ano, 277 pessoas morreram em decorrência da doença no Brasil –40 por dia, em média.
Na comparação com a primeira semana epidemiológica de 2024 (de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro), quando foram registrados 101 óbitos, houve aumento de 174,2%. Neste período, a média de mortes diárias foi 14.
Com base nas semanas epidemiológicas, a última vez que o país atingiu um patamar alto de óbitos foi de 19 a 25 de novembro de 2023. No período, foram confirmadas 319 mortes –cerca de 45 por dia.
Em relação aos casos confirmados de Covid, o pico ocorreu na semana epidemiológica 9, de 25 de fevereiro a 2 de março de 2024, com 70.570 infectados. Na semana seguinte, esse número caiu para 53.873 – redução de 26,6%.
“Passamos do pico da disseminação da doença no país e estamos observando o início da queda desta nova onda, o que era esperado. Porém, os números ainda preocupam, com o patamar de casos ainda muito elevado e óbitos recorde. As mortes por Covid estão em uma crescente desde o início de fevereiro, registrando o maior valor do ano agora”, diz Wallace Casaca, pesquisador e coordenador da plataforma SP Covid-19 InfoTracker.
“Houve sempre uma discrepância entre os picos de casos e de mortes devido à dinâmica da doença. Primeiro, o vírus infecta indivíduos saudáveis, que propagam a doença até alcançar aqueles nos grupos de risco, mais suscetíveis a desenvolverem complicações graves da covid. Muitos desses casos requerem hospitalização, e uma porção deles resulta em óbito. É possível que a queda nos óbitos apareça nas próximas duas semanas, diz Wallace Casaca, pesquisador e coordenador do InfoTracker.
Segundo o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, as principais taxas de hospitalização por Covid atualmente são compostas por pacientes nos extremos da idade.
“Os idosos, a despeito da vacinação, têm condições de risco pelo envelhecimento do sistema imunológica e comorbidades. Já as crianças de até dois anos não tiveram contato com o vírus e estão mais vulneráveis com a baixa cobertura vacinal”, explica o médico, que também inclui pessoas imunossuprimidas entre os grupos de maior risco.
Atualmente, a vacinação contra a Covid é direcionada aos mesmos grupos prioritários da campanha de imunização contra a gripe. O grupo inclui idosos, gestantes e puérperas, pessoas imunocomprometidas ou que tenham outras condições de risco para formas graves da doença. O Ministério da Saúde também recomenda esquema vacinal com três doses para crianças a partir dos seis meses de idade.
A vacina atualizada contra a Covid, que utiliza a variante XBB.1.5 da ômicron, deve chegar ao SUS (Sistema Único de Saúde) em abril, direcionada somente aos grupos prioritários.
O SUS também distribui gratuitamente o antiviral paxlovid para pessoas com mais de 65 anos ou adultos imunossuprimidos que contraiam a doença. O medicamento é oferecido aos pacientes que estejam entre o primeiro e o quinto dia de sintomas e que tenham diagnóstico confirmado por teste.
“O antiviral reduz as chances de a doença evoluir e necessitar hospitalização. É uma possibilidade de tratamento que precisa ser melhor divulgada”, afirma Kfouri.
AABB Ipiaú recebe premiação de excelência em gestao
General se cala sobre chamado para reunião após Bolsonaro editar minuta do golpe
O general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira foi para a reserva do Exército em dezembro de 2023 |
Theophilo disse que exerceria o “direito de permanecer em silêncio por não ter o contexto das conversas” entre o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-comandante do Exército general Freire Gomes.
Os investigadores se referiam a mensagens enviadas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em áudio, Cid disse que o então presidente vinha recebendo “várias pressões para tomar uma medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças”.
Na mensagem, o tenente-coronel disse que Bolsonaro “enxugou o decreto” na manhã do dia 9 de dezembro de 2022 —dois dias após o ex-presidente fazer a primeira sondagem aos chefes militares por um golpe— e que “comentou de falar com o general Theophilo”.
“Na verdade, ele quer conversar. Ele gosta, ele gosta de bater papo, né? Acho que de alguma forma como ele está sem sair do Alvorada, como ele está preso no Alvorada, ali… É uma maneira que ele tem de, de desopilar ou de, de… tocar pra frente. Porque se não foi, se a força não incendiar, é o status quo mantém aí como o que estava previsto”, completou.
Estevam Theophilo era o chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército no fim de 2022. A estrutura comandada pelo general é a responsável por realizar planos para o preparo e o emprego da Força.
O Coter, como é chamado, não tem tropas; sua função principal é dar diretrizes para os comandos militares de área, que possuem militares preparados para a ação.
Durante seu depoimento à Polícia Federal, Theophilo disse que não conhecia Bolsonaro pessoalmente e nunca havia o encontrado até o fim das eleições de 2022. Nos últimos dois meses do governo do ex-presidente, porém, o general foi três vezes ao Palácio da Alvorada para reuniões com o mandatário.
Todos os encontros de Theophilo e Bolsonaro, segundo o general, foram intermediados pelo ex-chefe do Exército Freire Gomes —alguns “a pedido” e outros “por ordem”, segundo o investigado.
Desses três encontros, somente o do dia 9 de dezembro foi feito a sós. Theophilo não deu detalhes da conversa com o ex-presidente à Polícia Federal. Limitou-se a dizer que não houve nenhuma sondagem para se realizar um golpe de Estado.
“QUE a reunião foi para ouvir lamentações do então Presidente da República sobre o resultado das eleições; QUE apenas ouviu o Presidente falando”, diz trecho do termo de depoimento, cujo sigilo foi derrubado nesta sexta-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
“QUE na reunião não foi tratado sobre uma possível minuta de golpe ou utilização de GLO, Estado de Defesa, Estado de Sítio ou Intervenção Federal.”
Theophilo disse ainda que, após a reunião no Alvorada, foi até a casa de Freire Gomes para “reportar o conteúdo da reunião”.
Os dois outros encontros teriam ocorrido em novembro e em dezembro. O primeiro foi com Freire Gomes, para tratar de assuntos do Exército. O último, na véspera do Natal, contou ainda com a presença dos generais Sérgio da Costa Negraes e Eduardo Antônio Fernandes.
Segundo Theophilo, o objetivo era “entregar um presente institucional do Exército ao então Presidente JAIR BOLSONARO”.
Freire Gomes participou do envio do presente mesmo após, durante reunião, ameaçar prender Bolsonaro se colocasse em prática planos golpistas discutidos no Palácio da Alvorada, como relatado pelo ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior.
O general Estevam Theophilo foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, no início de fevereiro. Investigadores suspeitam que o militar tenha usado a estrutura do Comando de Operações Terrestres para preparar um plano operacional para cumprir eventuais ordens de Bolsonaro em um decreto golpista, como intervenção no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e prisão de ministros.
No depoimento, Theophilo disse que “não participou de planejamento ou execução de qualquer plano para prender o Ministro ALEXANDRE DE MORAES” e que não tinha conhecimento que integrantes do governo Bolsonaro monitoravam o magistrado em dezembro de 2022.
Theophilo integrou o Alto Comando do Exército até 1º de dezembro de 2023, quando passou à reserva em cerimônia fechada no QG do Exército. Havia um acerto interno na cúpula da Força para nomeá-lo assessor militar na representação do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas).
Trata-se de um cargo rotativo entre as Forças Armadas, que muda a cada dois anos. Seria a vez do Exército. O general, porém, decidiu recusar o acordo alegando problemas particulares.
Prisão de Moraes seria necessária para normalidade, diz general em depoimento
A minuta de golpe investigada pela PF previa a prisão de Moraes e a realização de novas eleições.
Vergílio faria parte do grupo de oficiais que usavam a patente militar para tentar instigar outros núcleos a apoiarem ações que mantivessem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
O depoimento transcreve um áudio enviado pelo general da reserva ao ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros no qual ele diz que “nas portarias que tiverem que ser assinada (sic), tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele, como ele faz com todo mundo.”
À PF, ele disse não sabe dizer como se daria uma suposta prisão do ministro “porque estava na reserva desde 2000”, e nega ter participado de qualquer monitoramento ou vigilância de Moraes.
O militar da reserva também disse que não havia nenhum planejamento de golpe de estado, mas afirmou que estava sendo organizada uma “operação especial” que “seria uma fase posterior e que tudo deveria ser realizado dentro da lei e da ordem embasado juridicamente com base na Constituição Federal, principalmente com os argumento apresentados pelo jurista Ives Gandra Martins.”
Segundo ele, essa operação especial seria para implementar a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) temporariamente até que a “normalidade constitucional se reestabelecesse”.
Valdemar disse à PF que PL questionou resultado das eleições por pressão de Bolsonaro
O dirigente do PL afirmou ainda que o instituto contratado por eles jamais encontrou irregularidades
O dirigente da sigla afirmou ainda que o instituto jamais encontrou irregularidades, contrariando declarações públicas anteriores, além de acrescentar que discorda da avaliação do ex-presidente sobre as urnas eletrônicas.
"Indagado se, na condição de presidente do Partido Liberal, anui com as palavras do então presidente Jair Bolsonaro de que haveria fraude nas urnas eletrônicas e consequentemente nas eleições presidenciais de 2022, respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de varias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro", diz a transcrição do seu depoimento.
O dirigente do PL depôs no dia 22 de fevereiro no inquérito referente às investigações sobre os planos discutidos no fim de 2022 para um golpe de Estado contra a eleição de Lula (PT) à Presidência da República.
No final de novembro de 2022, o PL endossou o discurso golpista de Bolsonaro e pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mesmo sem apresentar provas de fraude, a invalidação de votos depositados em urnas por "mau funcionamento".
O PL usou como base da representação relatório do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL por R$ 1 milhão para fazer estudos sobre o funcionamento das urnas.
Em entrevista coletiva na ocasião, o dirigente partidário diz que "este relatório não expressa a opinião do Partido Liberal, mas é o resultado de estudos elaborados por especialistas graduados em uma das universidades mais respeitadas do mundo e que, no nosso entendimento, deve ser analisado pelos especialistas do TSE"
O ministro Alexandre de Moraes,
presidente do TSE, negou a ação e condenou a coligação de Bolsonaro ao
pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.
À PF, Valdemar adotou outro tom, afirmando que "nunca foi apresentado nada consistente" pela empresa.
Ele disse que a ideia de contratação do Instituto Voto Legal surgiu entre os deputados do PL e Bolsonaro. Que a indicação específica da empresa foi feita pelo ex-ministro e então ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes (PL-SP).
"Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu que quando houve o vazamento do relatório do Instituto Voto Legal, os deputados do PL e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE", prossegue a transcrição do depoimento do presidente do partido.
Uma das frentes de apuração da PF trata das lives contra as urnas feitas pelo influenciador argentino Fernando Cerimedo, além de Eder Balbino, sócio de uma empresa em Uberlândia que colaborou com a equipe contratada pelo PL para auditar o processo eleitoral.
Há ainda suspeita de
relação do major da reserva Angelo Martins Denicoli com Fernando
Cerimedo, no sentido de disseminar desinformação sobre o sistema de
votação brasileiro.
Logo após a vitória de Lula no segundo turno das
eleições, Cerimedo passou a fazer lives e publicações que tiveram grande
alcance alegando que as eleições brasileiras teriam sido fraudadas.
Alguns dos principais argumentos de relatório do PL contestando parte
das urnas usadas em 2022 tinham aparecido antes em suas transmissões.
Em seu depoimento, Valdemar respondeu várias vezes não saber responder ou não ter conhecimento das atividades de Cerimedo, Balbino e Denicoli.
Só afirmou que o responsável pelo instituto Voto Legal lhe disse "que Balbino teria descoberto que nas urnas mais novas (numeradas) o presidente Bolsonaro tinha maioria de votos e, nas mais antigas (não numeradas) o candidato Lula possuía maioria de votos"
Como mostrou a Folha em dezembro de 2022, informações divulgadas por Cerimedo à época, em sua rede social, indicaram elo entre ele e a Gaio.io, empresa da qual Balbino é sócio e que colaborou com a equipe de auditoria do PL. Três dos arquivos em uma pasta no Google Drive de Cerimedo tinham sido editados pela última vez por Balbino, em data anterior à sua ampla divulgação.
Em entrevista na apresentação da ação contestando parte das urnas em novembro de 2022, Valdemar disse que o problema levantado pela sigla na representação foi descoberto por um "gênio de Uberlândia" -município onde a Gaio.io, empresa da qual Balbino é sócio, tem um de seus endereços.
A PF investiga as tratativas por um golpe de Estado
desde que encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres,
em janeiro de 2023, uma minuta de decreto para Bolsonaro instaurar
estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo seria reverter o resultado da eleição, segundo os investigadores.
Com a delação de Mauro Cid e as provas obtidas em outras operações, a PF chegou à conclusão de que Bolsonaro teve acesso a versões da minuta golpista (não exatamente a mesma que estava com Torres).
De acordo com as investigações, ele chegou a pedir modificações no texto e apresentar a proposta aos chefes militares, para sondar um possível apoio das Forças Armadas à empreitada.
Moraes derruba sigilo de depoimentos sobre tentativa de golpe com Bolsonaro
O ministro do STF Alexandre de Moraes |
Moraes é o relator das investigações no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a trama golpista.
Em um dos depoimentos, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou à PF que o ex-comandante do Exército Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia o então presidente Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado.
“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o ex-comandante da FAB.
O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, por exemplo, e é alvo de diferentes outras investigações no STF. Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados em fevereiro.
Comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro, diz ex-chefe da Aeronáutica
A afirmação consta no depoimento de Baptista Júnior, ao qual a Folha teve acesso, no inquérito das milícias digitais, que investiga a tentativa de golpe debatida pelo ex-presidente e seu entorno após o segundo turno das eleições de 2022 para impedir a posse de Lula (PT).
“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o ex-comandante da FAB.
Baptista Júnior (Aeronáutica) relatou a ameaça de Freire Gomes (Exército) no mesmo contexto em que narrou como ele e o chefe do Exército se posicionaram contra o golpe, enquanto o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição ao discutir as minutas apresentadas por Bolsonaro.
Além de indicar que Freire Gomes tentou convencer Bolsonaro a não utilizar as teses jurídicas de GLO (Garantia da Lei e Ordem), estado de sítio e estado de defesa, o então chefe da Aeronáutica disse a PF que ele mesmo avisou o ex-presidente que não apoiaria uma ruptura institucional.
“Em outra reunião dos comandantes das Forças com o então Presidente da República, o depoente deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então presidente permanecer no poder após o término do seu mandato. Que deixou claro ao então presidente Jair Bolsonaro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder”, disse ele.
O ex-chefe da FAB também relatou qual foi a reação de Bolsonaro após ele “deixar claro” sobre sua posição a respeito de GLO, estado de sítio e estado de defesa, debatidas nas minutas colocadas na mesa pelo entorno do ex-presidente. “Que o ex-presidente ficava assustado”, afirmou.
As declarações de Baptista Júnior reforçam as de Freire Gomes, que disse à PF que somente Garnier concordou com as ideias propostas nas versões das minutas golpistas discutidas com Bolsonaro.
Freire Gomes disse em seu depoimento que em todos os momentos ele e o comandante da Aeronáutica se mostraram contrários aos planos golpistas.
“Que ele e Baptista afirmaram de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto. Que não teria suporte jurídico para tomar qualquer atitude. Que acredita, pelo que se recorda, que o almirante Garnier teria se colocado à disposição do presidente da República”, contou Freire Gomes.
Como mostrou a Folha, Freire Gomes também afirmou à PF que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a mesma versão que foi apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em reunião em dezembro de 2022.
Procurada, a defesa de Torres preferiu não comentar o teor do depoimento. As defesas de Bolsonaro e de Garnier não se manifestaram.
No depoimento, o general disse que o documento foi apresentado por Bolsonaro em uma segunda reunião entre os chefes militares e o então presidente da República.
“Que confirma que o conteúdo da minuta de decreto apresentada foi exposto ao declarante nas referidas reuniões. Que ressalta que deixou evidenciado a Bolsonaro e ao ministro da Defesa [general Paulo Sérgio Nogueira] que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”, disse o general, segundo o termo de depoimento.
O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, por exemplo, e é alvo de diferentes outras investigações no STF. Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados em fevereiro.
Estudo global sobre distúrbios neurológicos inclui complicações da Covid
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil |
Publicado na revista The Lacet Neurology, o levantamento "Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2021" analisa itens como mortalidade, prevalência entre gêneros, anos vividos com incapacidade, anos de vida perdidos e anos de vida ajustados por incapacidade atribuíveis a doenças e condições que causam disfunção no sistema nervoso.
Em 2021, cerca de 3,4 bilhões de indivíduos no mundo foram afetados por distúrbios neurológicos. E, embora as mortes por esses diagnósticos tenham caído 33,6% nos últimos 31 anos, a contagem de incapacitados subiu 18,2% no mesmo período, indicando uma crescente nos custos com equipamentos médicos, cuidados, remédios e tratamento multidisciplinar para essas pessoas.
"Incluímos morbidades e mortes por condições neurológicas, para as quais a perda de saúde é diretamente devida a danos no sistema nervoso central (SNC) ou no sistema nervoso periférico. Também isolamos a perda de saúde neurológica para as quais a morbidade do sistema nervoso é uma consequência, mas não a característica principal", afirma o texto.
As adições englobam condições congênitas (anomalias cromossômicas e defeitos congênitos de nascença), condições neonatais (como icterícia, nascimento prematuro e sepse), doenças infecciosas (Covid-19, equinococose cística, malária, sífilis, zika) e neuropatia diabética.
São investigadas também as carga dos distúrbios neurológicos mais prevalentes, como epilepsia, enxaqueca, distúrbios do movimento, esclerose múltipla, lesões do sistema nervoso e acidente vascular cerebral (AVC). Para os autores, a adição de novas condições traz "um benefício notável, pois fornece uma imagem mais precisa da carga global dos distúrbios neurológicos".
Algumas das condições recentemente incluídas, como o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e o espectro autista "podem ultrapassar as fronteiras da neurologia e serem abordadas de forma mais adequada noutras especialidades médicas, como a pediatria, a medicina interna, a geriatria ou a psiquiatria, dependendo da situação, região ou país".
O efeito que essas condições podem ter na função neurológica e na saúde geral, entretanto, não deve ser negligenciado ou descartado, segundo o estudo.
Na região das Américas da OMS (Organização Mundial da Saúde), que compreende 51 países e territórios, a principal preocupação apontada pelos pesquisadores é com a falta de preparo para lidar com o envelhecimento da população. Em 2019, o AVC foi a segunda principal causa de morte nessas localidades e a doença de Alzheimer e outras demências foram a terceira.
"Os recursos atribuídos para resolver a situação ficam muito aquém das necessidades. Entre 2020 e 2050, a proporção da população da América Latina e do Caribe com mais de 60 anos quase dobrará, e espera-se que esse envelhecimento da população leve a aumentos substanciais do número de pessoas com problemas neurológicos que exigiriam cuidados coordenados e multidisciplinares", alertam os colaboradores do GBD.
O novo documento toma como base os levantamentos anteriores do instituto e dá continuidade a uma série histórica com registros de 1990 até 2021 --o relatório anterior foi publicado com dados de até 2019.
O relatório conta com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e chancela da OMS.
Por: Bahia noticias
Minuta golpista foi discutida no Ministério da Defesa sob Bolsonaro e teve momento de tensão
A reunião foi tensa e, segundo os relatos feitos à PF, teve o comandante da Aeronáutica deixando o gabinete do ministro da Defesa antes do término do encontro.
A Folha obteve acesso à íntegra dos depoimentos dos ex-comandantes à Polícia Federal. Eles afirmaram que a reunião ocorreu no dia 14 de dezembro de 2022.
Segundo o relato de Baptista Júnior, o ministro Paulo Sérgio Nogueira afirmou no início da reunião que teria uma minuta que “gostaria de apresentar aos comandantes para conhecimento e revisão”.
Baptista Júnior disse que, logo após ver o documento, questionou Paulo Sérgio: “‘Esse documento prevê a não assunção do cargo pelo novo presidente eleito?”.
“O depoente [Baptista Júnior] entendeu que haveria uma ordem que impediria a posse do novo governo eleito; que, diante disso, o depoente disse ao ministro da Defesa que não admitiria sequer receber esse documento; que a Força Aérea não admitiria tal hipótese (golpe de Estado)”, diz trecho da transcrição do depoimento.
Também contrário a propostas golpistas, Freire Gomes afirmou que a minuta levada por Paulo Sérgio era “mais abrangente” do que a apresentada dias antes pelo ex-presidente Bolsonaro.
O texto também decretava o estado de defesa e criava a Comissão de Regularidade Eleitoral —medidas previstas no texto encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Segundo o depoimento de Baptista Júnior, após o ministro da Defesa ser questionado sobre as intenções golpistas descritas na minuta, Paulo Sérgio permaneceu calado e nem sequer perguntou qual seria a percepção dos demais chefes militares sobre a proposta.
“O depoente, em seguida, retirou-se da sala; que a minuta estava sobre a mesa do ministro da Defesa Paulo Sérgio de Oliveira; que o almirante Garnier [então comandante da Marinha] não expressou qualquer reação contrária ao conteúdo da minuta, enquanto o depoente esteve na sala”, prossegue o termo do depoimento.
O almirante Almir Garnier e os generais Paulo Sérgio e Braga Netto não têm se pronunciado a respeito das investigações. Em depoimentos marcados em fevereiro, os três ficaram em silêncio.
As revelações do antigos chefes militares colocam em evidência o último ministro da Defesa de Bolsonaro. Paulo Sérgio Nogueira assumiu o comando da pasta em abril de 2022 em sucessão ao general Wálter Braga Netto, escolhido por Bolsonaro para ser seu vice na chapa presidencial.
Paulo Sérgio chegou à Defesa quando o governo Bolsonaro já realizava uma cruzada contra o sistema eleitoral. Foi sob sua responsabilidade que foi criada uma equipe de militares para fiscalizar o processo eleitoral e foi intensificada as críticas a supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas.
Mesmo sem a equipe das Forças Armadas ter identificado qualquer fraude ou suspeita no processo eleitoral, o ex-ministro divulgou nota dizendo que o trabalho dos militares não poderia nem confirmar nem negar a lisura da eleição.
Depois da reunião no Ministério da Defesa, Baptista Júnior disse à PF que passou a ser alvo de ataques nas redes sociais, sendo rotulado de “traidor da pátria” e “melancia” —em acusação de que ele seria um comunista disfarçado.
A versão de Baptista Júnior sobre os ataques sofridos é corroborada pelo relatório da Polícia Federal que embasou a Operação Tempus Veritatis.
Segundo a PF, Braga Netto enviou mensagens ao capitão expulso do Exército Ailton Barros em ataques a Freire Gomes e Baptista Júnior a partir de 14 de dezembro de 2022 —dia da reunião do Ministério da Defesa.
“Meu Amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu o general.
“Oferece a cabeça dele. Cagão”, completou. Na sequência, ele enviou uma foto em frente à casa do então comandante do Exército, que fica em região próxima ao acampamento montado por bolsonaristas no Setor Militar Urbano, em Brasília.
No dia seguinte, Braga Netto voltou à conversa com Ailton Barros no WhatsApp para atacar o chefe da Aeronáutica.
“Senta o pau no Batista Junior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feita e ele fechado nas mordomias. Negociando favores. Traidor da patria. Dai pra frente. Inferniza a vida dele e da família”, escreveu às 18h55 de 15 de dezembro de 2022.
“Elogia o Garnier e fode o BJ”, completou o general, como uma ordem. Ailton respondeu com uma figurinha que dizia “desce a chibata”.
Na sequência, Braga Netto enviou uma imagem que comparava o brigadeiro Baptista Júnior ao personagem Seu Batista, da Escolinha do Professor Raimundo. O texto dizia: “cala a boca, Batista. Honra a farda, Baptista”.
Após as falas de Braga Netto serem reveladas no relatório da PF, Baptista Júnior escreveu nas redes sociais que, em razão da idade, não se iludia mais nem com as pessoas que considerava amigas.
“‘A ambição derrota o caráter dos fracos. Aliás … revela’. Já tendo passado dos 60 anos, não tenho mais o direito de me iludir com o ser humano, nem mesmo aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições”, escreveu o ex-comandante da Aeronáutica.
Braga Netto afirmou a interlocutores que de fato enviou as mensagens injuriosas aos chefes militares. Ele ainda disse que se arrepende do tom usado nos textos e alegou que foi movido pelo momento de tensão que cercou o entorno de Bolsonaro no fim de 2022.
Sesab inicia distribuição de bombas costais para auxiliar combate à Dengue no interior da Bahia
Ao todo, 250 equipamentos foram distribuídos entre os nove Núcleos Regionais de Saúde da Bahia, localizados nas regiões Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo-Sul, Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste e Sul. Serão destinadas bombas costais para as regiões de Feira de Santana (43), Jacobina (23), Teixeira de Freitas (13), Salvador (28), Alagoinhas (20), Juazeiro (17), Barreiras (22), Vitória da Conquista (45) e Itabuna (39).
A titular da pasta, Roberta Santana, destaca que a entrega reforça as ações realizadas pelo Governo da Bahia no enfrentamento à Dengue. “Esses equipamentos já começaram a ser retirados e serão distribuídos pelos núcleos aos municípios, tendo como critério a necessidade de cada local. Ao todo, a gestão estadual já investiu mais de R$ 19 milhões no combate à Dengue através da aquisição de novos carros de fumacês, distribuição de aproximadamente 12 mil kits para os agentes de Combate às Endemias, além de apoio para intensificação dos mutirões de limpeza com o auxílio das forças de segurança e emergência e aquisição de medicamentos e insumos”, destaca.
Panorama da Dengue
A Bahia tem 175 municípios em estado de epidemia de Dengue, sendo que outros 67 estão em risco e 18 em alerta. São 45.386 casos prováveis da doença até o dia 9 de março de 2024, marcando um aumento de 307,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No mesmo período, foram notificados 3.918 casos prováveis de Chikungunya no estado. Em 2023, foram 4.747 casos prováveis da doença, o que representa uma redução de 17,5%. Já os casos de Zika tiveram um incremento de 38,2% em relação ao ano passado, saltando de 335 casos prováveis em 2023 para 463 casos prováveis em 2024.
A Bahia possui um dos menores índices de letalidade por Dengue em todo o país, girando em torno de 1,31%, enquanto a média nacional é de 3,09%. O cálculo é feito com base nos casos notificados que evoluem para a forma grave da doença. Ao todo, 12 óbitos por Dengue foram confirmados pela Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab nas cidades de Vitória da Conquista (3), Jacaraci (4), Piripá (1), Irecê (1), Feira de Santana (1), Barra do Choça (1) e Ibiassucê (1). Em 2024, foram registrados dois óbitos por Chikungunya nos municípios de Teixeira de Freitas e Ipiaú. Nenhum óbito por Zika foi confirmado.
Carmen Lúcia apoiou a Lava Jato e comentários pejorativos de procuradoras surpreendem, dizem ministros do STF
Em mensagens reveladas pela revista Piauí na quinta (14), as procuradoras Livia Tinoco e Janice Ascari fazem comentários depreciativos sobre a aparência física de Cármen Lúcia. Era o ano de 2015.
Livia chega a dizer que gosta da ministra e que a considera “excelente magistrada”, mas emenda: “Em matéria de cuidados corporais ela é péssima. Parece até anti-higiênica”. Diz que a ministra tem “uns dentes horríveis, amarelos e tortos”, e que já tinha passado “da hora” de ela “fazer um preenchimento e um botox”.
Janice então responde: “Hahahahahahaha”. O procurador Wellington Saraiva questiona, na mesma conversa, se Cármen Lúcia “é casada, já casou”, e se “tem filhos”. Diz que isso não tem “relevância profissional, mas tem”.
Colegas de Cármen no STF lembram que ela teve inclusive um papel decisivo na votação da Corte que permitiu que Lula (PT) fosse preso, em 2018. Na época ela presidia o Supremo.
Outro magistrado afirma que não é a primeira vez que procuradores da Lava Jato são flagrados em mensagens constrangedoras, mas que as referências à ministra Cármen surpreendem justamente por ela quase nunca contrariar o MPF naquele período.
Apenas depois da eleição de Jair Bolsonaro (PL) e dos primeiros anos do governo dele a magistrada teria se alinhado aos ministros que faziam um firme contraponto à Operação, dando voto decisivo para que as condenações de Lula fossem anuladas e ele saísse da prisão.
Rede Dia fechará 343 lojas no Brasil e manterá mercados apenas no estado de São Paulo
Supermercado Dia |
De um total de 587 lojas em funcionamento, 343 serão fechadas. Três armazéns também serão encerrados; ainda não há uma data para o fim das atividades.
As 244 unidades restantes que continuarão funcionando estão no estado de São Paulo.
Segundo o Grupo Dia no Brasil, o plano de ajuste foi necessário para buscar estabilidade da estrutura da companhia após persistentes resultados negativos.
Passado o encerramento das lojas, o grupo diz que iniciará a “análise de alternativas estratégicas para os negócios do Dia Brasil”.
Segundo a empresa, o negócio tem maior rentabilidade nas unidades paulistas e a “concentração de lojas permite capitalizar a rede logística e a redução de custos.”
“Essas medidas possibilitarão destinar os recursos para mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento para o grupo na Espanha e na Argentina, onde atualmente a companhia conseguiu uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição alimentar de proximidade”, diz o Dia, em nota.
O fechamento das 343 lojas é a medida mais imediata aprovada pelo conselho de administração da rede para a reestruturação no Brasil, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários espanhola e assinado pelo diretor financeiro da Distribuidora Internacional de Alimentación SA, Guillaume Marie Didier Gras.
O grupo teve um prejuízo de 30 milhões de euros em 2023, ante um prejuízo de 124 milhões de euros em 2022. As receitas líquidas foram de 6,7 bilhões de euros, impulsionadas por um crescimento na Espanha, onde a operação teve lucro de 122 milhões de euros.
No Brasil, no entanto, o grupo teve um prejuízo de 154 milhões de euros (cerca de R$ 837 milhões), segundo resultados financeiros divulgados no final de fevereiro. Na Argentina, o resultado foi positivo em 6 milhões de euros.
“O Brasil tem sofrido uma piora de seus resultados financeiros, afetado por um contexto de mercado de forte competitividade, o que levou a [empresa] ter que fazer grandes investimentos promocionais”, afirma a empresa na apresentação.
“Levando em consideração o desempenho do Brasil, o Grupo está analisando diversas alternativas estratégicas, com o objetivo de tomar uma decisão em 2024”.
Em nota, o CEO Global do Grupo Dia, Martín Tolcachir, disse que a empresa tomou decisões corretas para simplificar seu portfólio, o que permitiria uma concentração em mercados nos quais há potencial para crescer.
“Os marcos alcançados na Espanha e Argentina concluem a fase de reestruturação e nos permitem iniciar uma fase de crescimento orgânico focada sempre em oferecer aos nossos clientes uma experiência de alto nível”, disse.
O Dia abriu sua primeira unidade no Brasil em 2001. Em agosto do passado, a rede vendeu quase 500 supermercados em Portugal. À época, a rede disse que concentraria esforços nos seus principais mercados e reduziria seu endividamento.
Documento do Cade recomenda que governo volte atrás em decreto sobre equidade salarial
Sede do Cade, em Brasília |
A determinação decorre de um decreto do Ministério do Trabalho e Emprego que pretende estimular a equidade salarial.
No entanto, a diretoria vê riscos de que essa divulgação exponha a política de remuneração das companhias, abrindo espaço para conluio entre empresas e até formação de cartel.
Empresas e entidades de classe já foram ao Supremo, questionando a constitucionalidade desse ponto específico da lei.
A pedido do presidente do Cade, Alexandre Cordeiro de Macedo, a DEE elaborou um estudo e fez recomendações ao ministério.
Caso o cancelamento dessa medida não seja mantido, o órgão recomenda que o ministério crie mecanismos para impedir que “essa informação se transforme em um instrumento facilitador de comportamentos colusivos, que venham produzir danos à livre concorrência e, também, efeitos negativos no próprio mercado de trabalho”.
Para o Cade, a contratação de profissionais pode constituir uma variável competitiva importante. Divulgá-las coloca em risco a estratégia de muitas companhias, especialmente aquelas cujo negócio se baseia na capacidade intelectual de seus funcionários.
“As informações referentes a valores de várias parcelas que podem compor a remuneração de um determinado trabalhador são concorrencialmente sensíveis e podem facilitar a coordenação entre concorrentes, caso sejam publicadas pelas empresas em seus próprios sites, ou mesmo em relatórios produzidos pelo ministério”, diz o parecer.
Macron dobra aposta e sugere tropas na Ucrânia: ‘Eu sou presidente da França, eu decido’
Macron também afirmou que Putin não irá parar se derrotar a Ucrânia, e que a a União Europeia “será desmoralizada” se isso acontecer.
O francês havia causado furor no mês passado ao dizer que não descartava enviar tropas para ajudar Volodimir Zelenski contra a invasão iniciada pela Rússia há pouco mais de dois anos.
Em resposta, Putin admoestou Macron e lembrou que uma guerra nuclear entre as forças russas e as da Otan (aliança militar ocidental, da qual a França faz parte), seria inevitável neste caso. A lógica é reverter o artigo 5 da carta do clube liderado pelos Estados Unidos, segundo qual o ataque a um membro equivale a uma ação contra todos.
O presidente francês ficou sozinho em sua retórica belicista na Otan, que visa pressionar a vizinha e copatrocinadora do projeto europeu Alemanha a ser mais incisiva em seu apoio a Kiev.
Berlim é o segundo maior doador militar dos ucranianos, atrás dos EUA, mas nesta mesma quinta o Parlamento recusou um pedido da oposição para o envio de mísseis de cruzeiro a Zelenski. O premiê Olaf Scholz diz que as armas indicam uma escalada indesejada, que coloca o país em risco de conflito com Moscou.
É isso que Macron aparentemente quer colocar em dúvida agora. “Se a Rússia vencer essa guerra, a credibilidade da Europa será reduzida a zero”, disse. Questionado sobre as tropas, afirmou: “Nós negociamos o quanto pudemos, mas não há nada para falar com ele [Putin]. A Ucrânia precisa vencer, não pode haver linhas vermelhas. Eu sou o presidente da França e eu decido”, disse.
Ele não detalhou o que fará. “Não tenho motivos para ser preciso”, afirmou. “Mas se nós decidirmos ser fracos, seria escolher a derrota. Eu não quero isso, nossa segurança está em jogo na Ucrânia.”
Ele falava a uma entrevista às TVs França 1 e França 2. O tom duro contrasta com a fama de molenga que Macron sempre teve em sua política externa, e é certo que sua nova declaração irá ser respondida nesta sexta de início de eleição presidencial (15) em Moscou, onde já eram 22h (16h em Brasília) quando ele começou a falar.
A França é uma potência nuclear, mas não se compara com a Rússia. Paris tem 290 ogivas nucleares, que podem ser empregadas por aviões ou por mísseis lançados por submarinos. Já Moscou conta com 5.889 bombas, cerca de 1.600 delas prontas para uso.
Os franceses não estão entre os principais doadores de ajuda militar a Kiev, mas ao lado dos britânicos forneceram dezenas de mísseis de cruzeiro Scalp-EG, de enorme valia para as forças ucranianas.
Alguém pode apontar interesses comerciais no anabolizado discurso de Macron: segundo o Instituto para Estudos da Paz de Estocolmo (Suécia), a França passou a Rússia e ocupa a vice-liderança do ranking mundial de transferências de armamentos no período de 2019 a 2023.
A retórica churchilliana, por assim dizer, também destaca o presidente não só entre os líderes europeus, mas também ante Joe Biden. O presidente americano não conseguiu aprovar até hoje a ajuda de R$ 300 bilhões à Ucrânia devido ao clima da disputa eleitoral com o seu antecessor, Donald Trump.
Contrário a apoiar Kiev, o republicano conta com o controle de seu partido na Câmara dos Representantes dos EUA para barrar a liberação do apoio.
Nesta quinta, o chanceler da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, advertiu numa palestra a americanos que a Ucrânia está sob risco existencial devido à falta de munição. Alerta semelhante foi feito em Bruxelas pelo norueguês Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan.
Relatos da frente de batalha ucraniana pintam um quadro desolador, com tripulações de tanque ficando sem balas com apenas cinco minutos de combate. No leste, a proporção de disparos de artilharia russos é de 5 para 1, em comparação com os rivais.
Outra explicação para a agressividade de Macron passa por sua baixa popularidade: apenas 30% dos franceses o apoiam, segundo o agregador de pesquisas do site Politico. Ele tem mandato até 2027, quando não poderá concorrer a mais uma reeleição.
Até o começo da guerra, o francês era um dos líderes que mais buscava interlocução com Putin. Ficou famosa a imagem dele na ponta de uma mesa gigantesca no Kremlin pouco antes do conflito, e vazamentos de sua equipe mostraram que ele e seu time se sentiram enganados e humilhados.
Procuro solidariedade, afirma embaixador de Israel no Brasil sobre crise com governo Lula
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse ao jornal
Folha de S.Paulo estar “procurando” solidariedade do governo brasileiro
com o seu país. Solidariedade que, segundo o embaixador, ele vê em
parlamentares, pessoas em altos cargos e no povo brasileiro.Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Durante viagem à Etiópia em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a ofensiva militar israelense em Gaza à decisão de Adolf Hitler de “matar os judeus” —numa referência ao Holocausto nazista, apesar de o presidente ter destacado que não usou esse termo em sua frase. A fala desencadeou uma crise diplomática entre Brasil e Israel. No mais recente episódio, o governo de Binyamin Netanyahu convidou governadores oposicionistas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma visita a Israel.
Zonshine contesta o termo “genocídio” utilizado por Lula para definir a ação de Israel contra palestinos. Afirma ainda que não há “espaço na realidade” para paralelo com o Holocausto. O diplomata disse ainda que quer terminar a crise e normalizar as relações o mais rápido o possível. “Estou aqui para continuar, não para romper”, afirmou.
O embaixador recebeu a Folha na missão diplomática em Brasília para falar sobre relatório da ONU que, no início de março, apontou evidências de violência sexual tanto no ataque a Israel promovido pelo Hamas como a mulheres na condição de reféns da facção na Faixa de Gaza. Zonshine também respondeu a perguntas sobre a recente crise diplomática.
A ONU fez um relatório sobre violência sexual no conflito e diz que há informações convincentes de estupros, torturas sexuais e práticas cruéis, entre outras coisas. O que o sr espera de resposta da comunidade internacional a esse relatório?
A nossa expectativa é que a comunidade internacional, formadores de opinião e tomadores de decisão entendam o que aconteceu lá no dia 7 de outubro [quando ocorreram os ataques terroristas do Hamas]. Porque a narrativa é que tem um lado sofrendo e um lado agressivo. O que nós tentamos fazer é evitar a repetição disso [aponta para o relatório], do ataque. E talvez [o relatório mostre] um pouco sobre a natureza de quem temos de enfrentar. O que nós encontramos lá foi crueldade pura. E tem declarações de líderes do Hamas no sentido de que, se tiverem oportunidade, vão fazer novamente. Para nós é importante que o mundo entenda isso.
O sr. fala da brutalidade dos ataques do dia 7. Cinco meses depois, temos um cenário de 31 mil pessoas mortas em Gaza. O sr. considera que isso justifica a ação em Gaza?
Se você tem uma ideia do que é uma ação proporcional para isso, me avisa. Porque eu não sei.
Não considera a ação israelense em Gaza brutal?
O que acontece na Faixa de Gaza, desde o início da entrada de Israel, é uma luta para garantir que o Hamas não vá voltar. Agora, ele [Hamas] escolheu o lugar desse confronto e a maneira. Porque eles não lutam contra as forças israelenses, estão atrás dos cidadãos [como escudo], embaixo da terra. Tentamos evitar vítimas entre os civis. Não vou falar sobre os números, porque não tenho certeza de que os números do Ministério da Saúde do Hamas são precisos. Tentam aumentar o número, porque de certa maneira está servindo à narrativa deles. Mais civis mortos, mais denúncias contra Israel, maior pressão internacional por um cessar-fogo. Uma coisa que ninguém menciona é que, no nosso entendimento, ao menos 12 mil pessoas [que morreram] são do Hamas, que lutaram contra Israel. Mais 1.000 que estiveram nas batalhas contra forças israelenses em 7 de outubro.
As imagens em Gaza e o expressivo número de vítimas não impressionam?
Eu sei que a opinião pública mundial, os números e as imagens de Gaza não ajudam nossa posição. Mas estamos lá não só para imagens e narrativas.
São pessoas…
A intenção de Israel não é matar pessoas que não são do Hamas. Lamentamos. A morte deles não serve aos valores israelenses. Só que também é difícil evitar totalmente quando o Hamas está atrás dos civis.
Na semana passada, o premiê espanhol, Pedro Sánchez, esteve com Lula e disse que Israel não está cumprindo o direito internacional humanitário. Joe Biden também declarou recentemente que Netanyahu mais prejudica do que ajuda. Israel está ficando isolado internacionalmente?
Sei que a situação agora é diferente do que foi no início da guerra, quando o choque do 7 de outubro foi mais vívido. Mas Israel está tentando completar as missões de um lado, liberar os reféns e destruir o poder do Hamas militarmente. Ao mesmo tempo, diminuir os danos para a imagem de Israel no mundo. Acho que a primeira obrigação do governo de Israel é com os cidadãos israelenses. As pressões internacionais já aconteceram algumas vezes no passado, quando fomos atacados, tivemos uma razão para reagir e, depois que reagimos, a opinião pública mundial se virou contra Israel. Não sei se tem outro país no mundo que tenha que enfrentar esse tipo de atrocidade e guerra como nós. Não queremos competir no jogo de quem está sofrendo mais.
O presidente Lula já comparou a ofensiva em Gaza com o Holocausto e chama de genocídio a ofensiva em Gaza. Como vê essas falas?
Podemos ver isso de mais de uma maneira. A definição de genocídio é a intenção de matar um grupo de pessoas, raça ou etnia. Isso não é a intenção de Israel, isso não aconteceu. De outro lado, aconteceu, no dia 7 de outubro, quando Hamas, infelizmente, conseguiu matar israelenses porque eram israelenses. Genocídio tem um significado muito profundo e esse elemento de intenção não existe na parte de Israel. Agora, lamentamos que pessoas morrem lá, pessoas não envolvidas. Mas dizer que isso é genocídio não é o caso, não é intenção e não é o que acontece lá. Lamentamos que muitas pessoas paguem o preço da estratégia e a tática do Hamas para usar escudos humanos. [Quanto à fala de Lula sobre Hitler,] Não há lugar para fazer esse tipo de comparação, porque o Holocausto é uma coisa única na história do mundo. Esse tipo de comparação não tem espaço na realidade.
O sr. já defendeu distensionar o ambiente político com o Brasil. Mas o governo de Israel tem feito gestos de aproximação com opositores ao presidente Lula. Isso não é uma forma de provocação?
Acho que não. No povo brasileiro temos amigos, seja entre pessoas de cargos altos, seja no Parlamento, pessoas que mostram solidariedade com Israel. Se tem pessoas do governo que querem visitar e mostrar a solidariedade delas, serão bem-vindos.
Mas não houve convite ao governo Lula, como houve uma carta do Netanyahu para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Falta solidariedade do lado do governo brasileiro?
Não sei… Você ouviu o que está lá nas falas públicas. Estou procurando a solidariedade.
Qual o objetivo do governo em convidar Bolsonaro e os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás)?
Eu teria que perguntar ao primeiro-ministro, que convidou. Eles se conhecem da época em que [Bolsonaro] era presidente.
O objetivo do senhor ainda é distensionar?
Nós, aqui na embaixada, acho que no ministério de Relações Exteriores, com o Itamaraty… a ideia é voltar para relações mais produtivas e normais e terminar essa crise o mais rápido possível.
Há hoje risco de rompimento das relações?
Acho que não. Há bastantes valores e interesses comuns. Tivemos no passado desentendimentos e espero que não vamos ter no futuro. Estou aqui para continuar, não para romper.
O acordo de Cooperação Militar Israel-Brasil está no Congresso. Ainda tem chance de sair do papel?
Acho que é de interesse brasileiro e nosso. Esse acordo que foi assinado há cinco anos tem que ser olhado de forma pragmática. Nem sempre é fácil, mas acho que se está olhando para o médio e longo prazo. Isso pode e deve servir para os dois lados. Espero que a lógica vá vencer nesse caso, e não outros sentimentos ou coisas que são menos relevantes.
Trump recebe Eduardo Bolsonaro e Mario Frias na Flórida
Eduardo Bolsonaro, Donald Trump e Mario Frias durante encontro na Flórida |
O político brasileiro foi aos Estados Unidos junto com aliados bolsonaristas em uma campanha de denúncia de supostas perseguição política e censura sofridas no Brasil.
Os dois jantaram, segundo postagem de Bolsonaro em seu perfil no Instagram. Mario Frias acompanhou os dois. Ainda de acordo com o deputado brasileiro, ao final do jantar ele fez uma chamada de vídeo para conectar Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
“Não só os EUA, mas todo o mundo anseia pelo retorno de Trump, para que tempos de paz e normalidade sejam resgatados. Que Deus abençoe sua vida”, escreveu Eduardo.
O encontro acontece logo após Trump ser declarado o candidato presumido do Partido Republicano à Presidência, o que significa que ele alcançou o número de delegados para ser nomeado para a disputa, mas só será oficializado na convenção nacional da agremiação, em julho.
Pesquisas de intenção de voto apontam o empresário à frente do atual mandatário, Joe Biden, apesar dos quatro processos criminais que acumula na Justiça.
Essa não é a primeira vez que Trump e o deputado brasileiro se encontram. O político americano e a família Bolsonaro há anos cultivam uma relação. O primeiro encontro entre o republicano e o ex-presidente brasileiro ocorreu em 2019.
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